Geralmente, Misato era quem dava os comunicados da NERV para os pilotos, que depois avisavam Ayanami quando a viam. Mas hoje, eles foram chamados até o lugar onde Ritsuko estava trabalhando. Isso em si já era meio estranho, sem contar que estava consideravelmente tarde a essa hora.
Os 3 estavam ali parados na porta, esperando a loira falar alguma coisa. Ela estava mexendo em alguns papéis com uma cara de preocupação, ocasionalmente tomando um gole de café.
Asuka suspirou irritada. "Quanto tempo isso vai demorar?" ela reclamou, colocando a mão na cintura.
Isso fez ela olhar pra cima de seu trabalho e perceber a presença dos 3 pilotos. "Ah! Me desculpem, fiz vocês esperarem por muito tempo?" ela perguntou.
Antes de alguém poder responder, ela virou a cabeça para uma porta e exclamou "Kaworu, eles chegaram!"
Após alguns segundos, saiu dali um menino pálido de cabelos quase brancos e olhos vermelhos, usando o uniforme da escola.
Ele sorriu. "Kaworu Nagisa. Eu sou a quarta criança escolhida"
Imediatamente, Shinji o reconheceu. "Ah- Oi, Kaworu"
Asuka se virou pra ele "Vocês se conhecem?"
"A gente se encontrou esses dias" ele respondeu.
"E você não me falou nada?!" ela retrucou.
Rei simplesmente encarou-o. Ele era... estranhamente familiar. E não só por causa que a aparência dos dois era similar, mesmo isso sendo estranho.
...No final das escadas rolantes, ali estava: a quinta criança, com uma aparência extremamente semelhante a sua, a recebendo com um sorriso.
"Você é a primeira criança, não é?" ele disse.
Ela permaneceu em silêncio. "Rei Ayanami... você é igualzinha a mim. Bom, na verdade eu e você terminamos na mesma forma de lilin para vir aqui nesse planeta."
"Eu não sei quem é você." Ela respondeu e seguiu seu caminho, sentindo os olhos do outro a observando enquanto ela ia...
Ela suspirou e mexeu no cabelo. "Enfim, eu sou a segunda criança, Asuka Langley Soryu, a Pilota da unidade 02" ela disse, sorrindo com orgulho.
"Eu sei, já vi sobre você. Você veio da Alemanha, não é? Isso é algo que a gente tem em comum, então."
Asuka olhou pra ele surpreendida. "Sério mesmo?" ela perguntou, dessa vez em alemão.
Kaworu fez que sim com a cabeça.
Ela deu um passo pra frente e inclinou o corpo, olhando-o de cima a baixo. "Você e a Boneca ali são irmãos ou algo do tipo?"
Kaworu voltou o olhar para Rei. Realmente, os dois se pareciam muito, talvez por terem um propósito similar. Será que ela se lembrava de alguma coisa? "...Não."
Asuka voltou a posição normal, mudando os olhares entre Ayanami e o menino com os olhos cerrados.
Rei só o encarava. Tentando achar a razão do porque ela estava o estranhando. Quando Kaworu percebeu, a retribuiu com um sorriso. "Ah, olá Rei Ayanami. Ouvi falar muito sobre você."
"Olá... Nagisa." Rei respondeu, ainda observando o garoto desconfiada.
Ele a analisou por alguns segundos. "Bem que o Shinji disse que você era parecida comigo, Ayanami."
Ritsuko tomou mais um gole de café, que infelizmente agora se encontrava quase frio. Enquanto as crianças conversavam, ela estava tentando se concentrar nos papéis em sua frente. Acima da sua papelada normal de trabalho, que já estava extensa, ela agora tinha que ver os documentos sobre a guarda legal do Kaworu. Isso fez ela questionar o por que ela quis seguir os passos da mãe e não vender arte na praia ou coisa do tipo. Ela suspirou e coçou a cabeça.
"Dra. Akagi," Kaworu a chamou, cutucando seu ombro. "Eu posso ir com eles? Soryu e Shinji se ofereceram para dar uma volta na cidade comigo."
