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A vida não foi muito amiga de Pietro durante a sua maior parte. Aos 12 anos, foi desprezado por sua mãe ao se assumir gay, e aos 15, foi expulso de casa, o fazendo ir morar com o seu avô no interior. Ele acreditava que não poderia piorar, pois estaria longe de sua mãe, mas piorou. Francesco, o avô de Pietro, o batia constantemente por não conseguir fazer serviços na roça corretamente, o que deixava marcas e hematomas visíveis em seu corpo.
Na maioria das vezes, Pietro chorava muito para acabar dormindo e esquecer as desgraças de sua vida. Com ele, carregava sua antiga chupeta azul que estava surrada pelo tempo e uma mamadeira com a tampa da mesma cor que estava bastante desgastada. Escondido do avô, ele sugava sua chupeta para relaxar e esquecer do mundo real.
Quando não estava cuidando de seu terreno, Francesco saía e passava o dia inteiro fora deixando Pietro totalmente sozinho em casa. O menino passou a usar sua chupeta toda vez que seu avô saía, e de maneira rápida, ele deslizava para outro espaço que o deixava pequeno, o permitindo ser quem era de verdade: um bebê fofo e inofensivo.
Tímido e bastante sensível, o garoto parou de sair do seu quarto e passou a ficar 24 horas e 7 dias por semana dentro do cômodo. Suas saídas eram apenas para ir se alimentar ou ir ao banheiro. Francesco começou a não ligar e trabalhar sozinho. Aos seus 63 anos, achava que ainda era jovem e sarado, como era a mais de 40 anos atrás.
2 anos depois, aos 17 anos, Pietro saiu da casa do avô rumo a cidade grande novamente, onde pretendia começar sua vida independente antes de atingir sua maioridade. Ele não tinha casa ou parentes para acolhê-lo, o fazendo cometer atitudes improváveis como dormir na rua e se limpar em fontes de água que haviam em praças espalhadas pela cidade.
3 anos depois, agora nos seus 20 anos, Pietro leva uma vida estável em um pequeno ap que conseguiu alugar por um preço camarada numa área mais soturna da cidade. Trabalhando como caixa em uma confeitaria, ele tinha de onde tirar uma renda para sobreviver e se manter de baixo de um teto.
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Na confeitaria do centro da cidade, Pietro estava em mais um dia cansativo de trabalho anotando pedidos e recebendo os pagamentos. Na maioria das vezes ele ouvia xingamentos e ofensas de clientes impacientes o que fazia com que ele quase deslizasse para o seu lado de conforto, mas ele agia mais rápido e se mantia forte, mantendo a calma.
Seu amigo de trabalho e também da vida, Pedro, o defendia sempre que uma situação dessa acontecia. Pedro sabia da condição de Pietro e as vezes se voluntariava para cuidar do amigo quando ele precisasse relaxar indo para o headspace. O loiro confiava muito em Pedro e se sentia confortável ao seu lado, como se não houvessem preocupações no mundo.
- Está tudo bem, Pi? - Pedro perguntou após o defender de uma ofensa.
- ..Tá sim.. - Respondeu ofegante. - Não foi nada.
- Como nada? Aquele cara só faltou bater em você ainda agora. Sorte que eu estava aqui, imagina se ele te agride aqui?
- Tá tudo bem Pedro, obrigado.. - Pietro agradeceu o abraçando. - Vamos voltar ao trabalho..
- Acho que você precisa ir pra casa e descansar. Sabe que o sr. Harper odiaria que trabalhasse abatido.
- Eu estou bem amigo. Não precisa se preocupar comigo. - Pietro garantiu. - Olha só, mais um cliente.
O sino da porta tocou indicando que alguém havia entrado. Um homem altamente charmoso, com músculos definidos e roupas sociais havia chegado, seu perfume forte exalou por todo o ambiente anunciando sua forte presença no lugar.
- Boa tarde. - Falou o homem. - Irei querer uma dúzia de donuts e um café com leite com creme extra.
- C-certo. - Pietro falou confirmando o pedido do homem. - Pode escolher os sabores, senhor..
- Eu irei querer seis dos confetes coloridos com o recheio rosa, três de chocolate e os outros três de frutas vermelhas. - Falou decidido. - Você tem alguma sugestão para mim, meu docinho? - Perguntou lançando um olhar devorador para Pietro, que foi atingido na hora.
- Bom.. Todos os sabores são ótimos. Mas eu.. eu indico o sabor de pistache para o senhor, sai bastante.. - Pietro respondeu tímido, não queria parecer atirado.
- Pistache... Adoro pistache mas nunca provei este sabor de donut. Hum, troque dois dos de frutas vermelhas e coloque um de pistache, irei experimentar.
- O-ok.. - Respondeu trocando um dos donuts. - Aqui está o café com leite que pediu.. Deu.. Deu 32,90.. Qual a forma de pagamento?
- No débito. Quero pagar o meu pedido e dar uma boa gorjeta para você. Que rapaz gentil, como se chama? - Perguntou apoiando-se no balcão.
- Pi-pietro..
- Que lindo nome. - Ainda com um olhar devorador, o homem sorriu. - Tão lindo quanto a pessoa que o pertence..
Pietro ficou corado. O homem era realmente bonito e atraente. Aquela era a visão perfeita do daddy que ele sempre sonhou para cuidar de si. Ele poderia se imaginar nos braços do homem sendo ninado e beijado por ele.
- Nossa.. Assim eu fico sem graça, moço.. - Respondeu envergonhado. - Obrigado pelos elogios..
- Não foi nada.. Pessoas bonitas devem sempre ser elogiadas. Beleza não são todos que tem.
Pietro não respondeu e apenas acenou com a cabeça.
- Aqui sua nota. Obrigado pela preferência e faça bom proveito. Volte sempre.
- Eu sempre volto. Espero te ver aqui quando eu voltar.
Pietro riu fraco.
- P-pode deixar... - Pietro respondeu recebendo uma piscada singela do homem que em seguida se retirou da loja caminhando para uma direção distinta.
Respirou fundo. Pietro não sabia se havia sido cantado ou apenas elogiado. Pedro apareceu atrás do amigo no mesmo instante o assustando.
- Há! - Gritou Pedro assustando Pietro. - Humm... Se assustou garanhão?
- Do que você está falando? - Perguntou disfarçando abrindo a caixa registradora.
- Do que estou falando? - Pedro riu. - Todo mundo viu a flertada que aquele boa pinta deu com você aqui no balcão.
- Para de besteira. Ele tava sendo simpático só. Nada demais.
- Sabemos bem que simpatia é essa.. -
- Riu novamente. - Investe amigo, vai que dá bom...- Eu jamais teria uma chance com um homem desses. - Pietro estalou a língua no céu da boca.
- Nunca se sabe.. Ouvi bem quando ele disse que queria você aqui quando voltasse..
- Foi apenas simpatia, Pedro. Pare com os seus sonhos..
Pedro apenas riu de novo e voltou para os fundos da confeitaria. Pietro ficou reflexivo, será mesmo que aquilo era simpatia?
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Daddy's Prince
FanfictionPietro era um praticante do ageregression que sempre quis um daddy para cuidar de si. Talvez o destino pudesse ajudá-lo a realizar seu maior desejo.