Eu estou em frente a um internato e não sei o que eu faço. Eu entro? Eu peço informação? Se eu pedir informação, como e o que eu vou falar? Tem como voltar para a casa? Acelerar o tempo? Eu não quero estar aqui mais não. E se eu voltar? Eu preciso decidir logo, vai ficar mais estranho a cada segundo que eu passo aqui em pé. Eu sou tão estranha, mas quem liga? Eu sou menor que um pó no universo, então se somos seres insignificantes por que eu ainda me importo com isso? E por que as pessoas se importam também? Que merda. Só anda ou faz alguma coisa.
Cecilia pensa demais. São, no mínimo, mil pensamentos por minuto, e com razão. Ela aprendeu que as pessoas te julgam, e aprendeu isso muito nova.
A pequena escritora sabe que não tem um corpo perfeito, mas parece que todos os olhares estão sempre nela. Esqueça isso, levante a cabeça e siga em frente, o mundo não gira em torno de uma só pessoa não é? Então porque a humanidade nos faz ter tantas inseguranças? Eu também queria saber disso.
O colégio interno era grande, bonito e passava uma vibe de dark academia, isso despertou o interesse da nossa protagonista.
Ela entra rapidamente na escola, com suas duas mochilas e sua mala. Os outros alunos a olhavam enquanto Cecilia passava, parece que não tinha nada de novo naquele lugar, tanta coisa para olhar e seus olhos tinham que ir exatamente para ela? Mas que raios! Apenas olhe para baixo e continue andando, tudo já está péssimo, então tem como ficar pior?- Oiii Tudo bem? Você é nova né? Já conheceu a escola? Meu nome é Giulia, sou do 1 A e você? - E tem como piorar sim. Essa menina brotou da onde meu Deus? E onde ela tirou essa alegria? São sete horas da manhã, ninguém tem o direito de ser feliz às sete horas da manhã! NINGUÉM.
- Hã? Oi - Cecilia esfrega o olho direito com uma mão enquanto a outra segura as mochilas e a mala. Como essa loira consegue estar com um cabelo ondulado perfeito? A nossa protagonista, em comparação parece um zumbi ou uma pessoa que acabou de sair da cama, ela estava... Terrível.
- Oi, você não parece bem, vamos se anime! Vou te mostrar o seu quarto! - Giulia era incrivelmente extrovertida e energética, parece um golden retriver ligado no 220. De aparência, eu vou apenas descrevê-la como uma garota de 1.58 de altura, cabelo ondulado, caramelo e que surpreendentemente está bem arrumado, olhos castanhos? Eu sei lá, só quero ir pro meu quarto e ir dormir, tô cansada de ver a sociedade por hoje.
A criança ligada no 220 me puxa "delicadamente" até uma escada e depois me guia até um corredor.Aqui, aparentemente eram os dormitórios. Nessa escola era muito comum a cor verde e marrom, misturando um estilo moderno, vitoriano e vintage. A loira para e aponta para atrás de mim.
- Lá atrás são mais dormitórios, mas eles não são separados por gênero, pois tem poucos quartos. Mas enfim, no andar de baixo temos a biblioteca e as outras coisas do internato. E o meu quarto é o número seis, e para descobrir o seu, você tem que ir lá na coordenação. - Ela se aproxima e sussura no meu ouvido. - A sala mais perigosa da escola!
Eu cruzo os braços e olho para ela com uma cara de "É sério isso?".
- É apenas a coordenação, não é preciso ter tanto medo assim. É tecnicamente o local onde adultos responsáveis trabalham certo? Não há o temer.
> Na Coordenação <
A porta estava aberta, e era possível ver os funcionários. Eles tiram o olhar do computador e dos papéis, encarando a pequena escritora como se analisasse o fundo da alma dela.- Oi... éh... Tudo bem aí? Eu vim aqui, pedir o... número do meu quarto né? Hehe - As mãos dela estavam se mexendo nervosamente, na tentativa de se distrair enquanto ela dava um pequeno sorriso, para aliviar aquele clima ruim (aquele clima de bost-).
