P.O.V Olívia
Hoje estava fazendo cinco dias que estava morando com Helena, oficialmente ela era minha mãe, e eu nunca estive tão feliz desde... Acho que eu nunca estive tão feliz quanto agora. Tudo estava indo melhor do que eu esperava, tirando algumas partes tipo, quando ela queria passar pomada na alergia, só de pensar... Argh! Pelo menos já estava quase sarando.
Ah, e também quando fica mandando eu comer legumes, verduras e frutas todos os dias, eu pareço algum coelho por acaso?
E os remédios que são amargos e dão ansiosa, eu já estou boa, será que não dá pra perceber isso?
Às vezes dá vontade de comer o pote de Nutella que tem no armário, mas ela disse que não posso comer sempre, porque posso ter dor de barriga e blá blá blá... Claro que essa última parte eu nunca fiz para ela, meu bumbum ainda se recorda de quando me deu umas palmadas no escritório do chato do Luiz, desde esse dia eu estava fugindo do radar dela, ou melhor das mãos, Helena tem a mão firme e pesada não queria outra daquela tão cedo.
Mas a melhor coisa do mundo era o nanar, ele é tão gostoso, macio e docinho e tinha o cheiro da mommy, não era cheiro de perfume era diferente, era cheiro de... Cheiro de mãe mesmo, no primeiro dia eu dormi no meu quarto, mas nos outros eu fui para a cama dela que era infinitamente melhor e eu dormia bem mais rápido também.
Helena me ajudou a arrumar meu quarto no segundo dia, guardamos as roupas e as coisas que compramos no shopping, e arrumei o material da escola, ainda não tinha me matriculado, mas ela disse que iríamos hoje, eu não estava muito animada com a ideia já que eu e a escola não somos compatíveis. Quando estudava eu sempre vivia na diretoria ou chamavam minha outra mãe na escola por ter brigado, mas em minha defesa eu só me defendia, e às vezes fazia um pouquinho de bagunça, mas não era nada demais.
Me assustei quando a luz do quarto foi acesa, e procurei me esconder mais embaixo das cobertas para escapar da claridade, não queria levantar, ainda sentia sono.
— Levanta, Olívia! — Não respondi! — Sei que está acordada e já tem tempo, vamos fazer seu exame e depois sua matrícula.
Droga!!!!
Continuei do mesmo jeito e torci para ela mudar de ideia e esquecer isso do médico e da escola. Ficou tudo em silêncio e já estava comemorando internamente pensando que ela tinha realmente mudado de ideia, senti o edredom sendo puxado de uma vez, parece que não
— NAAAAAO!!!
— Levanta, escova os dentes e toma banho. Daqui a pouco eu volto para passar a pomada.
— Não! — Resmunguei com o rosto enterrado no travesseiro
— Se não tiver feito isso em 10 minutos você vai desse jeito mesmo e de bumbum quentinho.
O tom de voz não estava bravo, eu já sabia diferenciar quando ela estava brava de verdade, quando estava começando a ficar e quando ainda estava na parte do aviso, por enquanto ela estava na fase do aviso, ouvi ela saindo e voltei a pegar no sono, pensando: só mais um minutinho.
PAFT!
Levantei com um pulo esfregando meu bumbum que agora ardia pelo tapa, e não consegui evitar o grito pelo susto.
— Doeu, mommy
— Te quero embaixo do chuveiro agora. — Dessa vez ela já estava na fase muito brava.
Levantei sem sentir quase nada de sono, também depois desse tapa, estava saindo do quarto enxugando as lágrimas que escaparam quando ela entrou na minha frente com o rosto sério e de braços cruzados.

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Motherly Love
Storie breviHelena é uma delegada séria e rígida, perdeu recentemente o filho e o marido e estava se estabilizando, conhece a jovem Olívia de 16 anos que estava sempre se envolvendo em confusões e já era uma velha conhecida da polícia, é presa após uma tentativ...