Pov: Sanji
Faz cinco dias que eu estou nesse lugar horroroso e no tempo que estou aqui, fui espancado, amordaçado, cortado, esfolado, estuprado, asfixiado e sedado como se fosse um animal selvagem sem controle.
A água estava congelante de doer até os ossos, meus pulmões já estavam sem oxigênio, minha visão ficou embaçada, meus sentidos confusos. Tentei lutar, empurrá-lo, chutá-lo, usei todas as forças que tinha, mas nada adiantava, eu só estava gastando energia. Mas eu não queria me entregar, não queria continuar sendo torturado, não queria apanhar de novo, não queria que me... Tocassem de novo.Um puxão para fora da banheira e eu respirei, tão profundamente que pude sentir meus pulmões falharem ao receber tanto ar, ele me derrubou de dentro da banheira e me arrastou no chão pelas cordas nos meus tornozelos, chegando em seu quarto, ele me jogou em cima da cama com brutalidade.
— Me desculpe pelo banho, meu bem. Eu não poderia fazer isso... — O homem imundo arrastou seu indicador pelo meu abdômen — com você, caso não tomasse banho antes. — O Infeliz subiu em cima de mim, amarrou meus braços e pernas e começou a me lamber, tentei me esquivar de seus toques sem sucesso algum, uma lágrima solitária desceu pelo meu rosto quando ele me beijou, quando tentou colocar a língua dentro da minha boca, a segurei entre meus dentes e mordi com força até sentir o gosto do sangue imundo dele no meu paladar, soltei apenas quando ele enfiou o dedo em uma ferida aberta abaixo da minha costela, gritei com um pedaço da ponta de sua língua em minha boca, cuspi no chão vendo-o se lamentar, eu sabia das consequências e que ele provavelmente me espancaria, mas valeu a pena.
— Você vai aprender a se comportar como uma boa putinha — Me calei quando vi uma Senbon em sua mão — Eu sei os pontos em um corpo que podem te matar, posso colocar essa Senbon em um deles e acabar com isso aqui — Sinceramente, neste exato momento, eu agradeceria por tanta cortesia — Mas eu perderia toda a minha diversão. — Minha perna queimou em uma dor lancinante, não senti quando a Senbon entrou na minha pele, mas senti quando ela atravessou meus músculos e tocou no osso, um grito rasgou minha garganta, aquilo era pura agonia.
Ele subiu em cima de mim novamente, eu comecei a chorar, o desgraçado começou a lamber meu rosto onde cada lágrima descia, agarrou meu pescoço com força e sussurrou no meu ouvido:
— Bom menino, agora fique calado — dito isso, ele fez aquilo que um psicopata geralmente faz com suas vítimas e me mordeu com força o suficiente para romper a pele, gritei de novo agarrando o lençol da cama — Se acalme, não precisa gritar agora, minha diversão só começou — o encarei com todo o ódio, eu gostaria de chutar essa cara horrível até ele morrer...
Antes que ele pudesse fazer qualquer coisa comigo de novo, a porta do quarto foi aberta e alguém desesperado atravessou o arco da mesma, um marinheiro de patente baixa bateu continência e tentou não se enrolar na fala rápida
— Senhor, há uma emergência... — O jovem engoliu em seco ao me ver deitado ali — Perdão por interromper, Senhor. Mas é algo que necessita atenção imediata — O homem desviou o olhar, envergonhado, o velho levantou e ajeitou as roupas, saiu do quarto sem dizer uma palavra e seguiu o garoto. Encostei minha cabeça contra a cama, poderia descansar um momento no conforto macio, fechei meus olhos repousando, mas o barulho da tranca sendo aberta me fez levantar a cabeça para olhar.
Eu conhecia aquela silhueta, Smoker, talvez estivesse ali para ajudar na minha tortura.
