𝐅𝐈𝐋𝐋 𝐓𝐇𝐄 𝐕𝐎𝐈𝐃

•.🝮𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟏...𝑸𝒖𝒆 𝒎𝒆𝒓𝒅𝒂 𝒆́ 𝒆𝒔𝒔𝒂?

𝐌𝐈𝐍𝐇𝐀 𝐕𝐈𝐃𝐀 𝐍𝐔𝐍𝐂𝐀 𝐅𝐎𝐈 𝐔𝐌 𝐂𝐎𝐍𝐓𝐎 𝐃𝐄 𝐅𝐀𝐃𝐀𝐒, e eu também nunca esperei que isso mudasse. Mas também não torcia para isso piorar. De uma hora para outra, meu mundo virou de cabeça para baixo. O que eu achava que era mito, era real, quem eu achava que era confiável, não era. É confuso, eu sei, mas eu vou explicar. Então vamos voltar para o início.

Ser a excluída da escola me ensinou diversas coisas úteis. A primeira é que sempre tem um esconderijo em algum lugar, se você procurar direito. A segunda é que as pessoas podiam ser extremamente burras e ingênuas, se você souber manipula-las da maneira certa. E a terceira é que ficar sozinha nem sempre é tão ruim assim.

Estuda na Royalty Academy desde os meus 5 anos, quando fui expulsa da minha antiga escola por roubar o colar de uma das minhas colegas. Aqui era uma pegada mais internato. Dormia na escola nos dias de semana e aos finais de semana voltava para casa. Eu gostaria de não poder voltar, mas eu não tinha essa opção. A Royalty era uma escola cheia de patricinhas esnobes e mauricinhos paspalhões, que amavam esbanjar suas riquezas. Graças a Deus eu passava tanto tempo escondida, que eles simplesmente não se importavam o bastante comigo para me perseguirem igual faziam com os outros alunos que não estivessem em seu nível social e financeiro. Nunca me incomodou ser sozinha, muito pelo contrário, sempre fui péssima em lidar com as pessoas, então era um alívio não ter que interagir com ninguém. Eu pensava assim até conhecer Grover.

Ele entrou na escola a cerca de dois meses, nos conhecemos quando ele fugia de garotos que queriam enfiar sua cabeça na privada como um "presente de boas-vindas". Eu o ajudei, levando-o para um de meus esconderijos. Nossa amizade fluiu como um rio. Ele não parecia se importar com as minhas respostas curtas e atravessadas, ou meu jeito agressivo. Ele respeitava a mim e ao meu espaço. Foi aí que eu percebi que ter um amigo poderia ser legal.

Era hora do almoço, eu e Grover estávamos no telhado, como de costume. Sempre almoçamos lá, para fugir de todos aqueles herdeiros metidos. Mas parece que dessa vez não deu muito certo. Conversávamos sobre mitomagia, um jogo relacionado a mitologia grega. Quando descobri que Grover também era fã, gostei ainda mais dele. Eu amava mitomagia. Gostava tanto que as vezes, via alguns dos personagens que via nas cartas do jogo na vida real, nas ruas. Talvez eu devesse dar um tempo disto, antes que fique esquizofrênica de uma vez.

Ouvimos a porta do telhado se abrir e risadas ecoarem.
- Olha o que temos aqui! O manco, e de brinde a esquisita!
Revirei os olhos para o dono daquela voz, sem e dar o trabalho de me virar para ver quem era.
- Chuck você não tem nada melhor para fazer não? Sua voz é irritante.
Chuck era colega de sala meu e o Grover, é um complemento insuportável. O pai dele era sócio do maior cassino de Long Island, então ele era podre de rico. Ele lembrava muito o Nick de Heartstopper fisicamente. Mas com o rosto do Dobby, e a mente do Draco de Harry Potter (eu ofendi o Dobby e o Draco, eu sei, mas não havia como definir ele de outra forma).
- Olha só, a esquisita tem língua! - Seus capangas riram ao seu lado. Um bando de baba ovos.
- E você pelo visto não tem cérebro!
Rebati. Grover parecia uma cara, tremendo ao meu lado.
- N-não queremos confusão!
- Q-q-que pena! - Chuck zombou.
Ele fez um gesto que fez seus capangas virem até nós. Dois me levantaram e me prenderam firmemente, os outros dois agarraram Grover e o arrastaram para longe de mim.
- Ei! Solta ele seu dragão de cômodo! Ficou maluco!? - Esbravejei me debatendo.
Grover não tinha como se defender. Ele era baixo e magricelo, isso sem contar com sua perna deficiente. Além disso, eram cinco contra dois, era covardia.
- Hm...acho que eu não tô afim! Mas não se preocupe, você vai ficar aqui a todo momento, olhando para o seu amiguinho.
O loiro tirou um soco inglês do bolso, os encaixando nos dedos da mão direita. Grover estava pálido, parecia que ia desmaiar a qualquer momento.