Capítulo XXXVI

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Após nossa conversa, Sasuke me ajudou com o banho, insistiu que eu descansasse e me empurrou uma quantidade imensa de comida. Mesmo estando fisicamente machucado, recusava-se a me deixar fazer qualquer coisa sozinha.

Na mansão, havia uma grande comoção com nossos amigos presentes. Fui informada de que Temari e Shikamaru estavam retornando da lua de mel, e até Suigetsu e Karin se encontravam na sala de visitas, esperando notícias minhas. A morte do Akasuna os atingira recentemente, e eu não sabia como encará-los após ter tirado a vida de seu primo com minhas próprias mãos.

Ainda não conseguia acreditar.

A cena daquela noite rondava meus pensamentos a cada minuto.

_ Quanto a Idate? - Perguntei ao meu marido abaixando o garfo com meu bolo preferido trazido por Naruto. Não tinha apetite, mas precisava me alimentar. _ Meu primo quase morreu tentando me salvar...

_ Pedi que o trouxessem para cá, está em um dos quartos da ala leste. No momento recebe todos os cuidados necessários, seremos informados assim que estiver consciente, não se preocupe. - Sasuke acariciou meu cabelo e sorriu, no entanto, notei como os cantos da sua boca estavam tensos.

_ Está sentindo dor, não está? - O questionei largando a comida e o fazendo se levantar da mesinha em nossos aposentos, tinha esperado demais. _ Deixe-me ver o ferimento.

_ Não é nada que eu não tenha suportado antes, a bala já foi retirada. Não é motivo para preocupação. - Ele tentou minimizar, mas sua expressão dizia o contrário.

_ Mostre-me. - Ordenei sem querer ouvir sua enrolação.

O duque suspirou e cedeu, retirando sua casaca e colete, revelando a bandagem com gazes que apertava a camisa envolta do ferimento à bala, por baixo, vi o buraco limpo, mas profundo, uma prova tangível dos perigos que enfrentou para me resgatar...

Era mais uma cicatriz em seu corpo.

Minha mão tocou com cuidado a bandagem, e ele fechou os olhos por um breve instante.

_O médico disse que vai cicatrizar bem. - Tentou tranquilizar-me.

_Obrigada por ter me encontrado. - Sussurrei, o abraçando. Não queria pensar em como também cheguei perto de perdê-lo.

_ Teria levado um tiro quantas vezes fosse preciso. - Ele respondeu, beijando suavemente minha testa. _ Se fosse para salvá-la.

_ Não diga isso, nem de brincadeira.

_ Honestamente... Enquanto esperava que acordasse, voltei a pensar naquele apelido, do "Duque Amaldiçoado" que a sociedade me atribuiu. Pensei que tudo seria real se não chegasse até você a tempo, que estava destinado a perder mais uma pessoa que amo.

_ Bem, eu estou viva, e acho que já estabelecemos que tudo não passa de uma superstição idiota. - Respondi com ternura. _ Não sabe o quanto me arrependo por ter espalhado tal apelido e...Ah meu deus! Você está quente, quase febril. - Disse colocando as mãos com cautela em seu rosto machucado ao perceber a quentura de sua pele. _ Como não notei antes? E se a ferida infeccionar? O que está tomando para dor? Deveria estar de repouso!

_ Amor, acalme-se. O doutor Fitz passou um remédio, mas me apagaria no processo. Precisei me manter alerta para resolver os problemas que surgiram após o sequestro e, acima de tudo, para testemunhar seu despertar.

_ Sasuke, precisa cuidar de si mesmo também. - Falei com suavidade para persuadi-lo. _ Onde está o remédio? - Perguntei olhando ao redor do quarto e encontrando três saches de mistura com instruções na mesinha do lado dele na cama.

Madame KOnde histórias criam vida. Descubra agora