Furina encorralada

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-Monsieur Neuvillette! Voltou tão cedo, eu bem lhe avisei que as nuvens estavam cinzentas e que você deveria levar um guarda-chuva, mas não! O Monsieur que sabe! Bem, eu também se-. O Monsieur está bem? -Lyda reclamava com o dragão até ver sua cara triste.

-Sim, não se preocupe, deixei algumas coisa por fazer é só. -Acalmou a melusine.

Neuvillette entrou em seu escritório ainda abalado, olhou para sua mesa e viu uma carta com o símbolo dos fatuis na frente. Pegou na estranha carta e reparou que era de Arlecchino.
Caro dragão hydro,

Acho que as notícias já lhe chegaram aos ouvidos, pobre Furina, sem amigos, sem família. Você era tudo o que ela tinha e acabou por ir também, abandonou a para ir ter com o seu namoradinho de prisão. Tudo o que eu fiz foi lhe dar um empurrãozingo do amor, para ela sentir que não estava sozinha. Afinal ela não faz por mal, a culpa é sua por deixa la sozinha. Sem nem falar com ela, sabe o quanto isso despedaçou a? Creio que esteja lendo essa carta no seu escritório por volta das 21:00. Estou mais perto do que você pensa, se quiser conversar, estou com minhas crianças.

Cumprimentos,
a quarta mensageira.

*Quebra de tempo*

Finalmente o Iudex chega no apartamento onde os três irmãos vivem, ao chegar lá o chefe se depara com Arlecchino acabando de sair do local.

Neuvillette segue mulher até um beco sem saída, as mãos negras e afiadas da mulher se unem atrás das suas costas. De repente o local ficou estranho.

Uma mesa se formou entre os dois e duas cadeiras apareceram, Arlecchino se vira e se senta na cadeira. Com um aceno de mão o dragão se senta também.

De repente estão dentro de um bar, muito barulho. A Fatui fala um pouco mas nada se ouve, Arlecchino pede bebidas. Quando elas chegam Neuvillette nem toca no copo azul.

-Não tem veneno. -A mensageira assegura. Neuvillette olha de relance para o copo e para Arlecchino.

Um por um, cada pessoa dentro do bar desapareceu. Arlecchino dá um golo na sua bebida e se levanta, o dragão segue-a com confusão.

Os dois saem do bar entrando no meio da rua, ninguém estava no local mesmo estando um belo dia. Arlecchino olha para o céu com um pequeno sorriso vitorioso.

-Belo tempo não acha, juiz? -Neuvillette olhou para cima. Nenhuma nuvem no ar, mas muito sol. O dragão se sentia queimado, mal conseguia abrir os olhos.

Procurou em volta por uma sombra, mas cada prédio que estava na rua, parecia invisível. Sem nenhuma sombra, Neuvillette decidiu esperar para sair dali.

-Porque veio falar comigo, dragão? -Arlecchino olhou para Neuvillette com impaciência, mesmo que o mesmo soubesse que ela se estava divertindo.

-Seu cabelo parece bonito. -O juiz fala.

Arlecchino sorri enquanto o Iudex tenta perceber o que acabou de acontecer. Ele não queria falar aquilo, tocou nos seus lábios, nada do que ele queria dizer saía como devia.

-Também aprecio o meu cabelo, o que acha dos meus novos sapatos? -Arlecchino começa a andar, enquanto Neuvillette a seguia de novo.

<< Não vi aqui para isto, senhora mensageira. Temos de falar sobre a madame Furina. >>

-Seus sapatos parecem um bolo de morango no meio de uma tempestade de neve. Mesmo no meio de destruição, eles sobressaem. - O juiz começa ficando assustado, olhando em volta.

A rua, vazia. O céu, sem nuvens mas muito Sol. Arlecchino, fez algo com o dragão para que ele não conseguisse falar nada. A sua visão, turva, quase como se fosse desmaiar.

-Que bela metáfora, senhor dragão. Então e minhas roupas? O que acha delas? -Arlecchino sorri com divertimento sabendo que o chefe estava sofrendo e com medo do que estava por vir.

<<Pare de jogos. Me liberte desse pesadelo ou vou ter de destruí-la. Eu posso desintegra-la com pouco menos de metade do meu poder.>>

-Bem chiques. Deviam ser azuis. Deviam ser destruídas. Eu devia destruí-las. -Nada fez sentindo naquele frase, até a expressão de Arlecchino mudou.

-E minha arma o que acha dela? Uma lança que se transforma em foice, muito impressionante não? -Arlecchino balança a sua arma nas mãos.

Neuvillette abria a boca já esperando um disparate sair dela como nas outras vezes. Mas antes de poder falar algo, a Fatui colocou seu dedo/garra na boca do dragão.

-Nem precisa falar. Eu sei que ela é linda, nossa conversa foi boa, devíamos repetir. Vemos-nos em algum tempo, Mousieur Neuvillette.

Seus olhos foram fechadas quando a arma da mensageira foi contra a cara do juiz. Tudo ficou preto, mesmo estando acordado, não conseguia abrir os olhos.

-O que se passa com ele? -Ouvia uma voz feminina muito familiar. Neuvillette não conseguia pensar em nada, sabia quem era e o que tinha acontecido antes, mas mais nada.

-Algo está no seu sistema corrompendo todos os seus sentidos. -Um homem com uma voz autoritária respondeu.

-Uma... droga?... -A voz feminina perguntou com uma preocupação evidente.

-É possível, mas receio que seja pior que isso. Ainda estamos investigando, mas você e seu namorado podem esperar na sala. Eu vou chamar quando foi preciso, Madame Furina.

-Ele não é-.

-Nós esperamos. -Uma segunda voz masculina é ouvida, uma voz que trazia familiaridade e amor para o dragão. Não sabia com se sentir em relação à aquelas vozes.

Ele tentava abrir os olhos, mas algo o impedia. Talvez estivesse cansado, talvez fosse aquela droga, talvez fosse Arlecchino, talvez fosse as vozes sempre a falar, talvez tivesse preguiça ou talvez ele só queria dormir para a eternidade e nunca mais acordar.

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Melanie Martinez nao vem a portugal.

Vou me matar.

The rain means I Love You -Wriollette Onde histórias criam vida. Descubra agora