CAPÍTULO 20

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- Acorde, dorminhoca.

A voz perfurou através do céu nublado cheio de borrões e do sono pesado, ondas de som e receptores nervosos trabalhando juntos para despertar meu cérebro, para me acordar e me trazer de volta ao mundo dos vivos sóbrios.

Meu cérebro não estava tendo isso. Eu rolei, mas em vez de encontrar um das minhas antigas almofadas achatadas, meu rosto encontrou carne nua. Coxas nuas. Enrolei um braço em torno delas em um gesto automático, enterrando meu rosto na pele de cheiro doce suave.

Dedos retorceram pelo meu cabelo. - É hora de acordar.

Foram às coxas mais do que o pedido, mas eu finalmente consegui forçar os olhos abertos, e uma vez que eu fiz, eu me arrependi.

- Ugh, - eu gemi. - Eu me sinto uma merda.

- Por causa da bebida ou por causa da maneira como você agiu?

Eu mantive o meu rosto contra a coxa de Mon. - Ambos, eu murmurei.

- Isso foi o que eu pensei. Bem, é hora de se sentir melhor. Eu coloquei algumas roupas para você na cama.

Suas coxas se afastaram, o que me deixou triste. Ela passou as pernas sobre a borda da cama e se levantou, esticando os braços como se ela tivesse estado na mesma posição por um longo tempo, mas ela não estava nua por mais tempo, ela estava vestindo uma túnica curta com cinto na cintura e sandálias gladiador.

- Você saiu, - eu acusei.

Ela assentiu com a cabeça. - Eu não podia ir para onde estamos indo em uma de suas camisas e eu certamente não iria em minhas roupas sujas. Eu só fui por alguns minutos, eu prometo.

Me sentei lentamente e tomei a água e Advil que ela ofereceu. - Agora se vista, - disse ela. - Nós temos um encontro.

Trinta minutos mais tarde estávamos entrando na interestadual em seu carro. Eu estava usando jeans escuro e um suéter pulôver macio que Sean tinha me dado no Natal passado em sua busca contínua para melhorar o meu armário. Era uma roupa casual - apesar do preço ridículo da camisa e eu me perguntava por que nós estávamos dirigindo para a cidade se não para algum lugar vistoso e caro.

- Para onde estamos indo? - perguntei.

Mon não respondeu de primeira, verificando seus espelhos e esticando o pescoço enquanto ela ia através do tráfego intenso na noite de sábado. Eu decidi não a empurrar, mesmo que a curiosidade estava me matando, assim como eu estava nervosa de preocupação de que alguém nos visse juntas.

Finalmente, ela disse: - Em algum lugar que eu queria a levar por um tempo. Mas em primeiro: ontem. Precisamos conversar sobre ontem.

Sim, nós precisamos, mas agora que eu sabia que ela não tinha dormido com Nop, eu meio que queria evitar o diálogo doloroso completamente. Este último dia e meio nos empurrou da fase de fingir, passando o lugar onde se pode apenas imaginar o mundo exterior como uma tempestade irrelevante batendo ineficazmente à nossa janela, e eu odiava. Porque para além daquele lugar havia todas as decisões e discussões que lentamente quebraria minha vida ao meio, uma peça de cada vez.

- Então, Nop veio à minha casa ontem, - disse ela. -Depois que ele viu você.

Ela sabia sobre isso?

Como se estivesse lendo minha mente, ela seguiu - Nop gosta de se gabar de suas conquistas. Negócios, romances, vinganças, qualquer tipo de vitória. Acho que ele pensou que eu ficaria impressionada que ele está tão completamente nos chantageando com a evidência fotográfica do nosso relacionamento.

Deus. Ele é um fodido.

- Você tem que entender, eu sabia que ele viria aqui, eventualmente, e eu sabia que eu iria dizer a ele que eu não queria estar com ele. Mas eu também sabia que ele não iria aceitar nada menos do que uma rejeição completa cara-a-cara, e também eu senti como se eu, pelo menos, lhe devesse um jantar, a chance de conversar sobre tudo. Quero dizer, nós namoramos por anos...

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