Aliados e Fisiculturismo

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Capítulo 3

No dia seguinte

–Quem é o bebê mais adorável desse mundo? –Minha mãe apertava minhas bochechas, elogiando com a voz aguda –É você mesmo!

–Parece que foi ontem quando te peguei no colo pela primeira vez –Meu pai me pegou dos braços de sua esposa

Gargalhei quando ele me jogou pro alto e me pegou de volta algumas vezes. A gargalhada se tornou ainda mais alta quando, ao olhar para o lado, pude ver uma mulher se levantar, prestes a soltar fogo pela boca, e caminhar em nossa direção com o fogo de mil infernos em seus olhos

–Rodolfo Lestrange... Já falamos sobre essas suas brincadeiras –Apesar da voz calma, a intenção era ameaçadora. Quase podia ver seus cabelos para o alto se moverem como um ninho de serpentes –Se você derrubar nosso filho, eu juro pela minha vida que quebro sua cara em duas!

Uou... A mamãe dava medo. Essa era a Bellatrix Lestrange que eu me lembrava, mesmo que agora eu já não tivesse mais tanto medo

–Mas ele gostou, querida –Olhou para mim, quase como um pedido de socorro –Não é mesmo, Harry?

Tomei meu fôlego, decidido a não deixar aquele pobre homem dormir no sofá da sala dessa vez, e gritei à plenos pulmões:

–Dada...

Oh... Isso não saiu como o esperado

Ok, talvez eu devesse ter praticado melhor algo além de "Mamãe, papai, Narcissa e Lucius", mas, veja, eu precisava sobreviver e, para isso, pronunciar corretamente os nomes de todos os que poderiam me matar nos meus primeiros anos de vida era essencial

Um passo em falso e minha pequena cabecinha de bebê ia rolar. Para evitar minha morte precoce, precisava conquistar os gélidos corações daqueles quatro comensais enquanto ainda tinha essa carinha fofa de neném para me ajudar

Os Lestrange não eram mais um problema e Narcissa parecia inclinada à felicidade da irmã... O real problema era Lucius. Não sabia nada sobre ele nessa vida e não havia garantia alguma de que ficaria do meu lado se eu apenas pronunciasse seu nome corretamente, então apenas podia cruzar os dedos e torcer para que estivesse tão mudado quanto sua. Antes louca. Cunhada

–Querida, ele gosta da aventura –Os dois ainda pareciam interpretar minhas palavras de maneiras diferentes

–Não quero saber! –Praticamente me tomou no colo protetoramente –Vai sossegar quando esse menino cair de cara no chão?!

–Isso não vai acontecer-

Antes que o casal pudesse dar continuidade àquela discussão, foram interrompidos pelo som do fogo na lareira se acendendo, conectando a rede flu. Um homem alto, de longos cabelos platinados e olhos prateados, foi o primeiro a adentrar a sala de jantar. Logo atrás, uma mulher de cabelos loiros e olhos azuis atravessou as chamas verdes, com um bebê, aparentemente da minha idade, nos braços. Era uma miniatura de seu pai, com cabelos tão claros quanto e olhos igualmente prateados. Se os olhos de sua mãe eram tão azuis quanto um céu limpo de começo de tarde, os daquele bebê eram tão prateados quanto uma lua cheia em um céu noturno

Aquele era Draco, meu inimigo dos tempos de escola, agora, como um indefeso bebê em minha frente. Quanta ironia. O destino realmente gostava de me pregar algumas peças

Estávamos ali, cara a cara, enquanto os adultos se cumprimentavam entre si. Por algum motivo, dois pares de olhos acinzentados perfuravam meu pequeno corpo de bebê. Um par daquele bebê, que parecia fascinado ao ver outro ser vivo do seu tamanho pela primeira vez na vida, e outro de seu pai, que parecia me ver como um inseto. Uma pedra em seu sapato

Agora Eu Sou Um Jogador - Drarry [Reescrita]Onde histórias criam vida. Descubra agora