24- Morte.

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Acordei e eram 11:47, confirmei no meu telemovel, levantei-me com dores no corpo, Luke já não estava a meu lado mas tinha deixado um lembrete no meu telefone:

" Minha querida Laura, ou Lauren, como preferires, eu tive de ir embora pois o Colton ligou-me para ir para casa antes que a minha tia descobrisse que passei a noite fora. Ela poderia saber mas isso implicaria que ela começasse a desconfiar que ando a consumir "de novo". Obrigada por compreenderes, e adorei a noite! Espero que possamos repetir um dia destes ;) Fica bem L, com amor, Luke."

Sorri ao ler tudo apesar da gafe no meu nome, coisa que eu odeio mas depois de uma noite daquelas quem não ficaria feliz? Felizmente não bebi o suficiente para me esquecer desta noite/manhã maravilhosa.

Vesti uns calçoes pretos com a minha tunica até um pouco acima do joelho cinzenta, abri um pouco a porta e espreitei pelo corredor não decorado.

- Lisa..?- gritei á espera que ela estivesse pela casa, mas não ouvi nem um barulho.

Desci as escadas que estavam cobertas com beatas de cigarros, preservativos e copos vazios, havia manchas peganhetas pelo chão inteiro, quase escorreguei numa poça de vodka que havia a caminho da cozinha mas com o susto parei, oh meu deus, eu não vou limpar isto sozinha ainda por cima com as dores de cabeça que tenho agora. 

Reparei que Ashton estava deitado por cima da mesa de centro da sala.

- ash...?- abanei-o um pouco para ver se acordava- Ash? ASH?- ele não acordava por nada impressionante. 

Decidi deixa-lo a dormir, quando acordar acorda desde que não me tire comida do frigorifico, por mim tudo bem. Ou que ajude a limpar, temos de limpar a casa toda em dois dias pois a empregada não pode descobrir que fizemos uma festa, se não diz tudo aos pais de Lisa, e isso não convinha muito. 

Fui até á cozinha e encontrei um comprimido, ecstasy. Ummmmmmm. Eu não posso, mesmo, não quero voltar a velhos habitos, sim, eu quando estava nos 16/17/18 anos consumia droga porque tinha um namorado, Scott, ele era o "traficante" da escola, pois toda a gente estava na sua fase rebelde e Scott fazia dinheiro com isso, então um dia ele deu-me ecstasy o que se tornou logo a minha perdição, não achava piada a snifar ou injetar e comprimidos era perfeito por isso tornei-me viciada. O meu pai nunca desconfiou de nada nunca, eu sabia como lidar com aquilo quem descobriu foi Colton que naquela altura namorava com Liza, surprendentemente. Eles os dois começaram a vigiar-me e a certificarem.-se que eu nunca mais via Scott na minha vida, nem ele, nem os comprimidos. Agradeço-lhes sempre que posso, salvaram-me a vida, eu não percebia o mal que aquilo me fazia até deixar de consumir-

Tirei um iogurte e comi-o depressa, não conseguia parar de olhar para a embalagem que tinha apenas 1 comprimido, era só um, agh. Eu queria mas queria tanto, estava a controlar o meu corpo para não o fazer e não podia, pisei o comprimido com o meu calcanhar porque assim tenho a certeza que não lhe toco. Fiz pelo melhor.

Calçei os meus all star todos pretos e peguei na minha mala, precisava de dar uma volta. Ontem com o Luke e de voltar a fumar e saber o quão bom aquilo era, era gratificante, mas horrivel. Eu queria mais mas não podia ter, o fruto proibido. Eu quero ter um futuro promissor e não o garanto sendo toxicodependente. 

Passei num café que ficava perto e pedi um blackcoffe. Paguei tudo e recebi um telefonema, no ecrã mostrava ID bloqueado mas atendi na mesma.

- Bom dia, é a Mrs. Lauren Dickens?- perguntou uma voz doce, de mulher do outro lado da linha

- A própria, quem fala?

- É do hospital municipal de Sydney, era para a informar que o seu pai morreu esta madrugada.

Deixei o copo cair. O QUÊ?! Não, não, não. O meu pai não morreu, morreu de quê? Ele é perfeitamente saudavel, ele não podia ter morrido.~

- Desculpe mas isto é algum tipo de brincadeira?- perguntei a gritar no meio do estabelecimento a que muitos chamam café-

- Venha ao hospital que eu mesma informo-lhe dos detalhes da morte.

E desligou. A filha da puta da media ou enfermeira ou lá o que era desligou-me na cara, não podia estar a acontecer, durente estes ultimos meses eu e o meu pai não falámos muito porque cada vez que falavamos, descutiamos sobre dinheiro. Nem me pude despedir. Tenho de ir para o hospital, agora. Boa, Lauren, não sei conduzir, não tenho carro e o hospital fica a uns 20 min daqui, vou ligar ao Col.

(...)

- Preciso de falar com uma doutora que me telefonou á uns minutos para me avisar que o meu pai estava morto, posso vê-lo?- perguntei já a chorar, desta vez não me importava de chorar em frente a toda a gente, pelo meu pai.

- Querida, acalme-se, diga-me o seu nome por favor.- disse uma senhora de cor negra, toda vestida de verde, a olhar para mim com pena

- Lauren Dickens.- respondeu Col por mim, devido ao meu estado de nervos, ele pos o seu braço á volta da minha cintura

- Fui eu propria que falei consigo querida, venha comigo.- a enfermeira comandou-me até uma sala, vazia, a mim e a Colton.- Não pode ver o seu pai porque ele encontra-se num estado não muito agradavel, poderemos assim dizer.- Eu odeio esta gente a tentar suavizar as coisas 

- Como é que ele morreu doutora?- disse ofegante

- O seu pai encontrava-se internado aqui já á duas semanas, ele tinha cancrono pancreas já á dois anos, mas espalhou-se para o figado e para os pulmões. Lauren, o seu pai morreu com muitas dores.- a senhora deu-me as mãos

Não conseguia parar de chorar, o meu pai nunca me disse que tinha cancro?! Ainda por cima num caso grave, eu não acredito.

- Porquê que ele nunca me contou isto?- pensei alto e abracei-me a Col

- Acho que ele era demasiado orgulhoso para se deixar vencer por uma doença. Mas digo-lhe, o que eu conheci do seu pai, ele era um grande homem e preocupava-se bastante consigo, passou os seus ultimos momentos a contar aqui ao pessoal todo do hospital a vossa viagem a Paris.- ela sorria e dava-me festas nas costas, eu não quero que as pessoas tenham pena de mim, eu não quero nada disto, a minha vida é uma merda.

Agora não tinha familia, apenas os meus tios e avos, os quais so apareciam no natal por compaixão ao meu pai, agora que ele foi, não tenho familia nenhuma. Lauren contra o mundo.

- Largue-me!- afastei a mulher de mim, posso admitir que fui um pouco bruta mas não quero saber ninguem entende a dor que sinto neste momento, não tenho ninguem, estou sozinha.

Sai do hospital a correr, deixando o Col para tras, não queria estar com ninguem, estava a chover, boa. Agora já chove no verão, sim senhora. Deitei-me na estrada á chuva. Eu sei, deprimente. Era o que estava a sentir agora, não tenho mais razões para viver. Ninguem entende até que se passe por tal coisa.

Já sei.

Já sei. 

Já sei.

Sei como tirar esta dor toda de mim.

Como me distrair.

Ummmmm.

Do I Know Him? (L.h \ 5sos portuguese fic)Onde histórias criam vida. Descubra agora