The Eagle's Nest | Dramione

Malfeito Feito.

A masmorra da Sonserina tinha a aura de um misterioso naufrágio. Ficava parcialmente sob o Lago Negro e era iluminada por lâmpadas esverdeadas que emprestavam a todo o lugar uma névoa celadon. As poltronas espalhadas pela sala comum também eram verdes, embora os muitos sofás de encosto baixo fossem feitos de couro preto. As paredes eram decoradas com armários de madeira escura, quase tão pretos quanto os sofás. Em outras seções das paredes havia tapeçarias retratando as aventuras dos famosos sonserinos medievais.

— Os dormitórios ficam atrás das tapeçarias, — Harry explicou com bastante alegria, afastando uma delas para mostrar a Hermione a porta, que era feita da mesma bela madeira escura dos armários. Ele brincou: — Os sonserinos aparentemente gostam de se sentir devidamente escondidos em seus pequenos buracos de cobra.

A enorme lareira era feita de mármore preto, elegantemente listrada com longos dedos de mármore branco. O brilho que lançava sobre os dois ou dois metros e meio ao redor era de alguma forma frio. Altas estruturas de vidro, como aquários vistosos, funcionavam como pilares gêmeos dentro da sala comum, mas estavam inexplicavelmente cheias de caveiras. O efeito final foi bastante grandioso, embora um tanto sombrio.

Em outras palavras, era o que Hermione esperava, embora talvez não com tantos detalhes.

Ela engoliu em seco, seu humor jovial anterior foi substituído apenas alguns minutos atrás por um de consternação por seu encontro com Malfoy. Lambendo os lábios, ela percebeu que Harry estava esperando que ela dissesse algo agora que ele havia feito um tour com ela. — É... bem... é muito diferente da Torre da Grifinória, não é?

— Praticamente exatamente o oposto, — Harry concordou, e a expressão em seus olhos fez Hermione pensar que ele provavelmente estava refletindo sobre o calor acolhedor de sua casa por seis anos.

Na Torre da Grifinória, as paredes eram decoradas com tapeçarias escarlates que representavam bruxas, bruxos e uma variedade de animais. Uma lareira dominante que se estendia por quase três metros iluminava grande parte da sala quase circular. Os recantos ou alcovas da área comum costumavam ser preenchidos com poltronas vermelhas e macias, que pareciam convidar você a afundar-se em uma delas. As amplas janelas davam para os amplos terrenos de Hogwarts.

Hermione suspirou ansiosamente. — Você acha que algum dia veremos isso de novo?

— Vamos, Hermione, — Harry repreendeu, torcendo o nariz dela familiarmente. — Você está em uma festa. Tente agir como tal, hein?

Um pequeno sorriso surgiu no canto de sua boca e ela se permitiu que lhe entregassem uma bebida. A área comum da Sonserina estava cheia de alunos do sétimo e oitavo anos de diversas Casas, cada um segurando um copo e alguns já cambaleando de forma suspeita ou rindo alto. Todos os estudantes mais jovens pareciam ter sido banidos.

No centro de um grupo de alegres oitavos anos estava Neville Longbottom, seu rosto redondo e outrora nervoso transformado em uma versão hollywoodiana de seu antigo eu, graças a uma puberdade tardia e altamente produtiva. Agora, tendo sido solidamente estabelecido como o durão que cortou publicamente a cabeça da própria cobra de Lord Voldemort com a Espada da Grifinória, Neville estava no auge da calma.

— Hermione! — ele chamou, gesticulando para ela se juntar ao grupo. Juntando-se à multidão, eles trocaram gentilezas por alguns minutos, mas ela logo seguiu em frente para permitir que ele tivesse mais tempo para fazer novos amigos. De qualquer forma, ela sempre preferiu observar as pessoas nas festas.

Ela não passou muito tempo em nenhum lugar. Ela viu que Lisa havia se juntado a alguns de seus ex-lufa-lufas: Susan Bones, Hannah Abbott e Justin Finch-Fletchley. Justin estava desafiando uma das garotas – todas as três solteiras – a se aproximar e beijar Neville. As meninas estavam protestando descontroladamente contra isso, com muitas risadas e tapas no braço de Justin. Quando Lisa chamou Hermione para dar sua opinião sobre o assunto, ela apenas sorriu e pediu licença, não querendo se envolver.