Meu Coração É Teu

Capitulo 9

               (Cecília Almonte)

- Quantos anos tem essa menina, Cecília?

Fiquei sem saber como responder, tá na cara que ele tá desconfiado, se estivéssemos em um desenho animado, com certeza teria um ponto de interrogação acima de sua cabeça.

- Ela tem, ela tem...

Acabei me demorando demais a responder. E talvez com essa demora, acabei confirmando o que supostamente tava passando pela cabeça de Guilherme.

- Quantos anos você tem, princesa?

- 7 anos

Ela o responde, mostrando os dedinhos das mãozinhas dela. 

- 7? Olha, só. Então já é uma mocinha.

Guilherme falava com minha filha, enquanto me encarava. Sabia que ele teve a certeza de que era pai de Pérola, pela idade dela.

-  Posso saber qual o seu nome?

- Pérola

- Mais que nome lindo

- Minha mamãe quem escolheu.

- Pois sua mãe tem bom gosto, combina muito com você.
Você é linda, sabia?

-  Sim. Minha mamãe fala isso sempre. Ela diz que me pareço muito com o meu papai.

- Ah é?
E onde está o seu papai?

Tenho que parar com essa conversa agora mesmo. Preciso conversar com Guilherme, mas sem a presença da nossa filha, e nem dessa mulherzinha amarga.

- Vamos filha?

- Mais mamãe, eu ainda tô com sede.

- Então vamos comprar sua água, e depois vamos pra casa. Tá bom?
Você deve está cansada.

- Tudo bem, mamãe.
Tchau moço. Você é muito bonito. Sabia?

- Obrigada princesinha.

Guilherme ajeitou sua postura e me olhou nos olhos, esperando uma explicação.
Sei que temos que conversar, mais não aqui, não agora.

- Depois conversamos. Temos muito o que conversar, Cecília.

- Eu sei.

- Aqui o meu cartão, esperarei sua ligação.

Apenas assenti com a cabeça e peguei o cartão da sua mão. Sentir o calor de sua pele, mesmo que por um mísero segundo, ariçou todos os pelos do meu corpo. E posso garantir que ele percebeu isso.

- Tchau Guilherme

- Até breve, Cecília.

Saí de lá às pressas, sentindo o olhar dele nas minhas costas. Comprei a água para Pérola e fomos embora dali rapidamente.

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            (Guilherme Montêz)

Estou até agora em choque pelo o vi aqui. Não acredito que Cecília teve coragem de fazer isso comigo, ela não tinha o direito de esconder de mim sobre nossa filha.
Sim, soube no mesmo instante que aquela menina, era minha filha. Não só pela idade, mais por outro fator muito importante, a semelhança entre ela e eu, a garota é minha cópia.

- O que está acontecendo, Guilherme?
Porque tanta interação com aquela garota? E porque quer conversar com aquela mulher?

- Agora não, Suzan. Vamos para casa, tenho alguns assuntos pra resolver.

- Você não vai me responder? Eu trouxe você aqui pra fazer com que ela fosse expulsa desse Shopping, e acabou que você nem ligou pro que tinha acontecido comigo. Só ficou aí conversando com aquela pirralha e marcando conversa com a puta da mãe dela.

- Chega, Suzan. Me deixa em paz. Se você não quer ir pra casa, ótimo, fica aí, mais eu tô indo.

Minha cabeça já tava doendo, precisava pensar. E a voz de Suzan só tá me deixando mais estressado.
Coloquei as minhas mãos nos bolsos da minha calça e saí andando pro estacionamento, ouvindo as reclamações de Suzan atrás de mim. Só queria me desligar do mundo e não ouvir -la agora, estou cheio de perguntas na minha cabeça. E só Cecília pode responder-las.

- Guilherme, Guilherme volta aqui, não me deixa falando aqui sozinha. Você não respondeu nenhuma das minhas perguntas.
Guilherme, de onde vc conhece aquela mulherzinha?

- Você vai entrar no carro, ou vai ficar aí?

Ela ficou lá fazendo birra com os braços cruzados, então me cansei daquilo, dei partida no carro e saí dali. Pelo retrovisor vi ela se esperniando me chamando, mais no momento não tava com paciência pros ataques de Suzan. Ela que pegue um táxi e volte pra casa, preciso arejar minha mente. E já sei pra onde ir

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Mais um capítulo concluído, amoras.

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