[Eruri] Por quanto tempo?

V - Todas as coisas que você me faz sentir

Esse capítulo passa nos dias atuais, então ele é escrito no presente. Além disso, ele possui um trecho em itálico,  que é um flashback. 
Espero que gostem! Não esqueçam de comentar e curtir!
 

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Levi deita, mas ele não consegue dormir. Ele olha para o teto de seu quarto, escutando os barulhos através da porta fechada. Erwin está acordado e talvez não durma também, ao menos que o cansaço o vença. E ele espera que isso aconteça, porque ele quer muito levantar e tomar uma caneca de chá quente para ver se aquele vazio é estancado de alguma forma.

Não preenchido. Apenas estancado.

Sua mente vai até uma lembrança muito específica. Uma que ele gostaria de não lembrar naquele momento, mas sua memória traz à tona de toda forma.

Era uma noite em março, o restaurante tinha acabado de fechar e uma parte dos funcionários já havia ido embora. Levi tinha ficado, repondo algumas bebidas da adega, enquanto uma parte da equipe terminava de arrumar a cozinha. E então, Erwin chegou, o cabelo jogado para o lado, a camisa branca com alguns botões abertos, um casaco escuro e pesado envolvendo seu corpo. Ele nem mesmo precisava de permissão para entrar, ele tinha acesso livre ao restaurante e todos sabiam, afinal ele era o melhor amigo do dono.

"Hey", Levi começou, pronto para perguntar o que o loiro fazia ali. Havia uma aura ansiosa envolvendo o maior, algo tinha acontecido, ele sabia. Ele conhecia Erwin desde os 18 anos, ele sabia reconhecer os pequenos sinais de Smith. E então ele viu e aquilo quase o fez derrubar uma garrafa de vinho de 700 dólares no chão, só que ele conseguiu se conter a tempo, "O que faz aqui?", ele perguntou mesmo assim, apesar do anel de noivado na mão do outro.

"Eu preciso te contar algo", Erwin continuava parado no lugar, ainda de casaco, ainda sem oferecer ajuda como faria em qualquer outro dia.

Levi guardou o vinho, demorando uns segundos a mais para encontrar o lugar certo. Ele sentia-se tonto e um pouco enjoado. Ele sabia que aquele momento chegaria, por que estava se sentindo assim? Um dia Erwin encontraria alguém e sairia do apartamento que dividiam. Era um caminho óbvio. Com aquele pensamento em mente, ele finalmente se conteve e olhou de novo para o amigo.

"Deve ser importante para você vir aqui no lugar de esperar chegar em casa".

Erwin deu um aceno de cabeça, se aproximou e mostrou a aliança em sua mão. Levi olhou para o anel por alguns segundos e depois para o amigo. O maior o olhava com alguma expectativa.

"Não sabia que você pretendia pedi-la", foi a resposta do menor antes que ele pudesse se conter.

"Ela pediu", Erwin explicou, "E eu aceitei".

"É o que você quer? Se sim, estou feliz por você", mentira. Mentira. Mentira. Oh, que grande mentira. Ele queria dizer que Erwin estava totalmente errado e que ele tinha se apaixonado desde o primeiro momento. Mas ele nunca faria isso, ele nunca colocaria a própria felicidade a frente da de Erwin.

O maior não respondeu, mas Levi não reparou, ele apenas escolheu um bom vinho e o abriu.

"Hey, não precisa", Erwin apressou-se em dizer.

"Claro que precisa, é uma data importante, então vamos comemorar, sim?", Levi sorriu e aquilo foi suficiente para o maior ceder. Os dois sentaram-se no bar e beberam lentamente. Curiosamente, não tocaram no assunto casamento ou noivado ou qualquer coisa do gênero. Eles falaram sobre outras coisas e na segunda taça, voltaram ao seu normal, esquecendo o que levou Erwin até ali.