Preparações e Déjà vu

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Capítulo 9

–Harry! –Um loiro sorridente correu em minha direção, com os braços abertos para um abraço

Deixei que ele me abraçasse pelo pescoço e o abracei pelas costas. Uma sensação familiar tomou conta, após um bom tempo separados, e até que fiquei feliz por aquele reencontro

Draco havia ido com os pais para a Itália durante todo o mês de seu aniversário. Nem preciso dizer que ele foi contra, mas, quanto mais eu crescia, mais perigoso ficava ir mais longe. Meus pais tiveram medo de sair de viagem esse ano, mesmo tão perto do meu aniversário, mas, felizmente, eu tinha a mente madura o bastante para entender que aquilo definitivamente não era uma simples preferência deles

Mais tarde, descobri que outros comensais da morte tentaram estabelecer uma comunicação com meus pais pela rede Flu. Quando ocorria, não podia ser coisa boa. Deviam estar planejando reagrupar todos os partidários do lorde das trevas e isso foi o suficiente pra cancelar nossa viagem

Acabamos ficando em casa esse ano, com feitiços de proteção mais reforçados e contatos limitados de rede Flu

Draco, que ainda era muito pequeno, simplesmente não entendia. Eu mesmo só entendia pelas minhas memórias de uma vida passada. Foram dias tentando convencê-lo a viajar, mesmo sem mim, mas somente a promessa de trocar cartas todos os dias conseguiu abrir as negociações

Finalizamos com duas cartas por dia. Nada mais e nada menos. Para que ele finalmente conseguisse ir em paz

Que criança pechincheira

–Bem-vindo de volta à Inglaterra, Draco –Apesar da brincadeira, retribuí o abraço –Gostou da viagem?

Lá estava aquela carinha toda deprimida. Não tinha padrão, só aparecia de vez em quando e precisávamos lidar com isso

–Não... –Sussurrou, o mais baixo que pôde, e lançou um olhar de canto aos nossos pais, que já estavam distraídos conversando entre si –Não gostei muito

–Só porque eu não fui, bobão? –Segurei uma das mãos dele

–Eu preferia ficar aqui e ter alguém pra brincar e jogar Quadribol e desenhar e ler um livro –Fez um bico maior que a boca –Era bonito, mas não tinha ninguém da minha idade, então foi chato

Dinheiro não era um problema naquela família. Costumávamos viajar juntos todos os finais e meios do anos, do começo de junho até o final de julho, desde o aniversário de Draco até o meu

Como era mais experiente, sempre soube o porquê nossos pais eram tão cautelosos em países desconhecidos e as vezes tínhamos que voltar correndo, com a desculpa de que assuntos urgentes de trabalho apareceram. Draco era muito novo pra ter essa compreensão e eu entendia seu desânimo, mas era necessário no momento

Ao menos nessa vida, estava mais feliz. Minha presença havia quebrado o destino de Lucius Malfoy de servir cegamente ao lorde das trevas e isso já era ouro. Cuidava melhor de Draco agora, como se não tivesse mais medo de se apegar a ele e se tornar uma de suas fraquezas

Draco era uma fraqueza de Lucius, que ele mesmo permitiu que existisse depois de reestabelecer sua lealdade

–Por que você ficou quieto do nada? –Saiu um pouco do abraço, me dando um leve susto –Faz tempo que não te vejo. Quero me divertir

Ouvir aquilo me arrancou um sorriso singelo, apenas de canto de lábio. Sim, eu também havia sentido saudades. Ficar de bobeira pela casa não era a mesma coisa sem ele

Assim seguimos para a sala de jantar, sem muitas conversas pelo caminho. Já estavam todos nos esperando e uma tensão quase palpável recaía sobre o ambiente, mas não por parte de mim ou Draco

Agora Eu Sou Um Jogador - Drarry [Reescrita]Onde histórias criam vida. Descubra agora