Me Tire Desse Lugar

238 20 9
                                    

          “Olá, apenas alguns avisos sobre o conteúdo apresentado no capítulo a seguir; Violência Sexual, Abuso Físico e Psicológico, Linguagem Imprópria e Violência. Se lhe causar gatilhos ou desconforto, o ideal é que não leia. E se algo deste tipo já lhe aconteceu... Eu sinto muito, de todo o coração”

    

          Olhei para os lados procurando por qualquer sinal de alguém, a sala estava escura demais, meus braços e pernas amarrados desconfortavelmente apertados na cadeira, meus olhos recém abertos ainda não haviam se adaptado a pouca luz do ambiente, por algum motivo não conseguia me mexer direito, estava fraco;
Meu coração disparou quando ouvi o som alto e enferrujado da tranca da porta ao ser aberta e de lá passar um marinheiro alto e musculoso, bem parecido com um armário, seus olhos vagaram de maneira incômoda sobre mim, um sorriso malicioso surgindo em seus lábios. Ele se aproximou e eu tentei me afastar, suas mãos agarraram meu rosto sem a mínima delicadeza, me fazendo olhar em seus olhos.
— Vinsmoke Sanji, hm ? — aproximou seu rosto do meu — Vamos falar sobre seu capitão, Monkey D. Luffy, e o resto da tripulação...
Permaneci em silêncio, meus olhos cheios de raiva e semblante fechado.
— Seus amiguinhos irão voltar para te pegar, terei o que quero de uma forma ou de outra... Mas nada me impede de brincar um pouquinho com você e descobrir mais. Que tal começar pelo passado do Número 3 ? — Eu o encarei surpreso e ele gargalhou — Achou mesmo que iria esconder ? Vou torturar você, como eles fizeram — Meus olhos se encheram de lágrimas ao me lembrar de tudo que me foi feito, meu peito se encheu de dor — Será que o Luffy vai gostar de saber o que fiz com o cozinheiro dele ? — Agora além das lágrimas havia todo meu ódio estampado.
— VAI 'PRO INFERNO — Gritei com dificuldade por sua mão estar apertando tanto.
— Vamos brincar, Sanji — olhei novamente para porta que se abriu de novo, revelando alguns marinheiros, o homem levou a outra mão até minha camisa e desfez os botões, uma lágrima escorreu pelo meu rosto, ele apertou meu rosto até senti-lo estalar entre seus dedos e lambeu a lágrima até a altura do meu olho, já me sentia completamente sujo com aquilo — Não precisam ser gentis com ele, a putinha já está acostumada — Sorriu maliciosamente e me largou.
Assisti enquanto os marinheiros abriam suas calças, senti cada mão me tocando e chorei... De novo, eu não poderia fazer nada, nada além de deixarem fazer o que quisessem com meu corpo, me bater, me usar, me forçar. Eu voltei a ser o Número 3; a criança indesejada; o príncipe renegado; o indesejado; aquele que apanhou e foi abusado por muito tempo; esperando que alguém me salve, ou então, o doce alívio da morte. Eu estava desesperado.
“— Luffy, Zoro. Alguém, por favor. Me salva, me tira daqui... Reiju. Mamãe ” — Me joguei em pensamentos, implorando que qualquer um viesse.
Zoro — sussurrei enquanto meu rosto era prensado contra o chão, meu corpo sendo forçado para frente e para trás, o gosto de sangue invadiu minha boca quando alguém bateu minha cabeça no chão, fiquei mais zonzo do que já me sentia.

Fui virado bruscamente, alguém atrás de mim colocou cordas no meu pescoço, talvez estivessem me dando a opção de cometer suicídio enquanto havia tempo, naquele momento a oferta era tentadora, e me levantou puxando pelo nó, me arrastaram até uma cela escura, fria e dolorosamente parecida com a da minha infância, meu corpo foi empurrado com força e eu caí no chão gelado, ouvi o som da cela se fechando. Nu, dolorido e machucado, me encolhi e chorei até dormir.
Acordei com dor em todos os lugares do meu corpo, a corda no meu pescoço desconfortavelmente apertada, não tinha a mínima noção de quanto tempo se passou, poderiam ser horas ou minutos, mas também poderiam ter sido dias, meu pânico aumentou ao pensar que talvez fizesse tanto tempo que eu estou aqui, que minha tripulação esqueceu ou desistiu de me procurar, me sentei tentando manter a mente ocupada, procurar por uma saída, ou qualquer coisa que pudesse me dizer se era manhã ou tarde, levantei com dificuldade, minhas pernas sempre tão firmes, fracas como se estivesse a meses sem se mexer, algo estava me impedindo de usar minha técnica especial, algo que fazia meu corpo ficar mole, debilitado, zonzo e incapaz. Andei pela cela tentando encontrar uma barra solta, uma pedra rachada, uma janela, mas não havia nada que pudesse me trazer esperanças. Sentei com a cabeça encostada na parede, estava cansado, com fome e muita dor. Ouvi o som do cadeado e olhei naquela direção, vendo o mesmo homem de antes, não tinha ideia de nada a seu respeito, só sabia que era horrível. Ele veio até mim, pegou a corda que envolvia meu pescoço e puxou com força contra si, senti a aspereza dos fios esfolando minha pele.
— Vejo que está acordado, dormiu bem, princesa ? Meus homens te trataram bem ontem ? — O encarei com ódio, um sorriso malicioso surgiu em seus lábios. O “ontem” na frase dele me traz algum conforto.
Agora em silêncio, estou sendo puxado para um lugar que não tenho ideia de onde ou para que estou indo, tentei decorar o caminho e observar se havia alguma saída plausível, mas algo me dizia que aquilo não era na área da base, talvez no subsolo. Chegamos em uma porta, a qual foi aberta dando visão de uma sala normal, se não fosse pelas algemas com correntes curtas chumbada na parede, tentei lutar, me empurrando para trás, mas levei um soco na lateral que me fez perder o ar caindo no chão de joelhos, meus pulsos presos acima da cabeça e a dor misturada ao medo enfraquecendo meu corpo, meu rosto foi apertado entre aqueles dedos de novo, ele me encarou com desdém, estalou os dedos, homens entraram na sala, mas desta vez, estavam ali para me torturar de outra forma. Eu só quero sair deste lugar horrível.
Zoro, por favor, você e a tripulação são a minha esperança...

O Amor Pode Curar Todas As Dores ? Onde histórias criam vida. Descubra agora