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Oii amores. Queria fazer um adendo aqui e relembrar que o gênero de Charli é flúido, ou seja, há uma fluidez entre os gêneros, podendo haver a mudança de pronomes ao depender de como a pessoa se sente no momento, seja como mulher, homem ou não binário.

Eu espero que a mente de vocês seja aberta para isso, pois vejo muito gente zoando pessoas não binárias e seus pronomes. Vamos respeitar e tentar se colocar no lugar do outro. Como se sentiria se te chamassem de algo que você não se identifica? Com o pronome contrário? 

Nesse capítulo Charli é ele e vou deixar em itálico para vocês perceberem melhor e se adequarem a mudança do pronome feminino.

Outra coisa é que, as pessoas da fic vão errar o pronome de Charli, afinal é algo novo na família, e isso é bem comum no começo. 

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POV Lauren

Meu dia se iniciou bem cedo. Estava desempregada e precisava mesmo de um emprego que pagasse minhas contas, senão teria que voltar a morar com minha mãe. Não que fosse um problema gigante, não tinha problemas com ela, mas eu gostava muito da minha independência, privacidade e liberdade. Acho que desde a separação com meu pai e a morte da minha avó, ela se tornou um pouco melancólica, e isso não tava sendo bom para mim. Ela mora bem perto de toda a família, então sei que ela tem bastante apoio pra curar um pouco disso. Lógico que eu também sempre estou a visitando e fazendo algo para ajudá-la. 

Alexa tinha me ligado e disse que havia estendido mais um dia na pousada. Perguntei se ela tinha certeza disso afinal ela não deveria faltar o trabalho no salão de beleza, mas ela disse que já tinha resolvido isso. 

Como podemos aceitar trabalhar 5 dias por semana e descansar apenas 2? Eu acho um auge absurdo, mas há momentos que é preciso ir contra tudo isso para sobreviver. Eu não queria ter que trabalhar numa rotina extremamente cansativa e até abusiva demais ao meu ver. 

Eu queria mesmo que minha carreira como cantora tivesse um up, assim eu viveria fazendo o que eu gosto e poderia me sustentar disso. Eu entreguei currículo numa caralhada de lugares. A manhã toda, tentando encontrar os lugares mais adeptos à boas condições de trabalho rezando para que o menos pior me chamasse para uma entrevista.

Parei por um tempo para comer e decidi voltar para casa. Na estação de metrô enquanto caminhava algo chamou minha atenção na parede. Talvez fosse as cores chamativas do cartaz. Me aproximei e li com atenção.

Um concurso de música com premiação em dinheiro.

Eu meio que manifestei isso?

Tirei foto do cartaz tendo a plena certeza de que eu tinha que participar. Mandei logo para Charli e ela ficou tão hypada quanto eu.

Não tinha certeza de que queria fazer isso em grupo...mas pensaria nisso depois.

Cheguei no hospital um pouquinho atrasada e já encontrei Charli lá com seu típico nariz de palhaço e a facilidade em improvisar uma cena fazendo meu atraso parecer proposital e engraçado. As crianças amaram.

Peter estava mais quieto e não ouvi sua voz. Parecia cansado e não quis nem mesmo tocar o violão. Ele chorou abatido e meu coração se partiu em pedaços, mas fiz de tudo para fazer o seu dia melhor. Não só o dele como o de todos naquela sala.

— Acho que estou numa vibe mais ele/dele hoje. Uma velha me chamou de mocinha bonita e fiquei incomodado. — Refletiu, e eu concordei com a cabeça. Já estava acostumada com suas mudanças. Quando se sentia desconfortável com algum pronome pedia para que mudasse a forma de se referir a ele no dia. Eu queria que se sentisse respeitado e ouvido e não me sentia incomodada de usar pronomes além dos femininos. Era uma escolha sua, e não custava nada respeitar e se esforçar para se adequar as suas diferentes versões.

A amiga da minha irmãOnde histórias criam vida. Descubra agora