O Aprendiz do Mestre de Poções

Capítulo 3

Harry seguiu Snape até seu escritório e se jogou na sua cadeira habitual. Seu controle sobre suas emoções estava frágil- ele só queria jantar, um banho e uma cama aconchegante para se deitar.

Para sua surpresa, o mestre de poções bateu na mesa em um padrão rítmico e seus pratos favoritos da festa de boas-vindas apareceram diante deles.

"Coma. Você parece mais magro do que um dementador, e você vai precisar de energia depois do choque que passou." Bem, Harry certamente concordava sobre os choques que havia recebido. Ele nunca tinha visto Snape se levantar por alguém assim - nem mesmo por alguém da casa Sonserina. Era desconcertante.

"Professor, por que você se levantou tão veementemente por mim?" Esperando por uma resposta, ele deu um gole no seu suco de abóbora.

"Da última vez que o chapéu usou a Casa de Hogwarts em uma seleção, o diretor - que na época era o professor de transfiguração - conseguiu convencer o Diretor Dippet a colocar a garota na Lufa-Lufa em vez disso. Como a magia do chapéu está ligada ao castelo e como o castelo é em certa medida um ser consciente, ele fez seu desgosto ser reconhecido. A destruição foi intensa. Imagine um tipo de terremoto, mas apenas em certas partes do castelo. Dois alunos e o zelador na época morreram por causa disso. Estou chocado que ele quisesse arriscar esse tipo de reação do castelo mais uma vez. Além disso, você realmente é um adulto comparado aos seus colegas de classe. Eles podem ser mais velhos em anos, mas você suportou mais do que eles poderiam aguentar e mostrou uma vasta melhoria em seu estado emocional e mental desde que se abriu comigo no ano passado. Senti que se mais ninguém se levantasse por você, eu faria. Eu não sou exatamente a primeira escolha de ninguém, mas era óbvio que ninguém mais estava pensando no que você queria ou precisava." Eles comeram em silêncio depois disso.

"Você tem alguma preferência quanto ao local onde gostaria que seus aposentos privados ficassem?" Harry pensou sobre isso, mas realmente não conseguia escolher um lugar específico.

"Eu só quero estar isolado. É... demais com todas as pessoas por perto, mesmo que não haja muito barulho..." Snape pareceu entender e fez um sinal para que ele continuasse. "Os andares superiores são bons e tudo mais com a luz do sol, mas fica muito quente no verão e os Grifinórios são curiosos demais para o próprio bem. Mas também não quero que nenhum aluno curioso da Corvinal ou da Lufa-Lufa consiga me encontrar. Acho que realmente só sobram os calabouços ou o primeiro andar, mas o primeiro andar é tão movimentado com o grande salão e eu realmente, realmente não quero ter nenhum encontro com os Sonserinos." A sobremesa apareceu e Harry pegou um pedaço de torta de mirtilo.

"Há uma área dos calabouços para a qual os Sonserinos não vão - completa com um passagem secreta para chegar de lá até o grande salão sem que ninguém te veja. Isso, se você estiver aberto à ideia."

"Por que eu não estaria?" Era imaginação dele, ou Snape acabara de sorrir para ele?

"É a área do castelo onde estão meus aposentos, o que explica por que os alunos a evitam tão cuidadosamente." Ele pensou que poderia ser pior e pelo som disso, seria uma área tranquila do castelo onde ele poderia ter um pouco de privacidade. Ele assentiu.

"Muito bem, vamos arrumar seus aposentos."

Ele estava do outro lado do corredor do quarto de Snape e a vários metros de distância. Nunca tendo visto um quarto sendo feito do nada, ele ficou fascinado com a maneira educada como Snape pedia para o castelo criar um quarto para ele. Ao entrar, ele rapidamente percebeu que lhe deram mais um apartamento do que um quarto - completo com uma sala de estar e uma cozinha para lanches.

Ele agradeceu ao professor e começou a desembalar seu baú no quarto.

O resto do ano passou rapidamente e sem incidentes. Ele havia gradualmente se adaptado ao seu novo guarda-roupa e não encontrou olhares estranhos como pensava que receberia. Presumivelmente, por causa da natureza gradual da transição.