O Aprendiz do Mestre de Poções

Capítulo 9

Os dois amigos estavam na Sala Precisa. Ela se transformara em uma sala de estar aconchegante, com uma grande lareira para mantê-los aquecidos e um sofá macio. Cada um estava apoiado em um braço do sofá, com os pés no colo um do outro.

"Agora me diga o que carta doida é essa que você me mandou."

"Ah, certo. Bem,em que parte eu confundi você? Eu estava terrivelmente cansado naquele dia..."

"Exatamente na parte do 'Preciso de ajuda'."

"Então desde o começo. Estou tentando descobrir o que é que o Mestre Snape usa todos os dias. Ele está em um regime de poções diárias, mas não consigo descobrir quais são e isso está me deixando quase louco..." Assim que ele despejou todas as suas observações no colo de Hermione, ela começou a rir.

"Oi, o que há de tão engraçado?" Ela riu ainda mais alto com isso.

"Harry, parece que você está tentando me dizer que o Professor Snape é um vampiro! Pense no que você acabou de me contar. Ele não deixa você ver o líquido viscoso que bebe de um cálice específico que você não pode ver através, ele não fica bêbado, ele come toda a carne vermelha quase crua... e isso sem mencionar a falta de sono. O frasco octogonal que você mencionou? Parece com o tipo de frascos que os vampiros usam para poções que imitam os efeitos do sangue por um curto período de tempo. E o discurso? Se ele realmente for um vampiro, então ele já esteve perto dos antigos ou ele próprio é um antigo. Você disse que ele ama tradições e costumes antigos que praticamente desapareceram, então é provável que ele próprio seja um antigo.

"Pense nisso, Harry. A maioria dos vampiros é registrada porque não conseguem obter as poções diárias que precisam para sobreviver em completo sigilo entre os humanos sem a ajuda do Ministério. São poções super complexas, mas ele não precisaria passar pelo Ministério se ele próprio for um maldito mestre de poções! Parece fazer sentido, pelo menos na minha mente. Pense sobre isso. Agora, Ron queria que eu te perguntasse o que eu deveria comprar para ele no Natal."

Eles conversaram por horas; era fácil para eles perderem a noção do tempo. Eventualmente, Harry bocejou e se levantou.

"Ok, 'Mione, preciso ir dormir. Amanhã é meu dia de folga na produção de poções, mas ainda preciso estar alerta o suficiente para fazer mais pesquisas." Hermione o abraçou e saiu do castelo para aparatar para casa.

Harry caminhou de volta para os calabouços, os sapatos na mão, com sua capa descansando no braço e seus pensamentos cheios de possibilidades.

Apenas não fazia sentido. Como Severus poderia ser um vampiro? Mas, por outro lado, tudo o que Hermione e ele tinham discutido parecia se encaixar bem com a teoria. Se ao menos ele tivesse algum tipo de evidência sólida para acompanhar...

Ele virou a última esquina e entrou na sala de estar. Severus estava deitado no sofá com seu cálice obsidiano ao lado dele no tapete. Para a diversão de Harry, havia um canudo no cálice. Ele passou por ele a caminho de seu quarto e o resíduo de líquido vermelho dentro do canudo chamou sua atenção. Exasperado, ele pegou um pedaço de pergaminho.

'Hermione, 'Não sei como você está sempre malditamente certa. Ele tinha um canudo naquele cálice que eu estava te contando e tinha resíduo de líquido vermelho nele. Vou ter que abordá-lo na esperança de que você esteja errada, pelo menos uma vez.

'Te amo sempre, 'Harry'

Harry amarrou o bilhete na perna de Edwiges e a mandou pela janela mágica que a levaria à torre de corujas antes que ela voasse com sua carta.

Harry não tinha certeza do que exatamente o fez fazer isso, mas na manhã seguinte ele acordou cedo e sentou-se à mesa do café da manhã com uma xícara de café forte e o Profeta Diário. Ele estava cheio de determinação; ele ia descobrir o que Severus tinha escondido dele, mesmo que isso o matasse. O homem em questão entrou, parando de repente ao ver Harry acordado antes dele e vestido com tudo, menos sua capa. Harry observou de soslaio enquanto o homem se recuperava do choque e se endireitava antes de se sentar à mesa.