O Filho Da Escuridão

cap 5 - O pacto

março
Ano de 1997
Los Angeles

Alina

Era mais uma noite de chuva, e novamente enfrentávamos o frio e a fome, enquanto Daniel trabalhava nas ruas em busca de algum dinheiro para nós dois. No entanto, mesmo com seus esforços incansáveis, a miséria ainda era nossa companheira constante.

Meus pais nunca aceitaram nosso casamento, mas o amor que sinto por Daniel transcende qualquer dificuldade financeira. Estar grávida de quatro meses tem sido um desafio, pois minha saúde e nutrição estão comprometidas.

Lembro com amargura do tempo em que tínhamos recursos financeiros e tentamos investir em uma empresa em Los Angeles. Infelizmente, o fracasso da empreitada nos deixou sem dinheiro, e desde então, estamos presos na armadilha da pobreza.

Apesar do apoio incondicional de Daniel, não consigo mais suportar essa existência precária. Por isso, decidi arriscar tudo em uma ideia que sei que ele não aprovará. É nossa única chance de abrir uma empresa de sucesso e escapar dessa situação.

Esta noite, revelarei meu plano a ele, e se ele não concordar, estou disposta a seguir adiante, mesmo que seja às escondidas. O desejo de mudar nossa realidade é mais forte do que qualquer obstáculo que possa surgir.

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Daniel chegou já era tarde da noite e eu não queria sobrecarregá-lo; ele estava muito cansado para isso. Amanhã contarei a ele.

No dia seguinte, levantei-me antes dele para preparar o café que ele toma antes de sair, como de costume.

Ele se levantou, tomou um banho e foi para a cozinha tomar o café e comer um biscoito de água e sal.

Enquanto comia, tentei conversar com ele sobre o assunto de ontem.

— Queria conversar com você sobre um assunto importante — disse, um pouco apreensiva, até porque sabia que o que iria propor era demais...

— Pode dizer, amor. — Disse ele com uma voz doce.

— Eu pensei em algo que pode melhorar nossa vida para melhor, Daniel. — falei, nervosa.

— E o que seria essa coisa? — Perguntou ele, curioso.

— Já que moramos perto da encruzilhada, poderíamos fazer um pacto com o diabo... — disse, apreensiva.

— Alina, eu não acho que seja uma boa ideia. Não vamos piorar nossa vida mais do que já está, né?

— Mas nossa vida vai melhorar, amor, pode ter certeza.

— Já dei minha opinião sobre isso, Alina. Eu já disse que não é uma boa ideia. — Percebi que ele estava ficando irritado.

— Tá bom, não vou fazer. — Pelo menos eu queria que ele pensasse isso.

— Ótimo, estou indo. — Ele se levantou e me deu um beijo de despedida.

— Tenha um bom dia, amor. — Disse a ele enquanto o acompanhava até a saída.

O dia transcorreu normalmente, senti muitas dores na barriga por conta da gravidez, mas para mim isso é normal.