Boneco De Argila Parte 1

19 1 0
                                    

- Eu não entendo, está havendo tantas mortes e o detetive não teve nenhum sucesso até agora. Além disso aquela flor de lótus deve ter algo por trás, eu sei disso. - Cecilia estava deitada na cama dela, pensando em todos os problemas que existiam e permaneciam no internato.

      Era de manhã e a nossa protagonista havia acabado de acordar. Hoje, finalmente a escola começa, são cinco horas da manhã, para a aula começar as seis horas. E o pior: tem aula nos sábados! Isso deveria ser proibido mundialmente.
      A pequena escritora coloca o uniforme da escola, escovallos dentes, arruma o cabelo e come uma bolacha que ela comprou ontem e anda pelo corredor, a caminho da sala de aula.
      Enquanto passava ela vê Aleph, um menino de 1.90 de altura, cabelos negros como ébano e uma mecha pintada de vermelho, ele usava o uniforme acompanhado da touca dele, que tinha um desenho de caveira e era da cor cinza.
Ele era introvertido, tímido e quieto, tendo como o talento as práticas de desenhar.

                             * * *

      Eu acho ele alguém legal, mas eu já tentei falar com ele antes e ele apenas disse uma frase curta e saiu andando. Se eu fizer amizade com ele, que fique sabendo que vai ter vingança disso aí, iguinorar alguém não é legal! Na verdade foi rude da sua parte.
     Enquanto eu passava no corredor eu dou um pequeno aceno e falo um "oi" e saio andando com a minha mochila nas costas. Ele me dá um oi também (embora tenha sido em um tom bem baixo).
     Lembro-me que ele usa óculos, e na educação física, na queimada, jogaram a bola acidentalmente na cara dele, fazendo tirar aquela lente do óculos dele. Por sorte, ele tinha um óculos reserva (eu ri, mas depois eu realmente me senti mal por isso, mas isso é um segredo que apenas vocês vão saber. E se serve de consolo amigo, eu rio da minha cara também).
      Enquanto eu ando, reparo que o chão estava... Tremendo? Não, as pessoas não estavam desesperadas, eu... Era a única que estava enxergando isso? Então eu fecho meu olho com força e o abro novamente, tudo estava normal. Normal demais.
      Eu chego na sala de aula e me sento na fileira do meio, pois tinha a melhor visão. Aleph sempre se sentava no fundo, Giulia se sentava a meu lado direito (para conversar durante a aula), enquanto Kaile (amigo do Aleph) sempre se sentava na frente, ninguém sabia quem era a mãe dele e o pai dele, e ele sempre pulava o assunto quando perguntava ou nem respondia.
      A única pergunta pessoal que fizeram para ele e que Kaile respondeu foi que ele tinha um irmão, que se chamava Salém.
Em geral, eu descreveria o Kaile como uma pessoa amigável, que usa óculos, cabelo ondulado e curto. Ele gosta de interagir, mas é estranho de de vez em quando.
    Enquanto eu estava distraída em meus pensamentos, o mesmo menino que falou comigo no primeiro dia se senta ao meu lado esquerdo, pegando o material escolar na mochila fale e colocando-o em cima da mesa, antes que o professor comece a aula.

- Bom dia! Ainda está estressada? Ou você estava naqueles dias? - Ele pergunta com um pequeno sorriso e uma sobrancelha levemente levantada.

- O meu humor muda constantemente, e aquele dia não estava sendo um dos melhores. - Eu viro a minha cabeça para a frente, só de pensar em ter um assasino entre nós me deixa desconfiada de qualquer um. E eu estou com medo também.

O garoto ao meu lado respira fundo, pensando no que falar até que ele tem uma ideia:

- Meu nome é Nathaniel, mas me chamam de Edu ou Eduardo, pois acham que eu combino mais com esse nome. E você? - Eduardo ainda mantém o típico sorriso dele.

- Meu nome é Cecilia, mas me chamam de Cê ou de Ceci.

- Qual é o seu animal favorito?

- Raposa.

- Ótimo, então eu vou te chamar de Raposinha do Grau! Qual é o seu número? - Edu pega o celular dele, já adicionando o meu novo apelido. Eu passo meu número para ele, ainda pensando no apelido.

- Já te mandei um "oi".

- Por que Raposinha do Grau?

- Porque você gosta de raposas e o "Grau" é pra meme. Vamos, fique de bom humor, o dia tá tão lindo lá fora! E eu fiquei sabendo que esse professor é gay... - Ele sussura a última frase no meu ouvido e eu dou uma risada sincera.

    O professor olha para nós dois, e eu dou meu máximo para não rir na cara dele. Maldito seja! Logo eu que tenho crise de riso!

- O que aconteceu? - Giulia pergunta para nós dois, querendo saber da fofoca.

     Nathaniel rouba um post it meu e escreve o assunto.

- Hey! O que é isso? Virou Rio de Janeiro agora? - Eu cruzo meus braços, em tom de deboche. Ele ri e entrega para a Giulia que lê e olha para nós dois.

- Como vocês sabem disso? - Ela pergunta, rindo um pouco e surpresa.

-  Eu tenho minhas fontes. - Edu faz um joinha com a mão para um aluno da primeira fileira da sala de aula. Isso parece um filme de agentes.

    Atrás de nós, estava uma menina de cabelos pretos e lisos, uniforme do internato, e uma maquiagem bem feita, unhas feitas e um sapato caro.

- Vocês deveriam ficar quietos e assistirem a aula. - Ela fala com grosseria, aparentemente irritada.

- Okay, okay, estressadinha dois. - Eduardo diz dando uma pequena risadinha. Ao lado dele estava o Pedro Freitas, ele sempre coloca um óculos durante a aula, pois assim, ele poderia dormir enquanto o professor ensina a matéria.

Giulia me entrega um post it:

    Eu leio e amasso o post it com a minha mão esquerda antes que Evie possa ler

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

    Eu leio e amasso o post it com a minha mão esquerda antes que Evie possa ler. Talvez eu devesse me afastar dessa garota...
     Após eu pensar nisso, Evie suspira cansada, como se algo tivesse acontecido com ela e que ela já estivesse acostumada.
De qualquer forma, eu me senti mal por pensar disso dela, mas se Evie fosse alguém perigoso, eu deveria me afastar para não me meter em problemas, certo?

    Depois das aulas, eu ando pelo corredor do dormitório, para chegar a meu quarto até que vejo Kaile, de capuz e de calça jeans enforcando um aluno com as próprias mãos. Quando a vítima cai no chão, já morta, Kaile olha para mim, e vejo que os olhos dele estavam sem vida, como se toda a humanidade dele tivesse sumido.
Embora a minha mente estivesse em pânico, minhas pernas foram automaticamente um passo para trás. E eu percebi, que era hora de correr para sobreviver.

                            * * *

    O corredor estava vazio e havia apenas duas pessoas correndo, Kaile e Cecilia. Ela corria desesperadamente para o quarto dela, para salvar a sua própria vida!
     Faltava pouco, muito pouco. De repente, Cecilia cai, justamente quando estava a um metro de distância da porta...

Os Observadores - Cecilia LeBlancOnde histórias criam vida. Descubra agora