𝕿𝖍𝖎𝖗𝖙𝖞-𝖘𝖊𝖛𝖊𝖓

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O macarrão instantâneo está frio, com consistência semelhante a papelão. Por um instante parece que estou comendo a própria caixa, mas como mesmo assim. Por mais incrível que pareça, é a única coisa que para no meu estômago desde que a Hikari saiu de casa.

A comida processada preenche o buraco no meu estômago, mas não o vazio causado pela saudade que sinto no coração. Quero ligar pra ela. Quero vê-la outra vez e perguntar se nos perdoa. Ela e Ran estavam indo bem, mas então todos brigamos. Parece que eles nunca vão conseguir se conectar.

Sempre tem algo pra impedir e atrapalhar. Sempre. É como se, tudo já estivesse escrito pra ser assim.

Sinto vontade de dar um soco na mesa da cozinha. A vida já nos tirou a mamãe, não vai tirar nossa irmã também.

O barulho da porta se abrindo me faz ajeitar a postura, Ran está insuportável desde a briga. Ele não consegue se perdoar, se antes já tinha dificuldades, agora está impossível. Os passos dele que iam direto pro sofá e dormir se não fosse atraído pela luz da cozinha.

Olho para Ran parado na porta. Ran, o irmão mais velho e cuidadoso, está péssimo como um mendigo. Não sei qual foi a última vez que ele tomou banho, está pálido de fome e ainda sim se recusa a comer direito.

- Oi - as chaves batem na mesa quando Ran as joga.

Ele vê o macarrão instantâneo na mesa. Sei que ele sente meu odor desagradável assim que percebe uma latinha de cerveja na mesa. Uma péssima combinação, mas quem se importa? Arranca um garfo qualquer e puxa uma cadeira para se sentar ao meu lado e comer comigo. Não reclamo, Ran não come direito desde que Hikari se afastou. De todos nessa casa, ele é o que mais se culpa por tudo.

Se Izana estivesse acordado e consciente, daria uma bela bronca em nós dois agora. Ele não está acordado. Nem consciente. Desde que a Hikari sumiu que ele vai dormir às sete da noite, depois de tomar alguns calmantes. Me surpreende ele não ter ido atrás feito louco na primeira noite em que ela não voltou. Sinto que ele está escondendo algo, que sabe onde ela está e não nos conta. Izana não estaria tão "calmo" apenas com calmantes.

- Você deveria ter avisado onde estava - faço seu papel. Geralmente é Ran quem me diz o que fazer, mas ele não está em condições nem de cuidar de si mesmo.

- Foram só algumas horas.

A desaprovação estampada no meu rosto é mais como a de um pai do que a de um irmão mais novo. Minha mente divaga por um segundo e então percebo, quem sou eu pra falar? Um bêbado comendo macarrão instantâneo durante a madrugada.

𝙇𝙐𝙏𝘼 𝙋𝙀𝙇𝙊 𝙏𝙀𝙈𝙋𝙊 { 時間のために戦う } ___ Tokyo RevengersOnde histórias criam vida. Descubra agora