Capítulo - 3 Jéssica E Vanu

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Até que numa bela tarde Jéssica estava completamente enroscada no seu lugar, a apreciara rua e o som do Outono que chegava.

Pareceu-lhe sentir no seu ouvido a voz de Vanu, a rosar e a dizer quando Outono chegar e nossos olhares se cruzarem na negritude profunda do escuro, no verde daquela calçada meu olhar dirá tudo, minhas palavras serão inúteis, meu pensamento vai parar meu tempo vai retroceder, minha voz vai ecoar teu eu vai acordar, não haverá dor, doutrora. Nossas sombras vão juntos caminhar, nossos olhar serão um só, nossos corações terão a mesma pulsação, nosso amor será nossa religião, nosso beijo será profundo e gostoso.

O clarão do dia trazia novos ares e as lembranças do passado já tiveram evaporado, ficara somente a carta que a mãe deixou para entregar ao grande amor de Jéssica.

Alguns minutos depois Jéssica entrou no quarto, e pela janela, olhava a rua principal, mas o dia estava tão normal, que para Jéssica tudo parecia monótono. O seu primeiro pensamento ao entrar em casa foi rebuscar nos pertences da mãe dela a carta que esta tivera deixado para entregar ao seu grande amor, Jéssica fixava seriamente os olhos naquela carta esperando que um dia destes no portão da casa a voz de Vanu suasse para lhe mostrar então o último pedido da sua sogra, inocentemente ela não esperava, que para além de sogra, era também o antigo amor de Vanu.

Até que do outro lado do oceano Vanu decidiu partir, porque já tivera esperado tanto tempo e Jéssica não tinha dado nenhum único sinal, apenas um súbito telefonema, cuja chamada caiu.

Vanu perguntava-se sempre o que fiz a aquela miúda? Que não dá nenhum sinal será que ela não resistiu ao ver a mãe partir, e sucumbiu com ela, ou será que ela estará morrendo de desgosto pela perda e já não quer mais saber das juras, dos abraços e das promessas que trocamos quando tivera partido.

Até que em pleno dia das bruxas Vanu decidiu partir de Copacabana para nova Lisboa para rever seu amor, era noite quando Vanu chegou à nova Lisboa e foi directamente ao hotel descansar, para no dia seguinte, caminhar pela cidade a procura de Jéssica.

Somente algumas pessoas da cidade sabiam do nosso romance, mas muitos deles já não viviam no bairro que me consagrou amor fugitivo. Alícia também tinha mudado de endereço antes mesmo de morrer, os anos tinham passado e a cidade mudadra muito. Por isso, perdia-me naquele turbilhão de ruas, de árvores e jardins.

Quando atravessei a rua principal da cidade, já perdido e com todas as esperanças deitadas por fora, comecei a render-me e a aceitar que tinha perdido para sempre o segundo grande amor da minha vida, enquanto passeava pelas ruas marcadas pelas lembranças delas, vinham-me lembranças de Alícia e de Jéssica, minha mente cessou de pensar em qualquer outro acontecimento, que não tivesse a ver com Alícia e Jéssica.

Jéssica abria a janela que dá a rua principal, o vento não a deixava, empurrava-a para o lado de dentro, puxou todo o seu fôlego, juntou todas as suas forças, lembrou nos olhos de seu amor chorando enquanto ela partia, puxou pelas lembranças lindas da mamãe sorrindo, empurrou com toda força para o lado contrário a janela e abriu-a.

Vento como era forte levantava o seu cabelo, para cima, e levava o cheiro de perfume na mesma direcção que Vanu passava.

Vanu sentiu o cheiro do perfume dela passando pelas ruelas contagiando a cidade, pronunciando que havia em qualquer lado em qualquer esquina uma solteirona, Vanu desviou o passo dos seus pés para esquerda de onde vinha, o cheiro do perfume de seu amor e sentia vozes de longe, era Jéssica que apreciava pela janela do seu quarto as crianças brincando, Jéssica sorria com elas, as crianças brincavam em plena chuva miúda, jogando bica bidão, jogando Somália.

Amor proibido   E      IncestuosoOnde histórias criam vida. Descubra agora