🝮.•𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟐𝟓...𝑭𝒊𝒏𝒂𝒍𝒎𝒆𝒏𝒕𝒆

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                       𝐁𝐄𝐋𝐋𝐀𝐃𝐎𝐍𝐀.𝘃𝗶𝘀𝗶𝗼𝗻



Já fazia cerca de uma semana que eu e Clarisse tentávamos voltar como antes. Em todos os momentos que passamos juntas, eu sentia aquela voz em minha cabeça dizendo para me manter firme sumir. Clarisse me respeitou, como sempre fez. Não forçou nada a nenhum segundo, me fazendo companhia apenas como uma boa amiga.

Eu tentei manter isso por mais tempo, mas não conseguia. Todo aquele tempo ao lado dela, sem toca-la, sem beija-la...era torturante. E quem eu queria enganar afinal? Eu jamais conseguiria passar tanto tempo longe de Clarisse, não importa o que ela fizesse. Foi um milagre eu ter aguentado uma semana.

Agora, eu estava sendo guiado por um lugar que eu não sabia, já que Clarisse me vendou. Até tentei fazê-la desistir da ideia, mas ela ameaçou arrancar meus olhos já que eu não poderia ver para onde íamos. Então achei a venda uma opção mais...confortável.

Com certeza estávamos fora das fronteiras do acampamento, já que estávamos dentro de um táxi que Clarisse havia pedido. Mexia em meus dedos, ansiosa, pensando em todas as possibilidades de onde íamos.
O carro parou, e pude ouvir Clarisse pagando o motorista, e logo sem seguida me ajudando a sair do táxi. Seus braços me rodearam, me fazendo sentir seu corpo em minhas costas, o que me fez arrepiar.
- Pronta?
Ela sussurrou em meu ouvido, e eu murmurrei em concordância. Clarisse desamarrou a venda, que assim que o pano caiu, pisquei repetidamente ao tentar me acostumar com a claridade.
Levantei meus olhos, encarando o grande lugar em minha frente. O teatro estava com diversos pôsteres nas paredes, mostrando as opções de peças, o bilheteria constantemente atendendo novos clientes que compravam os ingressos para suas peças. Encarei o local paralisada, maravilhada com tudo aquilo.
- Disse que nunca tinha ido a um teatro, quando estávamos em missão. - Ela sussurrou, suas mãos acariciando levemente minha cintura. - Então achei que já estava mais do que na hora de mudarmos isto.
Senti um nó se formar em minha garganta, meus olhos arderem com as lágrimas se formando em meus olhos. Engoli o seco, tentando dizer algo.
- Como lembrou disso?
A questiono com a voz rouca.
- Eu jamais esqueceria de nenhum mísero de algo sobre você.
Clarisse sussurra, apoiando a cabeça em meu ombro. Soltei um suspiro trêmulo, balançando a cabeça em negação, um soluço me escapando. Clarisse hesitou, se afastando levemente, mas não o suficiente para deixar de me abraçar.
- Inferno Clarisse! Eu tô tentando fica brava com você!
Resmungo, sentindo as lágrimas rolarem por minhas bochechas. Clarisse relaxou instantemente, soltando uma risada nasalada enquanto me virava para ficar de frente para a mesma.

Nossos olhos se encontraram, e ficamos nos encarando por um tempo, sem dizer nada. Até que eu finalmente me rendo, jogando os braços em volta de seu pescoço e a beijando. Clarisse pareceu surpresa de início, mas logo senti suas mãos grandes para da minha cintura, a apertando com firmeza e me puxando para mais perto, colando nossos corpos.

Não nos importávamos de estar no meio da rua. Não existia mais nada no mundo agora, apenas eu e ela. O beijo foi carregado de saudades, desejo reprimido e amor, tão puro que senti que eu poderia explodir.
Ao nos separarmos, permanecemos de olhos fechados, as testas juntas e com só que isso bobos no rosto. Me afastei levemente, abrindo os olhos para encara-la. Senti um arrepio correr minha espinha aos seus olhos escuros me encararem de volta.
- Me perdoa. - Sussurrei, um soluço me escapando da garganta. - Eu não deveria ter feito tudo isso, eu deveria ter entendido o seu lado. Eu não consigo ficar sem você, Clarisse. Por favor, me perdoa...
A morena sorriu levemente para mim, se aproximando e começando a beijar todo o meu rosto, até chegar em meus lábios, onde ela deixou um selar demorado, antes de se afastar e sorrir.
- Eu também não deveria ter demorado tanto para te contar, eu entendo você. Está tudo bem bruxinha.
Clarisse diz retirando uma de suas mãos de minha cintura para levar até meu rosto e secar minhas lágrimas. Sorri para a mesma, a abraçando logo em seguida. A filha de Ares retribuiu, enterrando o rosto em meu pescoço e me apertando com força contra si.

𝐅𝐈𝐋𝐋 𝐓𝐇𝐄 𝐕𝐎𝐈𝐃Onde histórias criam vida. Descubra agora