Capítulo 15

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"O chalé?" O choque e a incredulidade coloriram a voz de Severus enquanto Harry contemplava a serena imagem em sua mão.

"Sim," Harry se abaixou para pegar o resto do arquivo da propriedade. "É espaçoso para um chalé, mas ainda é aconchegante e fica em alguns acres, a maioria dos quais recebe luz solar direta durante o dia. E há muitas árvores adultas para fornecer sombra. Tem até uma adega que podemos usar para poções, se quiser."

Severus olhou para a foto mais uma vez e depois voltou o olhar para Harry.

"Suponho que se você mudar de ideia mais tarde, sempre podemos nos mudar."

A mudança foi tranquila. Não demorou muito para Harry perceber que o precioso chalé era agora seu lar. Ele se acostumou a levantar de manhã, tomar banho e passar o máximo de tempo possível com os Weasley e Hermione antes de ficar isolado com Severus. Não haviam se passado nem dois dias completos antes que as perguntas começassem.

"Ei, quando você vai nos contar por que está de repente sempre por perto?"

"Sim, adoramos tê-lo aqui, mas caramba, você pensaria que não vai voltar por um século!"

"Tudo bem, garotos, chega! Se Harry quer passar um tempo aqui, ele é mais que bem-vindo. Não é, Harry querido?" A garganta de Harry ficou seca ao ser colocado em evidência. Ele planejava falar com eles sobre isso, inventar uma desculpa plausível, mas não conseguia lembrar o que era suposto dizer.

"E-eu bem..." Harry corou e agradeceu a Molly pela tigela de sopa que acabara de lhe entregar. Antes que Harry pudesse dizer mais alguma coisa, a porta da cozinha se abriu e o familiar cheiro de cravo e canela o envolveu.

"Molly, espero que não se importe de eu aparecer para o jantar."

"Severus! Claro que não, pegue um lugar! O jantar é sopa de batata hoje à noite, mas sei que você não gosta muito. Se me der só um momento, posso pegar sua geléia favorita para os pãezinhos..."

"Não precisa, Molly. Embora eu aprecie os esforços extras que você faz para garantir que eu receba nutrientes suficientes, não é mais necessário." Os olhos de Molly se iluminaram e Harry olhou para Severus pensativamente. A geléia à qual Molly se referia provavelmente era algum tipo de geléia de sangue para fazer o homem comer enquanto ela estava por perto.

"Oh, que maravilha ouvir isso! Alguém que eu conheço está te alimentando bem em casa?" Harry sorriu enquanto observava as bochechas de Severus corarem. Molly deve ter percebido também. "Então eu conheço ela! Quem é?"

"Ele é bastante importante para mim, então eu agradeceria se você evitasse o surto que sei que inevitavelmente virá." Uma expressão astuta passou por seu rosto enquanto olhava entre ele e Harry.

"Querido Harry?" Harry olhou para ela, surpreso que fosse mais difícil do que ele pensava que seria. Temia ver decepção. "Vocês dois estão...?" Harry assentiu. "E você está feliz?" Ele assentiu mais uma vez. "Bem, então desejo a vocês dois toda a sorte e as mais felizes bênçãos." Harry sorriu, contente que ela não parecesse chateada.

"Mãe?!" Molly virou-se para seus filhos, sua voz adotando um tom sem firulas.

"Silêncio, vocês, explicarei detalhadamente mais tarde. Vocês vão me obedecer nisso." Os garotos assentiram, olhos arregalados, e voltaram a comer. Um comentário casual sobre a próxima copa do mundo fez com que o ambiente da sala voltasse ao normal.

"Oh Harry? Me avise quando puder escrever." Harry assentiu, perguntando-se como ela sabia que ele não seria capaz de escrever para eles por um futuro próximo.

Os dois chegaram à beira dos limites voltados para o chalé. Harry virou-se para Severus.

"Como ela soube?" Severus sorriu.

O Aprendiz do Mestre de PoçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora