•.🝮𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟏𝟕...𝑻𝒆𝒏𝒕𝒂𝒕𝒊𝒗𝒂 𝒅𝒆 𝒉𝒐𝒎𝒊𝒄𝒊𝒅𝒊𝒐

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𝐁𝐄𝐋𝐋𝐀𝐃𝐎𝐍𝐀.𝘃𝗶𝘀𝗶𝗼𝗻



Já fazia cerca de um mês e meio desde tudo aquilo, e foram as melhores da minha vida. Eu e Clarisse concordamos em não deixar nada muito claro para os outros ainda, contar apenas para nossos amigos mais próximos, pelo menos até que estivéssemos realmente juntas.

Clarisse foi ainda mais cuidadosa do que eu pensei que ela conseguiria. Obviamente, quando estávamos em público, ela mantinha a mesma carranca de sempre, amedrontando qualquer um. Mas quando estamos sozinhas, era como se ela virasse outra pessoa. Por incrível que pareça, Clarisse era bem grudenta, não que eu esteja reclamando, é óbvio. Ela necessitava estar me tocando a todo tempo, seja com um leve roçar de dedos, quando ela passava por mim, ou com abraços de urso apertados e aconchegantes.

Nesse exato momento, estávamos sentadas em um lugar escondido da floresta, que até onde eu sabia, apenas nós conhecíamos e íamos ali. Eu estava sentada entre as pernas de Clarisse, apoiando meu corpo no seu, enquanto ela se recostava no tronco de uma árvore. Seus braços fortes me rodeavam, me apertando contra si enquanto ela apoiava a cabeça em meu ombro, respirando em meu pescoço e me fazendo arrepiar.
- Cachinhos, desse jeito vai acabar morrendo sem ar.
Sussurro para a mesma rindo, que apenas resmungou e afundou ainda mais o rosto em meu pescoço.
Sorri abertamente, pondo minha mão sobre a sua, mexendo nos anéis de prata em seus dedos que não combinava nem um pouco com as pulseiras de miçangas coloridas, as quais eu descobri que foram seus irmãos mais novos que fizeram, assim como seus colares.
- Estou falando sério, Clarisse. - Digo rindo.
Um arrepio correu por minha espinha ao ela deixar um selar na curvatura de meu pescoço, antes de finalmente levantar a cabeça e me olhar. Virei levemente meu pescoço para que eu pudesse vê-la com mais clareza.
- Eu não me importo. Eu tenho você aqui comigo, então nada mais é importante.
Contive um sorriso apaixonado (ou a menos tentei), olhando nos olhos escuros e brilhantes da morena.

Meu coração quase explodiu em peito com o sorriso que transbordava de alegria em seu rosto. Clarisse começou a beijar todo meu rosto, bochechas, testa, pálpebras, tudo, me fazendo rir pelas cócegas. Até que ela chegou meu meus lábios. Ao senti sua boca contra a minha, me derreti em seus braços, me permitindo ser vulnerável. Ela era a única que me fazia sentir assim, me sentir segura para mostrar quem eu sou, todos meu acertos e falhas. Não havia dia que eu não agradecesse aos deuses por tê-la para mim.

Nos separamos, sorrindo como duas idiotas uma para a outra. Clarisse levou sua mão até meu cabelo, acariciando o local enquanto analisava meu rosto. Por um tempo, apenas ficamos ali, nos encarando e admirando cara traço uma da outra em um silêncio confortável.
- Eu tenho uma surpresa para você.
Ela sussurrou, me fazendo franzir o rosto com um sorriso.
- Uma surpresa?
Ela assentiu levemente. Clarisse pôs a mão no bolso do short jeans, puxando um papel dobrando em um pequeno quadrado.
- O que é isso?
- Isso é uma carta.
Sorri para a mesma, olhando o pequeno papel em sua mão.
- Da minha mãe.
A encarei subitamente, completamente paralisada pela surpresa.
- O que?
- É uma carta, da minha mãe. Chegou hoje de manhã.
Engoli o nó em minha garganta, sentindo uma leve ansiedade corroer meu peito.
- Q-que bom! Eu acho...
Clarisse riu, abrindo a carta em minha frente, sem tirar seus braços de mim, pondo em minha frente para que eu lesse.
- Talvez, muito talvez. Eu tenha comentado que eu conheci uma pessoa muito especial para mim aqui no acampamento.
Ela sussurra em meu ouvido, conforme leio a carta sem acreditar. Clarisse deu um leve beijo em meu ombro, antes de continuar.
- Ela quer me conhecer?
Sussurro desacreditada. A cacheada soltou um ruído em concordância, me olhando com um leve sorriso. Terminei de ler a carta, arregalando os olhos para a última linha.
- ELA QUER ME CONHECER ESSA SEMANA!?
Me virei para Clarisse assustada, que tinha um enorme sorriso nos lábios. Eu realmente não esperava ter que fazer isso não cedo.
- Ela vai comprar as passagens hoje e enviar para Quíron ainda hoje. Ela disse que vai comprar duas a mais, caso queira levar alguém.
Pisquei repetidamente, atordoada. As palavras ainda rodeavam minha mente, me deixando tonta.
- M-mas já!? Clarisse, não acha que é muito cedo?
- Não. - Ela diz simplesmente. - Por mim, você já teria conhecido minha família toda a muito tempo.
Pisquei atordoada, processando tudo.
Eu ia conhecer a mãe de Clarisse. Puta merda! Eu nem sabia o que dizer.
A morena segurou meu rosto com cuidado, acariciando minhas bochechas e me fazendo encara-la. Ela tinha um certo receio em seus olhos.
- Bella, você não precisa ir se não quiser. Eu faço uma chamada de Iris com ela e nós adiamos para quando você realmente se sentir confortável! Eu não quero que faça nada que não queira, meu amor!
Sorri minimamente com o cuidado em suas palavras. Me aproximei da morena, beijando seus lábios com paixão. Ao me afastar, beijei a ponta de seu nariz, a fazendo sorrir.
- É claro que eu quero conhecer sua mãe, cachinhos. Eu só não...esperava, que fosse tão cedo. Você realmente me pegou de surpresa!
Ri sem fôlego, e a garota fez o mesmo. Clarisse apoiou sua testa contra a minha, olhando no fundo dos meus olhos enquanto colocava uma mecha de meu cabelo escuro atrás de minha orelha.
Clarisse era tudo pra mim, era o relacionamento mais puro que já tive, e eu nunca irei me cansar de seus olhares apaixonados e seu sorriso brilhante. Porém, logo o nervosismo me dominou, me fazendo afastar levemente.
- E se ela não gostar de mim, Clarisse?

𝐅𝐈𝐋𝐋 𝐓𝐇𝐄 𝐕𝐎𝐈𝐃Onde histórias criam vida. Descubra agora