27- Bem-Vinda Ao Inferno

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- Estás pronta?- a mulher negra vestida de enfermeira perguntou-me pela quinta vez.- Não é preciso apressares-te.

- Bom... A senhora esta a apressar-me.- respondi-lhe 

Tinha três malas de viajem na mão e duas molchilas e aquela enfermeira não podia estender a mão para me ajudar. Acabei de fechar a porta da minha casa e do meu falecido pela ultima vez pois quando regressar, não sei quanto tempo vou ficar naquela casa de drogados, vai estar vendida. Os meus tios acharam melhor assim e eu concordei. Entrei no veículo branco, que me parecia aqueles autocarros de prisao porque era super pequeno e que me iria levar para onde quer que fosse. Lá dentro estava uma rapariga que me era familiar, era a do cabelo de cenoura, tatuada, aquela que Luke estava acompanhado no dia da overdose.

Arrepiei-me ao pensar em tal coisa, sorri-lhe falsamente, não gosto dela. Ponto.

Deixei as minhas coisas no porta bagagens e sentei-me três lugares atrás dela, tentando evita-la.

- Não sabia que eras viciada!- disse com a sua voz estridente- Quer dizer, vi-te no outro dia mas pensava que tinha sido a primeira vez!- ela parecia contente com toda a situação

- Cala a boca.- disse-lhe

- Eu sei que não gostas de mim mas eu nem te fiz nada.

- Ohhhhh, metes-me tanta pena! Amiga, eu não quero falar e sinceramente eu estou-me a fuder para o que tu possas pensar de mim. Ah e se eu gosto de ti ou não? Não não gosto, motivos? Tenho os meus.- pus os fones

Já tinha ouvido umas cinco musicas sem estes bacanos arrancarem. Mas estamos á espera do quê?

Depois vi Luke, olha boa só me faltava agora passar tambem pela vergonha de ele me ver neste autocarro. Ele não me parecia muito bem, o que fez com que ficasse preocupada, tinha umas grandes olheiras e o cabelo dele nem parecia da mesma cor. A sua pele palida estava quase a chegar ao tom do cinzento. Ele parecia um zombie. O zombie que eu quero comer cada vez que me aparece á frente.

Ele entrou para o autocarro. 

Esperem o quê?

Várias memorias doque a enfermeira me tinha dito me vieram á cabeça. eles sabiam que ele consumia regularmente e agora vão leva-lo para este sitio comigo. 

Começou a doer-me a cabeça infernalmente, uma dor nunca antes sentida, não conseguia concentrar-me no facto de Luke ter cumprimentado aquela gaja vermelha. Fiquei com a visão turva e senti muitas tonturas, mas agora sabia. Agora sabia que era viciada, eu precisava de ecstasy.

Isto não vai ser facil. Mesmo.

Senti um abraço, dos fortes, era Luke, não precisava de olhar para ele para identificar este abraço, se bem que ele tem um cheiro inconfundivel mas ai voltei a lembrar-me.~

- Como.. Pudeste... Fazer ... Isto... Luke?- Em cada pausa que fazia dava-lhe uma valente chapada no ombro- Ias te matando!!- disse quase a chorar

- L... Eu não podia viver com a culpa de te matar.- ele estava de rastos, conseguia-se ver na sua voz.

- O quê? Tu não me matas-te!!- eu gritei com ele, aparentemente era tudo o que conseguia fazer

- Engoliste aquele comprimidos por minha culpa.- ele fixava as mãos e estas estavam a tremer.

- Luke... Antes de hospital, injetavas cocaina com que frequencia?- perguntei segurando-lhe nas mãos

- Uma vez em cada dois dias.- ele estava a chorar

Do I Know Him? (L.h \ 5sos portuguese fic)Onde histórias criam vida. Descubra agora