A amiga da minha irmã

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Esse capítulo eu escrevi quando houve a tragédia do Rio Grande do Sul. Eu sou do nordeste, não fui afetada, mas é impossível não ficar mal com a situação. É muito bom ver o Brasil inteiro ajudando com doações para essas pessoas. Dá um quentinho no coração, dá uma leve esperança nas pessoas. Eu espero muito que essas pessoas consigam se reerguer e que a cidade reviva como for possível. 

É uma situação muito triste ver uma cidade inteira sendo destruída por causa de ações humanas, que infelizmente nós não podemos fazer muito a respeito. É revoltante ver as consequências.

Eu espero que ler ajude um pouco a distrair a mente desse assunto e que também inspire de alguma forma a ajudar outras pessoas. Escrever essas personagens também tem me inspirado a ser uma pessoa melhor nesse sentido, e isso é muito especial. 💕

Boa leitura, amores.

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POV Camila

O dia começou com péssimas notícias. Não para mim, afinal eu estava segura, mas tantas pessoas na cidade vizinha não estavam. Um tornado se formou pela noite e acabou por causar danos enormes na cidade, deixando pessoas desabrigadas e sem suprimentos. Foi só abrir minhas redes sociais que vi o estrago causado pela força da natureza. Me senti triste e impotente, afinal não tinha muito o que eu fazer por aquelas pessoas. Era uma pena que elas haviam perdido tudo. 

Era de praxe que em momentos como esse pessoas com grande alcance usassem sua plataforma para trazer informações e atenção ao assunto. Pessoas como eu sempre tinham que falar e mostrar-se a par de tudo que acontecia no mundo. Às vezes era cansativo a cobrança por coisas que nem sempre me sentia na vontade de falar. Não nesse momento, mas num geral. Repostei uma imagem com um texto curto demonstrando apoio ao acontecimento, e foi pensando nisso que me atentei de que provavelmente haveria uma movimentação para ajudar essas pessoas. Logo Lauren veio em minha cabeça. Mandei uma mensagem para ela, mas não recebi sua resposta. Ela nem mesmo havia recebido. Não sei sei por ser cedo ou por outro motivo. Não recebendo sua resposta, entrei em contato com a organização de voluntários perguntando se eles iriam fazer algo a respeito e lógico que eles disseram que sim. Não aguardei Lauren, fui por conta própria prestar meu apoio. Algumas pessoas foram chegando, mas nem de longe era suficiente. Como assim não estava movimentado, cadê as pessoas? Por que ninguém faz nada? Isso me deixou um pouco indignada. O que eu poderia fazer era usar o meu alcance.

— Esse é um acontecimento muito triste e eu me senti no dever de fazer algo, sabe? — Fazia um vídeo para meus stories, segurando meu celular na câmera frontal. — Por isso eu estou aqui hoje, com esse pessoal maravilhoso.... — Mostrei toda a galera atrás de mim, levantando a câmera e movimentando-a na tentativa de mostrar todo mundo — ...para ajudar na arrecadação de alimentos e roupas para essas pessoas que perderam tudo. Então se você puder ajudar, estaremos aqui para te receber. 

O vídeo foi postado e eu sabia que provavelmente teria muitos de meus seguidores movimentando o espaço. Eu me sentia feliz em poder ajudar de alguma forma. As pessoas precisavam aparecer! 

Passado um tempo organizando as doações em categorias diferentes, me sentei um pouco na cadeira que uma senhora havia me cedido, para descansar um pouco. Meu celular estava em minha mãos e eu estava com os olhos presos na tela até ouvir uma voz conhecida...

Lauren havia chegado.

Instantaneamente me desconcentrei do meu celular e fiquei a aguardando enquanto ela falava com algumas pessoas. Percebi que mordia meus lábios em um certo sinal de ansiedade, mas parei imediatamente. Levantei quando ela veio em minha direção. Sorri largamente estendendo meus braços para envolvê-la.