Meu Coração É Teu

Capítulo 8

               (Cecília Almonte)

- Como é que é? Sabe com quem está falando, sua idiota?

- Tô pouco me importando com quem tu seja, só repito que se falar assim com minha filha outra vez, você verá do que sou capaz. Entendeu? Ou quer que eu desenhe pra você?

- Meu namorado é um homem muito importante, e quando eu disser pra ele o que aconteceu aqui, terei até pena de você.

- E eu com isso? Ele pode ser até o presidente dos Estados Unidos, mais ninguém maltrata minha filha, e fica por isso mesmo.
E se ele vier com frescura, até ele leva.

- Mais é muito abusada mesmo.
Ele anda comigo, e jajá você verá quem é o mais forte aqui, sua rapariga.

- Tá esperando o quê? Corre lá minha filha, vai atrás do seu namoradinho, quero vê se ele é homem mesmo pra peitar com uma mãe leoa.

Ela sai pisando duro atrás provavelmente do namoradinho rico dela. Como se eu estivesse com medo do dinheiro dele, tô nem aí quem ele seja. Mexeu com minha filha, leva porrada sim. E não me importa se é homem ou mulher.

Depois que tudo se acalmou, nossos pedidos chegaram, e fui comer tranquilamente com minha menina. Não demorou muito e ela comeu rapidinho, até me admirei. Pérola passa quase uma eternidade pra comer alguma coisa, tenho que ficar no pé dela direto, insistindo. Com a babá é a mesma coisa. Mais segundo ela, é pra ter mais tempo de brincar.
Vê se pode isso? (Rsrsrs)

- Já vou, mamãe.

- Está bem, mais tenha cuidado.

- Tá bom, tá bom

Fiquei ali sentada, olhando minha princesa brincar, totalmente esquecida do que aconteceu mais cedo. Pérola é uma menina doce, bem transparente, dar pra perceber de imediato quando ela se incomoda ou fica triste com algo. E minha vontade foi de  arrancar os olhos daquela loira aguada, pelo jeito que falou com minha filha. Só espero não vê nunca mais aquela cobra de salto alto.

- Ali amor, olha. Ali está a mulher que me destratou.

Ah não, era só o que me faltava, eu ter mais um bate boca com o imbecil do namorado dessa cobra.
Quando me virei pra olhar a cara do babaca que teria que discutir, acabei tendo uma surpresa nada agradável. Eu não acredito que essa cobra peçonhenta é namorada dele. Ah não, aí já é demais.
Ele acabou arregalando os olhos quando me viu.

- Você?

- Como assim, você? Você conhece ela, Guilherme?
Posso saber da onde?

- Cecília

- Guilherme. Quanto tempo? Tudo bem?

- Tudo bem, sim. Mais e você como está? Naquele dia você saiu correndo, e nem deu tempo de conversar.

- Guilherme eu tô falando com você. De onde você conhece essa mulher?

- Han? Ah, ela é uma velha amiga de infância, a gente cresceu juntos em Seattle. Mais ela veio embora pra cá a alguns anos, e desde então, não nos vimos mais.

Aquilo me doeu, ouvir ele falar que eu era apenas uma amiga de infância, doeu demais. Talvez sempre foi só isso que ele viu em mim, uma amiga de infância. E o que aconteceu entre nós, foi apenas uma casualidade. Então me levanto dali, digo que já tô indo.

- Eu já tô indo. Foi bom te rever, Guilherme.

- Não Cecília, espera.

- Eu realmente tenho que ir.

Eu só queria sair dali o mais rápido possível. Vê ele com outra mulher estava me matando.

- Tá com medo queridinha?

- Do que exatamente?

- De ser expulsa desse Shopping. Sim, porque o dono disso tudo aqui é o melhor amigo do MEU namorado.

- Ah, que bom. Mais não tô ligando se serei expulsa daqui ou não. Se for pra mim não encontrar com pessoas tóxicas como você, pra mim será ótimo mesmo.

- Guilherme, você vai deixar essa asinha falar assim comigo?

- Cala a boca, Suzan

Eita

- E onde está a pirralha da sua filha?

Nesse momento meu coração bateu tão acelerado, que achei que ia morrer ali mesmo. Sem nem dar tempo de eu explicar.

- Filha? Você tem uma filha?

- É, eu, eu

- O que foi? O gato comeu sua língua, queridinha?

Juro que eu já tava voando no pescoço dessa cadela, ainda mais ela me chamado assim.

- Sim, eu tenho uma filha.

- Então você se casou.

- Eu preciso realmente ir.

- Mamãeee?

Agora sim, chegou a hora da verdade.
Me virei, e dei o sorriso o mais verdadeiro possível pra minha filha, quando ela veio correndo em minha direção. Porque eu estava uma pilha de nervos por dentro.

- Oi meu amor

- Mamãe, tô com sede.

- Então vamos comprar água pra você. Tá bom?

- Tá.

Quando olhei pro Guilherme, ele estava de olhos esbugalhados em direção a Pérola. Percebi imediatamente que ele notou a semelhança entre eles.
Ele olhou pra mim, e depois olhou novamente pra minha filha. Talvez pra ter certeza se realmente era isso que ele tava vendo.

E agora sim, não terei mais como fugir desse segredo, que lutei tanto pra manter escondido.

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Bom meus amores, chegamos ao fim de mais um capítulo.

Em breve teremos a continuação....🤗
Tenham paciência tá 😘😘