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24.02.2031
O homem estava deitado em uma cama de hospital, com tubos em seus braços e fios o conectando a aparelhos, do outro lado do quarto, uma médica ruiva estava sentada com uma prancheta em mãos, estudando.
Poderiam achar pouco ético da parte dela, escolher o quarto de alguém em coma para estudar, mas os dormitório daquele lugar eram lugares arriscados para ficar acordada e se alguém a visse em algum corredor iriam a pedir para fazer algo.
E veja bem, aquele homem estava ali a mais de dois anos, sem nome, sem família, sem nada... mas por causa dos traços de atividade celebral, o mantinham ligado.
Tirou os olhos dos papeis, observando o homem que mesmo dormindo parecia não perder a boa forma, mas ele tinha grandes marcas de panda ao redor dos olhos e o rosto abatido pelo tempo ali dentro.
Ela já deveria se considerar íntima do homem, o visitava com tanta frequência e ele era a pessoa que mais a ouviu falar em toda sua vida, e ela fala muito.
Ouviu um bip no celular e virou a tela, era o chefe do trauma a chamando, pelo visto um carro bateu em uma vã de idosos.
Se levantou rápidamente, colocando as suas coisas dentro do armário que deveria ser do visitante do paciente desconhecido e saindo da sala.
Sem perceber que na cama, o homem levava a mão até os olhos, completamente perdido e confuso.
[...]
-Que loucura!- Amélia disse após sair do quarto do homem, encontrando com April e Meredith que olhavam curiosas para o homem- Dois anos em coma profundo e ele só tem amnésia, nada de demência ou atraso.
-Os órgãos, ossos, reflexo e... tudo! Estão em perfeito estado, parece que ele só tirou uma sonequinha- Meredith disse e April se sentiu curiosa sobre o paciente e triste por perder seu lugar de paz e estudo.
-Bem, de qualquer forma, a única coisa que ele se lembra é a voz de uma médica conversando com ele durante esses dois anos- Amélia disse e April engasgou com o café gelado que estava tomando.
-Como?- a ruiva perguntou sem estar recuperada ainda.
-É isso mesmo, agora a chefe deve ir atrás dela para ser a responsável dele, já que ele fala dela como se fosse amigos íntimos- a morena disse novamente anotando as coisas no prontuário, sem perceber que a amiga ruiva estava pálida- Meredith o jantar é hoje certo?
Amélia era irmã do marido de Meredith, Derek, e naquela noite haveria um jantar em família, em que as irmãs de Meredith, Maggie e Lexie também iriam, o marido de Lexie, Mark que era melhor amigo de Derek e pai de Sofia que era...
April sacudiu a cabeça, percebendo que estava saindo do pensamento central e indo para um assunto completamente aleatório, porque se continuasse ela iria falar de Callie, Arizona, Alex, Jô e metade dos médicos daquele hospital.
Se afastou das amigas que falavam do jantar, indo para perto da sala, na tentativa de ver o que estava acontecendo, ela não podia ser responsável por alguém! Ela mal sobrevivia sozinha...
-Ali! É ela!- uma voz masculina disse e ela arregalou os olhos mais ainda ao perceber que o paciente desconhecido apontava para ela, com a chefe Bailey a olhando nem um pouco surpresa.
Ela tinha uma ótima tendência a se meter em enrascadas, mas aquela concerteza é a mais ferrada de todas!
[...]
-Está me dizendo que se eu me responsabilizar por ele, até que ele recupere as memórias ou tenha condições de seguir a vida sozinho, vou receber mensalmente?- April disse, pela primeira vez estava agradecendo ao seu azar.
-Sim, doutora Kepner, o governo está colocando em teste esse protocolo e ainda é secreto, então se aceitar, eu devo pedir que isso não saia dessa sala- o agente do governo disse, com o paciente desconhecido ao seu lado, o homem tinha uma cara atentada e olhava para April como se soubesse de todos os seus pecados.
E ele sabe...
- De quanto estariamos falando?- ela perguntou e o agente lhe entregou um papel que a fez abrir a boca levemente.
Com aquele dinheiro extra ela poderia organizar suas contas atrasadas e dar entrada no seu carro em três meses...
-Por mim tudo bem!- ela disse sorrindo largamente.
-Ótimo, eu já tenho uma babá!- o homen moreno falou bebendo um pouco do suco de laranja que serviram na sala.
-Senhor, peço que volte para seu quarto, irei resolver com a doutora Kepner alguns assuntos oficias agora.
-Assuntos oficias em meu nome? Isso não quebra nenhuma lei não?- ele perguntou e Bailey que estava ao lado, soltou uma risada meio engasgada.
-Senhor, vamos eu irei lhe acompanhar até seu quarto- ela disse se levantando para guiar o homem desconhecido.
[...]
Ela andou até o quarto do homem, ciente que eles deveriam parecer amigos já que ninguém podia saber que April estava recebendo para o ajudar.
-oi!- ela disse assim que entrou e ele se virou para ela, os olhos escuros brilhando com curiosidade.
-Oi April! Ah, você não sabe como é bom poder te responder finalmente, acredite em mim, eu tentei!- ele disse, soltando a decoração que ele estava brincando antes dela dela entrar.
-ham... sobre isso, o que exatamente você ouviu?- April perguntou fazendo uma careta.
-Só... tudo- ele disse e viu a ruiva soltar um gemido sofrido, ele riu, estendendo a mão e dando tapinhas leves em seu ombro.
A cabeça de April estava para explodir, então ele sabia de tudo sobre ela, mas ela não sabia nada dele!... e ele também não, então...
-Quando eu recebo alta?- ele perguntou a tirando dos pensamentos que já iriam começar a se perder nas milhares de linhas de raciocínio.
-Eu não sei... senhor, acho que precisamos descobrir seu nome.
-A polícia já tentou- ele disse dando de ombros.
-Claro, ela olhou as roupas e itens que chegaram com você, mas você mesmo olhar pode desbloquear alguma memória.
[...]
Eles foram até onde estavam os itens do paciente desconhecido e encontraram apenas uma roupa suja de sangue, uma chave com um chaveiro de um mini taco de beisebol.
-Talvez eu seja o Babe Ruth- ele a provocou, fazendo ela revirar os olhos com tanta força que eles poderiam facilmente sair do seu rosto.
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•O universo de Grey's Anatomy não vai ser tão utilizado assim, não é necessário ter assitido a série nem nada, é só pra completar elenco mesmo.