Ela hesitou por um momento, mas cedeu. "...Tudo bem. Mas esteja de volta às 20:15, faremos alguns testes com você." Ele sorriu e se virou para sair da sala, juntamente com os outros dois pilotos.
Ayanami, porém, permaneceu na sala. Ela parecia estar tentando achar alguma coisa no rosto da doutora. As duas se encaravam desconfortavelmente.
Então, antes que Ritsuko pudesse falar algo, Ayanami se virou e foi embora sem nenhuma palavra a mais.
...
"Tá meio tarde, então não vai dar pra fazer muita coisa, mas ainda assim dá pra ver um pouco da cidade." Asuka disse, enquanto guiava os meninos pelas ruas do lugar. As luzes artificiais dos postes e letreiros de lojas já estavam acesas a essa hora, e carros retornando para casas enchiam as estradas.
Asuka andava na frente dos dois pilotos, que andavam lado a lado. Kaworu olhava para tudo em sua volta com um certo interesse, e Shinji apenas o observava no canto do olho.
"Kaworu, você vai ser piloto de qual unidade?" perguntou Shinji.
Asuka se virou. "É verdade, se as três unidades já tem piloto, o que você vai fazer?"
"Bom, por enquanto fui enviado como reserva, mas pelo o que eu sei a próxima unidade está em processo de ser enviada para o Japão." Ele respondeu.
"Uma unidade 04?" o menino de seu lado se questionou. Kaworu fez que sim com a cabeça.
"Eu não entendo o porquê de tantas unidades serem feitas, só a minha já conseguia derrotar todos esses anjos sozinha se me deixassem." Asuka disse.
"Não é questão de precisar de muitos evas," Kaworu falou. "Antes se esperava que os ataques fossem feitos em mais partes do mundo, então mais evas foram feitos por precaução. Até onde eu sei, há 10 unidades espalhadas pelo mundo atualmente, mesmo que somente 3 estejam ativas no momento."
"Nossa, até que você sabe bastante." Disse a ruiva. "Tá mais esperto do que o Shinji idiota aí." Ela riu, e Shinji revirou os olhos em resposta.
"Eu não acho que o Shinji seja idiota." Respondeu Kaworu. Shinji sorriu de leve.
Asuka fungou. "Pois eu acho que é, e bastante."
Kaworu olhou para o lado, e avistou um gato na calçada. Era pequeno e tinha pelos brancos, e aparentava estar sozinho. Ele parou, o que chamou a atenção do menino ao seu lado.
"O que foi, Kaworu?" ele perguntou, e depois olhou na direção do animal. "Ah, aquele gato tá ali faz umas semanas já, eu acho que ele não tem um dono."
O gato então veio na direção dos dois, e se esfregou da perna de Kaworu, que quase pulou com o contato. Shinji riu e se agachou para fazer carinho nele, que mordeu sua mão mas depois aceitou o toque.
Um sorriso se formou no rosto de Kaworu diante da cena. Então, o menino tirou a mão do animal e se levantou.
"É melhor a gente ir com a Asuka." Ele disse, se virando até avistar a mesma.
Ela estava na distância, apoiada em uma máquina de bebidas, tomando algo de uma lata. Ela olhou para o chão quando os dois viram ela.
Kaworu olhou para o céu, que agora estava completamente escuro. Estava quase na hora de voltar a base da NERV, mas talvez não importava tanto assim se ele se atrasasse. Ele aguentava um sermão da Dra. Akagi, de qualquer jeito.
[N/A: Era pra esse capítulo ter saído no sábado/sexta mas minha irmãzinha decidiu que ela quer que eu fique com ela até ela dormir, e eu acabei dormindo primeiro ontem e só consegui terminar de editar hj kkkk. enfim, tem mais alguns capítulos normais até a gente começar as coisas típicas de evangelion :) Inclusive dia 19 é meu aniversário, ent talvez eu lance uma oneshot no Ao3 👍 até semana que vem ^-^]
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Quebra de uma profecia [Evangelion, Kawoshin]
FanfictionO que acontece quando uma profecia é interrompida de forma brusca? E se o Kaworu tivesse chegado mais cedo? (Se passa depois do ep. 12 :] ) também no spirit como sweething ^-^