1 - O Rádio

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Olá meus caros leitores, espero que gostem desta história que eu mesma desenvolvi, me inspirando na série "Hazbin Hotel".

Avisando de ante mão, que esta história contém conteúdos sexuais, drogas ilícitas e lícitas,álcool, violência e uma pitada bem generosa de dark romance, que eu sei que vocês adoram.

sem mais delongas fique com o primeiro capítulo.

Pov Narradora

O raio do sol infernal atravessou a janela, expondo sua beleza para quem o quisesse contemplar. A bela jovem revirou na cama, em busca de um pouco mais de tempo para poder dormir, até porque acordar cedo para trabalhar era uma rotina pesada para quem voltava só ao anoitecer para casa.

Ayumi despertou a contra gosto, seus cabelos ruivos bagunçados, com pequenos nós evidenciavam isso. Levantar da cama era mais um desafio que ela teria que enfrentar.

– Ayumi! — Ouviu batidas em sua porta – Levante dessa cama garota, deixe de preguiça!

– Já estou indo, pai — ela revirou os olhos.

[...]

Com sua botas cheias de lama, e um cesto cheio de restos de comidas, ela andava pelo vilarejo, vendo demônios indo e voltando para suas casas. Era só mais uma entre várias cabeças, entre vários corações, vários amores, não que isso existia muito ali no inferno.

Mas oque é o amor?

Se perguntou ao chegar em frente ao cercado, onde ficava os porcos ao qual alimentara toda manhã. Sabia que o amor era dar e receber, mas nunca recebou nada pois seu coração nunca foi roubado. Havia aqueles que tentaram e falharam míseravelmente, outros já a decepcionaram, talvez seja pelo fato de nunca ter gostado de nenhum dos homens aos quais já viu em sua vida. Ou talvez, ela pensou, nunca foi digna a ser amada por alguém.

Mas porque?

– Aí! — ela urrou de dor – É para comer a comida, não o meu dedo — explicou ao porco, que só focava na comida a sua frente.

Deu uma bela olhada em seu dedo, que começou a ficar em um tom avermelhado. Pelo menos essa mordida cessou seus mais profundos pensamentos.

– Eu te desculpo só porque és adorável, seu danado. — acariciou sua cabeça suavemente.

Deixou seus pensamentos de lado, tinha mais coisas a fazer.

– Olá, Ayumi! — sua vizinha a comprimenta alegremente.

– Bom dia! — responde expressando a sua alegria de acordar cedo.

Ok. Ela não existia.

Não a julguem, sua revolta era compreensível, acordar cedo, trabalho e mais trabalho, e bem, um pai quem não era muito atencioso, aquela cidade em si não era muito agradável, mas era a única na qual os moradores eram no mínimo civilizados, pois além daquelas terras, ao qual nasceu, havia demônios, sangue e mais sangue, não era boba o bastante para não saber disso. Por outro lado, isso nunca impediu a garota de fazer oque gostava.

Aaah sim.

Há muito por trás de um belo rosto, de um belo sorriso. Ayumi sempre tentava sorrir, ver o lado bom das coisas, mesmo quando o inferno caia sobre suas costas, era difícil, isto é um fato inegável, mas era oque a fazia esquecer os problemas, os quais a atormentavam dia pós dia naquela maldita cidade.

Sua atenção foi tirada ao passar em frente a uma loja. Via, ali ao lado daquela formosa loja de intens antigos, o beco no qual revirava o lixo para tentar achar algo de útil. Sua família, no caso só seu pai, não tinha muito dinheiro, com ela somente havia uns trocados que achou em cima da cabeceira de seu pai. Não era muito. Olhou para os dois lados, adentrando aquele beco e já abrindo o saco de lixo recém tirado. Ninguém podia a ver ali, ou haveria problemas, já que os moradores detestavam reviradores de lixo, no caso, o próprio dono do estabelecimento em si.

Enquanto revirava, via pedaços de madeira, junto com alguns fios. Pegou algumas engrenagens que poderia vender, alguns fios de cobres. Quando estava prestes a sair, ouviu um chiado vindo de dentro da lixeira. Seus passos eram sorrateiros, olhava para trás, com medo de ser vista. Enfiou a mão entre as sacolas de lixo, e achou o destino do barulho.

Um rádio.

Ayumi olhou para aquela antiguidade um pouco intrigada. Se funcionava, então porque estava ali? Mexeu nos botões, afim de sessar o chiado, mas só o intensificou ainda mais. Virou para trás rapidamente, com a sensação de estar sendo observada, mas não havia ninguém.

– Que estranho — Olhou para o rádio, pensando o quanto pagariam para aquela relíquia que ainda funcionava. – Até que você irá me servir de algo.

Sorriu satisfeita. Pegou suas coisas e saiu de fininho, mas a sensação de alguém a acompanhando ainda era notável.

Chegando em casa, abriu a porta de madeira e sentiu o cheiro de ervas queimando, e aquilo significava somente uma coisa.

Seu pai estava fumando.

Revirou os olhos e já estava se preparando mentalmente para o drama da vez.

– Ayumi, já chegou? — perguntou o seu pai.

Pov Ayumi

Reviro os olhos com tal pergunta. Se ele está me vendo, então é óbvio que eu cheguei, né?

– Sim pai, estou de volta.

Engulo minhas palavras, a vontade de responder era grande, mas o medo de apanhar era maior.

– Foi você quem pegou os trocados que deixei em cima de minha cabeceira?

– Sim pai, tive de comprar algumas coisas para manter a casa, já que o senhor fez questão de esquecê-lo — Aponto o dedo em sua direção.

– Sua mãe não lhe ensinou a não pegar oque não é seu, garota?! — Ele levanta do sofá.

O cheiro de bebida impregnava minhas narinas, e o cheiro da maconha ainda mais. Vejo o velho demônio vindo em minha direção, parando em minha frente.

E a ardência se faz presente.

Coloco minha mão sobre o local atingido, que era minha bochecha, e o olho incrédulo.

– Você não devia ter feito isso, Ayumi — ele pega segura em meu rosto com as duas mãos firmemente – Nunca mais pegue algo que não é seu, me entendeu?

– Sim, pai — Minha voz sai em um sussurro.

Ele me solta e não perco tempo em correr para o meu quarto, fechando a porta com força e a trancando. Enconsto minha costas contra a mesma, escorregando e ficando com a cara sobre meus joelhos. O choro se faz presente. Não pelo tapa em si, mas por ser tão medrosa ao ponto de não conseguir revidar; eu sempre fui assim, medrosa e insegura. Tenho medo dos olhares julgadores, do que as pessoas irão pensar, e de mim mesma.

Ouço o rádio se ligar sozinho em uma melodia estranhamente calma. Franzo o cenho, mas logo deixo de lado e apenas escuto a música me acalmar aos poucos, e com isso, o sono chegando, e adormeço ali mesmo, sentada sobre o chão.

Notas:

Primeiro capítulo postado, obrigada e logo logo volto com mais.
Beijinhos.






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