Uma semana mais tarde, André e Constança continuavam sem se falar. Quer dizer, a estudante tentava falar com o rapaz, mas ele não lhe dava grandes oportunidades e ela, de certa forma, entendia o motivo. Por muito que tentasse negar, Concha amava André e André amava Constança, porém nenhum tinha, ainda, forças para admitirem os verdadeiros sentimentos.
A universitária encontrava-se em casa com as suas duas amigas. Encontravam-se sentadas no sofá, em silêncio, enquanto viam uma das séries favoritas de ambas até que, finalmente, Eva interrompe o silêncio.
— Pronto, já chega. Vais contar-nos o que se passa, porque isto não pode continuar. — Eva diz pausando o episódio. — Que aconteceu entre ti e o André? E nem negues porque tornou-se óbvio que algo aconteceu.
— Não aconteceu nada, Eva. Continuamos a agir como normalmente e está tudo bem com isso. Ele tem que se focar no Benfica e na atual época e eu tenho que me focar nos estudos. — Concha profere sem olhar a amiga.
— Agora diz isso tudo sem te rires e a olhar para nós. — Desta vez, Matilde fala.
Constança queria fazê-lo, mas sabia que se o fizesse não teria forças para continuar a aguentar. A sua vontade era contar tudo o que sentia às amigas, mas o receio de elas rirem com a situação e de acharem que ela estava a fazer uma tempestade era ainda maior. Soltando um suspiro, a filha do casal Vieira continuou a encarar a televisão, ao mesmo tempo que controlava-se para não desabar e chorar, finalmente.
Nesse mesmo instante, o som da campainha interrompe a colega de curso de Concha que resmungou e, prontamente, levantou-se para ver quem se encontrava no outro lado da porta.
— Olha ainda bem que estás. Vê se metes juízo na cabeça da tua prima, porque ela não está com nenhum. — Eva diz assim que percebeu que era Fábio Vieira quem se encontrava no outro lado da porta.
— Está bem, acho eu. — Fábio diz confuso com as palavras da namorada de António Silva e caminhou atrás dela na direção da sala. — Bem, o ambiente por aqui está excelente.
— Engraçadinho. — Concha resmunga com o primo.
— Olá Fábio, ignora a Concha que acordou com o cu virado pra lua e não sabe como dizer. — Matilde diz depois de dar espaço para o jogador do Arsenal se sentar entre elas as duas.
— Eu não acordei com o cu virado para lado nenhum.
— Aliás, tu querias era acordar com o cu virado para uma certa pessoa, mas, por algum motivo, estão amuados um com o outro como duas crianças. — A estudante de Psicologia, Eva, profere fazendo Matti e Fábio soltarem uma leve risada enquanto que Concha, uma vez mais, resmunga.
— Conta lá o que aconteceu. Chatearam-se e agora nenhum consegue dar o primeiro passo? Foi isso que aconteceu? — Vieira questiona a rapariga sentada à sua beira. — Sabes que só queremos tentar ajudar e, talvez, estejamos a insistir demasiado, mas a verdade é que sabemos que algo aconteceu e estamos a tentar entender o que foi.
— E eu já disse que nada aconteceu. Apenas estamos afastados porque sim. Ele está focado em recuperar-se da lesão e eu estou focada na Faculdade, tão simples quanto isso.
— Ele está lesionado? É grave? — O antigo jogador do Futebol Clube do Porto questiona.
— É no ombro. Ele terá que, provavelmente, ser operado, mas ainda não se sabe ao certo. — Concha explica.
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𝗰𝗮𝗻𝘁𝗮𝗱𝗮𝘀, a. gomes
Fanficcan·ta·da 1. dito ou conversa que visa seduzir ou conquistar alguém. 2. onde o jovem jogador começa a receber cantadas. 𝗰𝗮𝗻𝘁𝗮𝗱𝗮𝘀 escrito por poemdias, 2024