O Aprendiz do Mestre de Poções

Capítulo 13

Harry se virou na cama mais uma vez e suspirou de frustração. Essa era a terceira noite seguida em que ele simplesmente não conseguia dormir. Hoje à noite, porém, estava pior do que as outras. Ele tinha a sensação irritante de que precisava estar em outro lugar; mas para onde, ele não tinha ideia. Depois do que parecia ser uma eternidade encarando o teto, Harry levantou-se para caminhar pelo castelo.

Não demorou muito para ele se ver subindo os degraus da torre de astronomia. Ele não tinha prestado atenção para onde estava indo, mas descobriu que estava ansioso para ver as estrelas.

A porta se abriu e ele congelou com o que viu.

Um pequeno banco de pedra estava no chão com algumas flores, uma tigela e algumas velas. Um recipiente de madeira estava debaixo do banco. Harry avançou, imaginando quem teria estado ali em cima e por que teriam deixado suas coisas.

"Harry, achei que você estivesse dormindo", a voz de Severus veio de um pequeno armário de armazenamento ao lado. Ele emergiu segurando várias tigelas.

"Eu não conseguia dormir de novo, então comecei a vagar pelo castelo. Posso ir embora se preferir ficar... fazendo o que quer que esteja fazendo sozinho." Severus levantou uma sobrancelha e colocou as tigelas ao lado do banco, voltando-se para ele.

"Eu estava prestes a fazer um pequeno ritual para agradecer aos elementos por suas criações e para solicitar que eles deem um impulso ao estufa quatro para Pomona. Ela tentou de tudo para fazer suas plantas-umbrelas florescerem e nada parece estar funcionando. Ela se preocupará até a morte com elas a esse ritmo."

"Oh," Harry ficou surpreso. Ele nunca tinha visto um ritual sendo feito antes, mas podia dizer que era importante para Severus. "Eu vou te deixar fazer isso então."

"Harry, espere." Severus tocou levemente o antebraço de Harry para impedi-lo de sair. "Você gostaria de aprender? Eu ficaria mais do que feliz em tê-lo comigo, e posso explicar as coisas no caminho."

"Isso não vai atrapalhar o ritual?"

"De jeito nenhum. Todo mundo tem que começar de algum lugar e não é nada complicado." A felicidade se espalhou por Harry ao ouvir isso. Ele já ouvira Severus ocasionalmente conversando com diferentes elementos do seu quarto, mas nunca interrompeu. Parecia pessoal demais. Ele tinha a intenção de ir à biblioteca em algum momento procurar livros sobre o assunto, mas em vez disso passou seu tempo fazendo poções para a enfermaria para não ser sobrecarregado com uma carga de trabalho antes da escola.

"Eu adoraria aprender", ele disse. Severus o levou até o banco e eles se sentaram de joelhos na frente dele. Severus abriu o recipiente abaixo do banco e despejou algo em quatro tigelas.

"Já que o objetivo do que estamos fazendo é jardinagem, vamos focar um pouco mais em Terra; daí o sal. As cinco tigelas são para os cinco elementos, quatro elementos indo em cada uma das direções cardeais e Espírito - a culminação dos quatro - estará no altar no meio. Começamos montando o local para Ar. Pegue esse sândalo, isso mesmo, e misture nesta tigela enquanto pensa no ar ao seu redor e como ele se sente." Harry fez como foi dito, surpreso ao sentir uma brisa quente acariciar seus dedos. "Perfeito, agora isso vai para a direita de nós, a cerca de dois ou três metros.

"Aqui, pegue esse medalhão e coloque-o no sal desta tigela." Harry pegou o medalhão oferecido em forma de sol e o colocou suavemente na tigela antes de pegar a vela amarela que lhe foi entregue e colocá-la atrás da tigela. "Perfeito. Ar sempre deve estar a Leste se você souber as suas direções cardeais. O sol e o amarelo representam o Ar, daí a vela amarela e o medalhão. Como o Ar é comumente associado à clareza e limpeza, o sândalo é sempre uma boa escolha também. Agora, vamos passar para Terra." Ele entregou a Harry outra tigela e um pouco de sálvia. "Agora é a mesma coisa, mas com a Terra." Harry obedeceu antes de colocar a tigela atrás deles, seguida por um medalhão de pentagrama e uma vela verde floresta.