Monitores da Corvinal.

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Permitindo que sua consciência voltasse ao foco, os olhos de Hermione se abriram turvos e ela piscou algumas vezes. Ela suspirou feliz no travesseiro fofo de Hogwarts, quente e confortável. Ela estava em casa.

A memória estourou seu humor como um balão quando os acontecimentos da noite anterior ressurgiram. Como sempre acontecia quando ela começava a entrar em pânico, rever os fatos tornava a realidade menos dolorosa.

Era quarta-feira, 2 de setembro de 1998, e seu último ano em Hogwarts havia começado oficialmente na noite anterior. Em seu coração, ela era uma Grifinória. Mas neste novo arranjo, ela era uma Corvinal.

Essa foi a parte que a deixou mais nervosa. Ela não sabia como ser uma Corvinal. Ela foi programada para subir sete lances de escada até a Torre da Grifinória e dar uma senha para a conhecida Mulher Gorda, vestida com um horrível vestido de seda rosa. Então ela sabia passar pelo buraco redondo atrás do retrato até a acolhedora e calorosa sala comunal, onde subiria a escada das meninas e se jogaria na cama de dossel com cortinas vermelhas e douradas. A vista das janelas seria dos extensos terrenos de Hogwarts, incluindo a cabana de Hagrid, onde a fumaça saindo da chaminé seria tranquilizadoramente a mesma de sempre.

Em vez disso, ela agora seguiria para a ala oeste do quinto andar, onde uma escada em espiral subia pelo interior de uma alta torre do castelo. As janelas aqui eram altas, algumas feitas de vitrais e outras oferecendo vista para o pátio central do castelo. A entrada era uma porta de carvalho com uma aldrava de bronze em forma de cabeça de águia que funcionava como guardiã.

Localizada no dormitório feminino do oitavo ano, em uma das torres da torre principal, a nova cama de Hermione era tão confortável quanto as da Grifinória sempre foram. Eram tranquilizadoramente semelhantes porque também tinham dossel, mas as cortinas eram da cor do céu e feitas de seda.

— Hermione? — uma voz vagamente familiar perguntou.

Ela puxou as cortinas da cama com alguma relutância, revelando Padma Patil esperando por ela. Padma foi uma das poucas pessoas do ano de Hermione que ainda estava em sua casa original. Por um momento, Hermione poderia fingir que era sua irmã gêmea Parvati, e que isso não era diferente da Grifinória, afinal.

— Bom dia, — Hermione cumprimentou.

— Bom dia, — Padma repetiu. — Os oitavos anos foram todos chamados à sala comunal pelo Professor Flitwick para nos dar nossos horários e garantir que estamos confortáveis.

— Oh.

Hermione olhou ao redor do dormitório, onde havia camas para cinco meninas, incluindo ela mesma. Ela era a única da Grifinória.

Uma das garotas que Hermione reconheceu vagamente se apresentou. — Eu sou Lisa Turpin. — Ela tinha a pele morena, um rosto delicado em formato de coração e um cabelo castanho curto, cortado severamente sob o queixo. — Lufa-Lufa – ou eu era.

— Sue Li, — falou outra das garotas, uma garotinha asiática que não devia ter mais de um metro e meio de altura. Ela estava prendendo seu longo cabelo preto em um rabo de cavalo confortável. — Corvinal.

Hermione começou, — Eu sou Hermione Granger...

— Nós sabemos quem você é, — Lisa informou a ela.

— Você é famosa. — Sue concordou.

— Oh.

As quatro meninas compartilharam um silêncio provisoriamente sociável. Hermione olhou para a quinta cama, que já estava vazia.

Percebendo a atração de seu olhar, Padma explicou: — Aquela garota da Sonserina, Daphne Greengrass, também foi selecionada aqui. Ela levantou cedo e saiu. Acho que ela já está lá embaixo.

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