Semanas antes da Tokyo Manji VS Valhalla acontecer, Takemichi descobre a existência de uma pessoa misteriosa que começa a afetar todas as linhas temporais. O problema mesmo começa quando ele descobre se tratar de uma garota que parece ter ligação co...
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Desde que a luta acabou, a atmosfera ficou pesada. Não sei o quão importante são aqueles amigos para minha irmã, então não posso compartilhar da sua dor, nunca pude, e agora muito menos.
Rindou pode ser insensível, mas não sabia disfarçar sua preocupação. Andando pela casa de um lado para o outro, tomou quatro banhos e mudou de canal a cada meia hora.
Hikari não falou com ninguém desde que chegou, estava preocupada com Baji. Se deitou no sofá com o celular na mão e acabou dormindo esperando por boas notícias que nunca chegaram.
Estou sentado no chão na frente do sofá observando seu rosto adormecido. Não sei o que fazer. Não sou a melhor pessoa pra entender ela agora e estar ciente disso me enche de dor.
Começou a anoitecer e o frio entrou na sala por debaixo da porta. Rindou se cansou de mudar de canal e se levantou, foi até o quarto e depois voltou vestindo uma blusa de manga longa e com uma coberta nas mãos - Ou, Ran. Cobre ela aí...
Pego a coberta das suas mãos, estico a coberta na altura do meu rosto e a cubro. Não era grande, mas o suficiente pra uma pessoa.
Queria fazer algo, mas não sei o quê. No final da luta, quando a segurei pelo braço, ela me olhou com os mesmos olhos de cinco anos atrás. Assustada, sentiu medo de mim. Mesmo após quase uma década, minha irmãzinha ainda sente medo de mim.
Fugi desse olhar por tantos anos e não adiantou de nada, ainda me atinge da mesma forma. Eu me pergunto se foi assim que você se sentiu quando eu fui embora. Toda Roppongi espalhava sobre como era a miserável família Haitani, todos sabiam como nossa família era uma merda, menos você, te achava pequena demais pra entender.
- Que horas o Izana chega, hein? - Pergunto pra Rindou que está fazendo uma mistura de macarrão com queijo, e ele nem gosta de queijo
- Não falta muito
Rindou realmente estava preocupado com nossa irmã, e eu estou preocupado em dobro com eles dois. Quando Rindou começa a ficar nervoso ou ansioso ele bebe até cair. Estava certo em me preocupar, pois logo ele desligou o fogão sem paciência pra terminar a comida, pegou seu casaco e foi em direção a porta
- Preciso beber
- Não vai muito longe - Nem sei se ele me escutou, saiu sem dizer nada.
Suspiro e volto a olhar pra Hikari adormecida. Tento tirar o celular das mãos dela, mas mesmo dormindo ela não largava de jeito nenhum.
Queria que ela acordasse e compartilhasse o que está sentindo comigo, que pedisse ajuda como um dia, quando pequena, compartilhou comigo. E não lhe culpo por não fazer isso, eu nunca estive aqui.
Agora toda a vontade que você deve estar de chorar está escondida dentro de você. Por que não coloca pra fora? O que é preciso pra que você se sinta confortável comigo de novo?...
