Night Shift

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— Isso é sério mesmo? Uma arma laser? — gritou irritada, desviando dos tiros. — Onde vocês estão arranjando esses negócios?

Já fazia um mês desde o incêndio e de lá para cá a rotina da heroína se baseava em: escola, combate ao crime e ficar socada no laboratório de Twilight.

— Morra! — o ladrão disse com raiva enquanto ainda atirava.

Ela conseguiu desarmá-lo e deixou-o pendurado para que a polícia pudesse prendê-lo quando chegasse, porém pegou a arma para levar ao laboratório.


— Presentinho! — exclamou, mostrando a arma ao passar pela última das pesadas portas.

— Eu me arrependo de ter te dado acesso a este lugar. — Ajeitou os óculos, virando-se para a de uniforme branco.

— Eu sei que você ama minha companhia, princesa. — E lá estava o sorriso canalha.

— Você não cansa de me perturbar?

— É que eu tô entediada. — Sunset resmungou — Não tem nada pra fazer nesse seu laboratório.

— Então por qual razão você vive aqui? — Twilight respondeu sem ânimo.

— A vista é bem bonita.

— Estamos em um laboratório subterrâneo, não tem nem ao menos janelas.

— Eu tô falando de você, bocó.

A cientista congelou por alguns instantes. — Não me faça tentar descobrir se inseticida funciona em você.

— Ui, perigosa. — A heróina riu provocativa.

Se recusando a dar uma resposta, Twilight apenas trocou as luvas que usava e foi em direção à Sunset com uma seringa.

— Braço direito, por favor.

— Eu vou acabar morrendo de tanto sangue que você tira de mim. — Reclamou, estendendo o braço.

— Eu preciso confirmar algumas suspeitas. — Suspirou, parecendo não querer conversar muito.

— E eu posso saber do que se trata? — ergueu uma sobrancelha.

— Não. — A bioquímica respondeu curta e grossa.

— Não sei se você sabe mas você tá sugando sangue do MEU corpo, eu deveria ter direitos! — a ruiva soava como uma criança mimada.

— Uma pena, você não os tem.




Twilight finalmente estava sozinha em seu laboratório, sentia falta de casa mas queria passar mais uma noite no local para continuar com suas pesquisas. Olhando para a arma que a heroína trouxe, pensou em tocá-la mas então recuou. Talvez não fosse um bom dia para ficar até mais tarde lá.

— Tem momentos que aquele inseto faz falta. —  Suspirou, dando uma última olhada no laboratório e vendo pedaços de teia pelos cantos. —  Céus, ela não sabe arrumar a própria bagunça. — Foi até as teias enquanto reclamava e, pela primeira vez, as tocou sem suas luvas. 

A sensação era diferente do que imaginava que seria, meio difícil de por em palavras, não se parecia com nada que já havia sentido nesse mundo -  não dessa forma, ao menos. Terminou de recolher as teias e, ao invés de jogá-las fora, resolveu guardar.

Sua atenção foi tomada pelo vibrar do celular no bolso. —  Oi, Shining. —  Falou com uma voz suave. 

—  Mana, os pais pediram para avisar que quinta temos jantar na casa dos nossos avós. — Lhe subiu um arrepio na espinha. — Eu sei que eles pegam meio... pesado com você, mas é importante. Tenta ir, por favor. Pelo seu irmão.

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