Eu havia sido selecionado para o time de Handebol alguns dias após a seletiva, talvez por sorte, como não era muito bom assim em esportes como um todo. Mas questionava se o meu loirinho mais odiado também estaria lá, já que comentou sobre sua paixão com essa atividade em especial. E por surpresa de minha parte, meus pensamentos intrusivos não estavam errados. Lá estava o loirinho com seus olhos escuros encantadores, parecendo até mesmo irreais. Durante o tempo antes da aula começar, consegui me socializar com alguns garotos que me disseram que o Nishimura era capitão do time por 3 anos consecutivos, não pensava que ele era tão bom a esse nível, pelo menos, era isso que veríamos.
"Bom dia senhor "capitão do time de Handebol!" Me aproximei dele enquanto ele chegava no campo, realizei aspas com minhas mãos para mostrar seu título que seria abdicado por minha pessoa. Ele me observou de cima a baixo e me deu uma resposta seca. "Oi, você viu minha mensagem?" Olhei para os lados, evitando contato visual com o mais alto já que me deixava tenso por motivos indescritíveis. Dei de ombros. "Não. O que tinha?" Riki revirou os olhos e respirou profundamente, era possível perceber sua respiração desalinhada chegando em meu peito. Talvez ele tenha pego essa mania de revirar os olhos de mim. Ele puxou o celular do bolso e leu o texto. "Oi Sunoo. Consegue me encontrar sexta na biblioteca de novo? Já conversei com a professora, ela curtiu minha ideia. Quantas peças você já fez pro camarim? Vamos precisar de umas 10 considerando a quantidade de pessoas que vai passar." Sendo franco, desde que ele passou da palavra "consegue" eu não fazia mais a mínima ideia do que ele estava falando. No final, ele apenas me disse para fazer mais peças e encontrar ele amanhã.
Três e quarenta e cinco em ponto, e então a treinadora já estava na quadra, usava uma viseira e um conjunto da Adidas com nossa escola. Fiquei me questionando mentalmente o motivo dela usar uma viseira num ambiente fechado, talvez ela somente tenha esquecido na cabeça desde que deu alguma aula no campo, que estava nos seus trinta e seis graus celsius. Não duvido que se alguém quebrasse um ovo naquela arquibancada em menos de 3 minutos ele estaria como um ovo frito tradicional.
A mulher perguntou o básico para os novos meninos do time, como nome, sala e posição que exercia nos jogos de handebol, com isso, descobri que tanto o loirinho e eu fazíamos a mesma posição, então teríamos de competir para ver quem seria o pivô da equipe. Os outros cochicharam coisas como "Caramba, se ele ganhar do Nishimura ele é bom mesmo." "Impossível ele ganhar do Niki."Passaram-se alguns minutos e então Riki e eu estávamos em uma disputa 1 a 1 com goleiros aleatórios. Acabei perdendo tragicamente por muito pouco, tendo um placar resultante de 6 a 7, com isso, a treinadora disse que eu poderia ser central. Essa derrota me deixou um pouco frustrado, confesso. Não pensava que o mandão seria tão bom assim. Ele riu com sarcasmo ao ver minha derrota, já que sabia muito bem o sentimento evidente que tomara conta de meu corpo: raiva. Então, com posições definidas, começamos um jogo de verdade, mas algo me irritava bastante, sempre que eu errava um milímetro de passo o certinho do Nishimura fazia questão de apontar. Minha maior vontade era mostrar o dedo do meio para ele exatamente ali. Aquilo estava sendo um saco sempre tendo de ouvir todas as jogadas que havia feito errado graças ao querido capitãozinho. Aproveitei a primeira oportunidade possível para dizer que estava machucado, apenas esperei para que um lance viesse em meu rumo. E então, a bola jogada por Nishimura "atingiu" meu estômago, com isso, consegui mentir para a treinadora.
Decidi tomar um ar enquanto fingia que ia na enfermaria, sentei num banco do pátio em frente a enfermaria, que estava lotada de umas oito crianças do primeiro ao quarto do fundamental. Até então que a pergunta de Jungwon retorna. "Por que você quer a atenção dele?" Com isso, elaborei outra pergunta.
O que eu sinto por Nishimura?
Eu odeio Nishimura, e ele também me odeia.
Não é atoa que estou com meu nariz com resquícios de sangue e ele com o dente do canto esquerdo quebrado, né?
Mas ele é lindo, isso é inegável.
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Diretamente dos livros - SUNKI
Fiksi Penggemar"Para o garoto que eu mais odiei, e que também comecei a namorar hoje."