Capítulo 01.

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Pov: Jennie Kim.

— Você precisa respirar, Jennie, caso contrário, vai desmaiar e eu, com certeza, não vou puxar seu rabo, pelo campus sozinha.
Eu aqui nos saltos de 10 cm, que tinha pegado emprestado de
Chaeyoung e era um número menor. O caro instrumento de tortura estava
cortando meu dedo mindinho.
— O que quer dizer com todo o caminho para o campus? É do outro lado da rua. — Meu pedido saiu e eu agarrei o meu café com leite de soja.
— Ainda é muito longe para arrastá-la. — Chaeyoung tomou um gole
de seu café. Sua pele branca e cabelo louro platinado a faziam parecer
mais como uma gata da praia do que uma garota da cidade.

— Você só precisa tomar uma respiração profunda...
— Chaeyoung respirou profundamente
e travou os olhos verdes em mim, esperando que eu a imitasse. Então,
suguei uma respiração pelo nariz e liberei pela boca. Cada trago de
oxigênio acalmou o zumbido familiar de ansiedade pulsando em minhas
veias.

— Bom. — Chaeyoung disse com uma voz suave que tinha aprendido
com todos aqueles vídeos de yoga, que me obrigou a assistir e participar
com ela.
Apesar de me fazer exercitar, ela era incrível. Desde a segunda
série, quando Bridget Burgess me empurrou do brinquedo de escalar na intervalo da escola, atirando uma série de insultos voltados para tudo, desde as minhas roupas rasgadas até o lixo branco que era minha mãe e efetivamente me jogando
no meu primeiro ataque de pânico.

Chaeyoung me defendeu. A partir dos sete anos de idade, ela sempre esteve lá, lembrando-me de respirar e fazendo
um esforço maldito para me manter longe de um colapso.
— Você vai se sair muito bem hoje, Jennie. Você é uma das
melhores alunas do programa e o professor vai adorar você.
— Obrigado, Chae.

Nós saímos de manhã para o centro lotado de Chicago. O trânsito
era estrondoso. O clima frio de setembro era nítido e carregava o cheiro de
gasolina e bolos frescos saídos do forno. Esta época do ano, quando as
folhas amarelas e vermelhas sopram passando os arranha-céus como
pequenas manchas de tinta, era a minha favorita.

Chaeyoung me estendeu a mão. Ela sabia que eu não era de abraçar.
Pessoas que entravam no meu espaço pessoal, me deixavam inquieta, não
importa o quanto confiava nelas. E não havia ninguém que eu confiava
mais do que Chaeyoung. Mas tendo vivido durante anos com os punhos e as unhas da minha mãe vindo em minha direção, eu evitava qualquer contato
físico.
Estendendo minha mão, peguei a dela. Ela deu um aperto suave.

— Lembre-se, se alguém lhe incomodar, chegar muito perto, ou se sentir
como se estivesse à beira de um ataque de pânico...
— Eu sei. Preciso respirar.
Ela assentiu. — E se isso não funcionar, basta dar um tapa no rosto deles e correr.
Eu ri. Chaeyoung não era a única pessoa que sabia sobre o meu
passado, mas era a única que estava ciente de como isso me afetou.
— Vou te ver hoje à noite. Boa sorte! — A mão de Chaeyoung
deslizou da minha e ela caminhou em direção à empresa imobiliária do
meu tio.
Nós havíamos nos formado no verão passado, com nossos diplomas de graduação.

Chaeyoung, agora trabalhava para o meu tio, Bambam St. Roy, enquanto eu tinha feito à opção de voltar para a escola para conseguir o meu mestrado em sociologia.
Mais dois anos de escola e trabalho.
voluntário no Lar das Crianças e estaria no caminho certo para ser uma
assistente social habilitada.

A cada passo, o clique dos meus saltos no concreto enviava um
arrepio as minhas panturrilhas. Mas quando meu salto ficou
momentaneamente preso em uma fenda na calçada, eu cambaleei. Um dia
desses terei que aprender a andar com estes malditos sapatos, sem parecer
como uma pessoa bêbada tropeçando.
Corri a mão pelos meus cachos negros tentando domá-los e
como não funcionou continuei a minha caminhada em direção à universidade.
Tinha sido difícil entrar na pós-graduação, mas quando abriu a
oportunidade de T.A3. para o chefe do departamento de sociologia, eu
agarrei a chance.

Slowly breaking me. Jenlisa G!P Onde histórias criam vida. Descubra agora