Notícias cortantes

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Como isso aconteceu? -Falo olhando para o jornal da manhã. Estou no meu escritório de manhã, finalmente percebo porque as pessoas me olharam estranho à bocado.

Informo uma das melusines que vá ao apartamento da Furina informar-lhe que viesse aqui. Fiquei pensando como isso poderia ter acontecido, tudo parecia tão calmo naquele noite.

Não sei como a Chatlotte ou... outra pessoa pode ter nos visto naquela hora precisa, não é como se estivéssemos a ser discretos, mas não estava a apreciar tanto aquele pequeno momento que nem pensei em alguém ver-nos.

Agora que as coisas finalmente tinham acertado com ele, temos de voltar a preocupar-nos com tudo o que pode acontecer ou quem nos pode ver. Eu antes também tinha medo, mas agora sei que é real.

Pensei logo em falar com o Wriothesley, mas se saísse do escritório agora toda a gente me veria e nem sei o que poderia acontecer. Continuo esperando pela Furina até ouvir batidas na porta.

-Oh Neuvillette... -Ela diz depois de entrar vejo algumas lágrimas no rosto dela.

Vou abraça-la mas ela se afasta de mim, encolhendo seu corpo em direção na porta. Não percebo a sua reação ao meu abraço, olho para ela em silêncio até que ela fala.

-Porque não me contas-te? -Ela pergunta com lágrimas ecoando na sua voz.

Fico em silêncio pensando no quanto eu poderia ter contado e ao mesmo tempo não, pois não sabia na reação de Furina. Amo Futina mas não queria logo espalhar a notícia e mesmo que eu soubesse que Furina estaria de boas eu tinha minhas incertezas.

-Eu peço tantas desculpas Furina, eu ia contar eu juro, mas foi tudo tão rápido e quando eu aceitei ficar com ele, estava tão preocupado com toda a gente à nossa volta que me esqueci de ti. Perdoas-m- -Sou interrompido por um abraço da parte dela, retribuo enquanto oiço a sua voz.

-Só não se esqueça de mim, nem me troque por aquele duque velho! -Ela repete. -Na verdade em queria falar com você mais a fundo sobre este assunto das fotografias no jornal. -Ela faz uma pausa e se afasta de mim. -Eu f-

-Neuvillette!! -Oiço uma voz apressada e ofegante vinda da porta, olho para ela e vejo Wriothesley suando e chamando me.

-Wriothesley! -Vou ter com ele e ele me abraça logo.

-Vim a correr assim que vi as notícias, eu vou matar a pessoa que faz isto! -Ele range os dentes e olha para o escritório. -Oh Madame Furina, eu... ah não a tinha visto.

Nós separamos nos e Furina olha para ambos com os olhos tristes, ela olha para Wriothesley e algo que eu não consegui perceber passou pela sua cara.

-Eu já sei de tudo senhor Duque, não se preocupe. -Ela explica sériamente.

-Oh, eu espero não ter interrompido nada. -Furina ia dizer me algo mas antes de eu poder falar ela respondeu ao Wriothesley.

-Não, está tudo bem Senhor Wriothesley. Eu já ia andando, vou descobrir quem fez isto e essa pessoa vai sofrer. -Ela disse determinada, ambos assentimos e ela sai.

-Furina... -Eu sussuro, o que será que ela ia me dizer.

-O que fazemos agora? -O moreno pergunta.

-Não há nada a fazer agora, todo o mundo já sabe que nós andamos de mãos dadas naquela noite e os boatos já começaram a surgir. A única coisa que podemos fazer é descobrir quem fez isto e depois... veremos. -Digo cabisbaixo, não quero magoar o Wriothesley mas não sei a que ponto isto nos vais afetar.

Ele assente com a cabeça me dá um beijo na testa e sai com os olhos preocupados. Fico a pensar um pouco mas decido que vou ao Pássaro a vapor argumentar com eles.

Visto uma capa azul escura e prendo o meu cabelo num coque, tento parecer o menos eu possível. Saio de Palis Mermonia e vou para a rua, ninguém falou comigo ou olhou para mim então estava seguro.

Chego ao Pássaro a Vapor e entro na sede, tudo vazio e os jornais já tinha sido todos retirados das montras, vejo Charlotte falando com alguém familiar mas essa pessoa desaparece num piscar de olhos.

Dirigi me a Chalotte e retiro a minha capa e ela me reconhece, ela fica chocada e sei saber o que dizer. Ela olha para os lados em busca de salvação mas parecia que não havia nenhum funcionário por perto.

-Monsieur Neuvillette... você aqui?? Que surpresa! O que posso fazer por você? -Ela diz nervosa.

-Me poupe toda a gente já sabe das notícias, eu sou um juiz eu posso manda-la para a prisão por invasão de privacidade. Foi você que tirou as fotos não foi?! -Eu quase grito mas tento manter me profissional. 

-Não! Eu só publiquei as fotos, não as tireis! Alguém me as deu! -Ela diz defendo-se .

-Quem foi?! -Eu grito.

-Isso é confidencial! Essa pessoa decerto queria manter se anónima e eu não vou expo-la! -a jornalista responde determinada.

-Então você não pode expor essa pessoas mas pode expor-me?! Você sabe sequer o que fez?! Eu posso ser despedido por estar com alguém com quem trabalho! Decerto que sou a governar a cidade mas a liberdade é do povo, eu posso ser criticado ou até atacado por tal ato! Me diga quem foi! -Eu grito com fúria, meus cabelos brilhando.

-Ok!! Eu entendo sua situação senhor juiz, eu posso ajudá-lo... Você quer mesmo saber quem que tirou as fotos e me entregou? Você pode não gostar da resposta... -Ela diz com cautela.

-Charlotte, eu quero saber quem tirou as fotos e lhe deu. Por favor me diga! -Ela fica em silêncio por um tempo pensando, ela até podia optar por mentir ou inventar uma desculpa e sair pela porta a fora, mas algo me dizia que ela ia dizer a verdade.

-A pessoa que tirou as fotos de você e do senhor Wriothesley e mais tarde me entregou e disse para eu publicar foi...

... a Madame Furina...

Começou a chover.

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The rain means I Love You -Wriollette Onde histórias criam vida. Descubra agora