— Você está pior do que eu pensei — Cometou entrando no cômodo, pegando uma faca e vindo na minha direção, me debati tentando não deixar que ele me tocasse, ele segurou minha perna com força — Olha aqui, se não parar quieto vou acabar te machucando — Disse agora cortando a corda quando fiquei parado
— Como é que ?...— Tentei, mas um estrondo do lado de fora fez eu me assustar
— Seu Capitão está cobrando uma dívida antiga e ao que parece será sanada quando eu salvar a loira em apuros — quando todas as cordas soltaram o alívio foi imediato, mesmo que meus pulsos e tornozelos doessem por ficarem esticados, Smoker tocou na agulha Senbon na minha perna e puxou em um piscar de olhos, gemi com a dor me encolhendo, ele me pegou no colo e me carregou pelo corredor, senti o ar frio tocar minha pele.
— Eu estou nu — Soltei esta frase me dando conta da situação.
— Olha, não tô com tempo 'pra ficar procurando roupa, vai pelado mesmo — Me encolhi um pouco tentando esconder a nudez enquanto ele corria, outro estrondo e me agarrei as roupas do Marinheiro, olhei aos arredores e avistei uma cabeleira verde que eu reconheceria em qualquer lugar, eu sorri e meus olhos se encheram de lágrimas, eu estava chorando de alívio. Eles estavam lutando fervorosamente contra aquele desgraçado, Luffy e os meus companheiros estavam segurando os outros marinheiros para que a luta de Zoro fosse justa, meu espadachim estava lutando muito bem, aquela aura assustadoramente séria em sua volta, não tive chance de ver a luta inteira enquanto Smoker corria comigo.Depois de uma longa corrida, chegamos ao campo de batalha, aquele desgraçado que fez um inferno na minha vida, estava no chão, algemado com o que parecia ser Kairoseki, ele estava desacordado, olhei para meu espadachim que mirava o homem no chão em puro desdém.
— Zoro — chamei baixo, ele se virou devagar, como se não acreditasse que eu estava ali, quando olhou correu em minha direção e tocou meu rosto com suavidade, as mãos calejadas tão carinhosas e quentes me trouxeram tanto conforto, deitei minha cabeça sobre sua mão direita e sorri, todos meus companheiros correram até mim.Smoker me colocou no chão, todos olhando para qualquer outro lado quando me viram nu, Zoro prontamente tirou seu quimono e o vestiu em meu corpo, senti o calor da roupa me embalar, avaliei seu corpo ferido, alguns arranhões e um corte em seu ombro que ainda sangrava, alguns ferimentos pareciam sérios e eu me senti mal, me joguei contra seu peito o abraçando e chorei como nunca tinha chorado na frente dele, eu me senti completamente fraco de novo, precisei que mais pessoas se arriscassem por mim, a pessoa que eu mais amo teve que arriscar a própria vida, toda a dor mental que eu senti nos últimos dias me atingiram com força, em golpe curto e fatal, solucei abraçando-o com mais força, me agarrando a ele como um porto seguro, ele me abraçou com delicadeza, aparentemente com medo de me machucar, ele não parecia se importar com a dor dos próprios machucados, eu senti o toque quente dos braços do meu capitão me envolvendo em um abraço carinhoso, logo toda a tripulação se juntava em um grande abraço coletivo. E eu me senti amado pela minha família, mas tão culpado porque eu sabia que não merecia aquilo, ninguém jamais vai amar alguém tão quebrado quanto eu estou agora.
— Eu amo vocês — Sussurrei escondendo meu rosto no peito largo e chorando mais ainda.Mas eu continuarei amando todos eles até o fim da minha vida...
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O Amor Pode Curar Todas As Dores ?
RomanceSanji é capturado pela Marinha, torturado, aprisionado e com medo, sua última esperança é que Zoro e a tripulação dos Chapéus de Palha o tire daquele horror... Zoro se sente impotente, mas jamais desistiria de ser a chance do loiro sobreviver, ou se...