Eu já mergulhei em pessoas rasas
Pareciam ser profundas
Tanto quanto é o oceano
Eu juro de pé junto que acreditei nas aparências
Não passavam de córregos
Que não eram suficientes para banhar nem
meus pés
Quem dirá minha alma
Eu também já fui rasa para pessoas profundas
Não nego
Fui córrego para o oceano
Mas acontece que córregos não enchem o mar
Eles nem sequer chegam ao seu leito
Aprendi que o oceano é salgado de mais pra mim
Percebi que um grande rio
é turvo e agitado de mais para me aquietar a mente e o coração
Aprendi também águas paradas de mais
não mantém nada vivo dentro de si
Minha borda é rasa
Rasa de mais
Transparente
E cristalina de mais
Longa de mais
E eu não pretendo mudar isso
Egoísta de mais
talvez, para quem veja de fora
Eu sou sentimento
Sou o vento
Sou a chuva
Sou duna de arreia
e água corrente
Eu sou tempestade
É que eu sou a brisa fria de uma tarde de inverno
sou o sol quente de um sábado a tarde
sou uma noite de domingo
e uma manhã amarga de segunda feira
sou eu
indefinida
inconsequente
Também sou eu, eloquente...
e ignota
não, eu não sou confusa
sou eu, a própria confusão
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Apenas deixe ir
PoetryEstes não são poemas de amor, são apenas desabafos e devaneios, e talvez alguns profundos de mais para serem lidos tão rapidamente, Eu gosto de registrar pequenos momentos, pequenos detalhes, linha por linha, se tornam o meu refúgio E não se trata...