⠀⠀𝘃𝗶𝗴𝗲́𝘀𝗶𝗺𝗼 𝘁𝗲𝗿𝗰𝗲𝗶𝗿𝗼

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Constança não sabia bem como reagir àquela mensagem. Aquilo parecia ser mentira. Ao fim de tantas mensagens ela teve, finalmente, uma resposta por parte do atleta e ela estaria a mentir se negasse que estava contente por aquilo ter acontecido. O seu olhar continuava sobre o ecrã do telemóvel, os nervos estavam a surgir ao mesmo que a estudante ouvia, quase ao longe, a conversa das duas amigas.

― Constança? Terra chama Constança. Estás por aqui? ― um estalar de dedos é ouvido, fazendo a herdeira do casal Vieira voltar à terra.

― Desculpem estava noutro lado. ― desculpou-se.

― Isso nós reparámos, porque ficaste silenciosa do nada. ― Eva constata o óbvio. ― Mas há algum motivo para teres ficado quase a cor da parede? Mandaram-te alguma nude? Ou então, recebeste uma péssima notícia. Por favor, que seja a primeira opção porque que não aguento mais desgraças esta semana.

― Meu deus, acalma lá as hormonas, Eva ― Matilde, ou Matti, diz à namorada de António Silva. ― Eu cá acho é que tu é que andas com vontade de receber alguma nude. Porque não podes ao António? 

― Para quê pedir-lhe quando posso vê-lo ao vivo e a cores? ― Eva olha Matilde com um sorriso travesso. ― Mas voltando ao foco, o que aconteceu, Concha?

Sem saber como falar, Concha virou o telemóvel na direção das duas amigas. A jovem sentia-se surpreendida com a mensagem do natural de Ponte de Lima. Ela não esperava aquele atitude do rapaz e muito menos esperava que tivesse um efeito bom nela. Calmamente, repousou a mão livre sobre o seu peito e ela podia jurar que tinha estado a correr a maratona da sua vida caso não tivesse sentada.

― Meu deus! A mensagem do André ― Eva diz em choque. ― Nunca pensei que ele fosse do tipo de responder às tuas mensagens com uma cantada e que cantada foi. Acho que ele também está atraído por ti, Concha

― Faço das palavras da Eva as minhas. Se ele não estivesse simplesmente continuaria a ignorar, ou, então, a dar vista. ― desta vez foi Matti a falar.

― A sério? Não precisam de dizer isso só para me darem esperanças? Eu garanto-vos que a mensagem dele não quer dizer nada. Ele pode ter quem ele quiser, porque raio é que ele iria querer alguém como eu? Eu sou apenas uma rapariga comum enquanto que ele é uma estrela, os nossos mundos não se juntam, são como água e azeite. 

― Constança Isabel Teixeira Vieira, eu juro que se voltas a dizer isso eu atiro-te contra a parede e estou pouco a lixar-me para se vou presa ou não. Tu livra-te de começares a rebaixar-te e a meter macaquinhos na tua cabeça. Tu és uma excelente rapariga, tens carisma, inteligência, beleza e, acima de tudo, um ótimo coração. Por outras palavras, tens tudo aquilo que um rapaz poderia querer numa rapariga e não é por, supostamente, os vossos mundos serem opostos que significa que o André deixa de ser menos humano. ― Matilde profere cruzando os braços. ― Volta a dizer alguma merda que vais ver o que te acontece.

― Não sejas tão dura com ela, Matilde. Tu sabes como é a Concha e é normal que ela tenha algum receio. O André pode ser uma coisa sozinho, mas também pode ser outra pessoa na companhia dos amigos até porque ela nunca teve propriamente sozinha com ele para saber se ele é igual à pessoa que vemos quando está na companhia do António e dos restantes. Eu própria tive os meus receios quando comecei a dar-me com o António, não é assim tão fácil e ainda luto com alguns demónios da vida dele, e o mesmo iria acontecer contigo, Matilde, caso tivesses algo com o Neves ou com outra celebridade. 

Constança manteve-se em silêncio perante as observações das suas amigas. Ela sabia que ambas estavam certas, mas para si parecia errado imaginar uma vida ao lado do guarda redes. A lisboeta recordava-se da primeira vez que o vez. Desde daquele dia que sentia que André era a pessoa certa para si, mas também sabia que seria uma longa luta e, principalmente, sabia que tudo podia dar errado. 

𝗰𝗮𝗻𝘁𝗮𝗱𝗮𝘀, a. gomesOnde histórias criam vida. Descubra agora