- Tá - Uma das coordenadoras me responde seco, e logo os olhares dos outros funcionários voltam para os seus afazeres. Minha presença é tão insignificante assim? - Qual é o seu nome?
- Cecilia, Cecilia LeBlanc - Eu gostaria de xinga-la, mas eu não estou afim de sujar a minha imagem no primeiro dia.
A salafraria- quero dizer, uma das coordenadoras me entrega o papel, que eu pego "delicadamente" e saio daquele cômodo, batendo o pé levemente e irritada. A loira caramelizada (eu vou dar muitos apelidos para ela ainda, e para os outros também. Me aguentem) segue atrás de mim:
- Eu não te disse? Aquele povo é sinistro! - Ela me segue com uma risadinha, enquanto meu humor estava puro trevas e eu queria enviar aquele maldito papel pela garganta daquela coordenadora. É como minha vó diz: é de morrer de catapora! - Eu não te disse? Hein?
- éh, disse. - Falo com raiva, enquanto a Giulia se sente vitoriosa.
- Eu sou incrível não sou? - E irritante também.
- Confia.
- Hey! Eu ouvi isso! - Eu rio baixinho enquanto analiso o papel em minha mão, com o número do meu quarto. Sim, a Giulia é bem irritante e orgulhosa, mas é um irritante legal. É aquela situação: Você é tão chato, mas tão chato que é legal.
Andamos até aquele mesmo corredor de antes. Meu quarto era o último, tipo, o último dos últimos! Então eu paro de andar e coloco uma mochila nas costas, a outra no ombro e eu seguro a mala com a mão direita, enquanto carrego o papel com a mão direita.
- O meu quarto é o último, do dormitório inteiro... Então... Nos vemos amanhã? Sei lá? - tiro o meu olhar do papel e olho para a criança energética. Ela sorri e coloca as mãos na cintura, confiante.
- Beleza então, até amanhã! - Ela acena para mim, e eu apenas me viro e tento subir as escadas. Oferecer ajuda que é bom ninguém quer né? É tudo eu nesse dormitório.
> No último andar da escola, depois de 1 hora carregando duas mochilas pesadas e uma mala <
Cecilia já estava com o humor ruim, então agora, o humor tava mais negro que a própria cor preta! Qualquer indivíduo que aparecesse agora, ela iria xingar e humilhar tanto, que qualquer pessoa iria sair traumatizada dali.
- É o caralho mesmo. Escola de rico e ter que subir escada- Antes que eu possa continuar reclamando, um menino, de cabelo cacheado com as pontas verde, olho castanho e com um traje esportivo, com duas raquetes e uma bola de Ping Pong na mão me interrompe. Pobre indivíduo.
O cabelo dele era exatamente isso aqui:
- Você sabe que tem elevador aqui né?-- NÃO INTERESSA!
- Caraca menó, agressividade... Bem que dizem que segunda feira é uma merda. - ele pega a chave do quarto dele e entra, surpreso com o meu humor "amigável" e fecha a porta. Eu falei que eu não tava bem hoje.
Eu abro a porta do meu quarto e vejo uma cama, um quarda roupa sem nada e o quarto completamente vazio. A única parte boa, era que esses "quartos" eram como mini apartamentos, tinha o banheiro, o quarto e um pequeno escritório. Você podia decorar como bem quisesse, contanto que não coloque foco ou quebre uma parede.
Eu deixo a minha mala e minhas mochilas em um canto, tomo banho, me troco e vou direto para a minha cama. Amanhã eu arrumo o meu quarto, eu já me estressei o suficiente hoje.
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Os Observadores - Cecilia LeBlanc
Science Fiction"Nós, observadores, somos expectadores de um mundo que está se auto destruindo. Somos mais que uma equipe, somos uma família de sobreviventes" - Cecilia LeBlanc Os Observadores são livros com muito suspense e ficção, onde cada livro conta a...