Caminhando com a felicidade

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No dia seguinte, fui acordada com pulos e gritos em minha cama, as meninas estavam todas felizes ao meu redor.

- Vamos, Emi, acorde!! Tem um homem querendo lhe ver! - Lola gritava ao meu ouvido.

- Do que você está falando? - Tentei me cobrir com o cobertor, mas alguém o puxou de volta.

- Um homem! Ele quer te ver! - Ela pulou mais uma vez.

Respirei fundo e me sentei.

- O que ele quer? - Perguntei, limpando os olhos e bocejando.

- Falar com você a sós! Anda, vamos te arrumar! - Maria respondeu, me puxando para fora da cama.

Em pouco tempo, com as duas me ajudando, eu estava pronta. Então, tratei de ir saber do que falavam. Chegando à ponta da escada, congelei por um instante. Dimitri me esperava no andar de baixo. Seus olhos demoraram um pouco a me encontrar, mas quando me viram, fixaram-se em mim. Após me recompor, desci para falar com ele.

- Bom dia, Senhorita Winter - Ele sorriu com gentileza e fez uma pequena reverência.

- Bom dia, Senhor Blake - Tentei sorrir-lhe com a mesma gentileza e retribuí a reverência.

- Posso ter a honra de falar com a senhorita a sós por um momento? - Ele me perguntou.

- Terei de perguntar à diretora Travel. Espere um instante, por favor – Virei-me com os calcanhares para ir à sala da diretora, mas ele me interrompeu.

- Me perdoe, mas acabei de falar com ela, então isso não será necessário.

- Sendo assim, queira me acompanhar - Eu me virei e fui em direção à sala onde estávamos ontem à noite. Ao entrarmos, fechei a porta.

- Passou bem a noite, Senhorita Winter? Parece cansada - Ele disse, sentando-se em um dos sofás.

- Como? Desculpe, não estou entendendo aonde quer chegar - Sentei-me à sua frente.

- Bom, acho que vou direto ao assunto - Ele passou as mãos no cabelo e se ajeitou no sofá. - Hoje de manhã, a Sra. Travel me concedeu permissão para que eu pudesse vir quando quisesse e passar algum tempo com a senhora. Agora, venho lhe pedir se você me concede permissão para isso.

Fiquei assimilando tudo por alguns segundos, até conseguir respondê-lo.

- E para que seria esse tempo?

- Para nos conhecermos melhor. Acho prudente antes de intensificar minhas intenções - Sua voz tinha um tom de nervosismo.

- Intenções? Irá me contratar como caseira? - Perguntei-lhe.

Ele riu e me respondeu:

- Eu já tenho muitas caseiras, e queira me desculpar, eu não pretendo dizer quais são minhas intenções, mas garanto que são boas.

- E ainda assim espera que eu aceite sua proposta? - Disse-lhe intrigada.

- Creio que não terá nada a perder, apenas a ganhar se aceitar.

- Tens razão - Pensei por algum tempo e cheguei a uma conclusão - Lhe concedo a permissão, mas por que tanto sigilo sobre as intenções?

- Senhorita Winter, espero que goste de enigmas, pois terá de resolver este.

Depois que ele se foi, as meninas me perguntaram se ele me pediu em casamento, e eu as contei sobre o ocorrido, o que só as deixou mais animadas. Acreditavam que as intenções dele eram me pedir em casamento, e isso me deixou pensativa o resto do dia.

No dia seguinte, depois de terminar minhas tarefas na cozinha, me arrumei e saí com ele.

Estávamos na carruagem, e ele sorria enquanto olhava pela janela.

- Parece estar feliz, Senhor Blake - Disse-lhe sorrindo.

- Eu estou feliz, e por favor, quando estivermos a sós, pode me chamar apenas de Dimitri - Ele falou em um tom simpático.

- Como preferir, e se me permite, qual a razão de tamanha felicidade? - Surpreendi-me com seu pedido, mas ao mesmo tempo fiquei feliz, contendo um pequeno sorriso.

- O dia está lindo, por que não sorrir? - Ele sorriu para mim e depois voltou a olhar pela janela.

- Aonde vamos? - Perguntei, observando a paisagem.

- Fazer algumas compras - Ele falou, puxando a cortina da carruagem para ver melhor.

- O que vai comprar? - Indaguei, olhando pela janela, tentando entender o que ele observava.

- Chegamos - Ele se arrumou e virou sorridente para mim - Vamos?

A carruagem parou e ele desceu, esperando-me na porta com a mão estendida para me ajudar a descer.

Assim que desci, percebi que estávamos na parte rica da cidade, onde um rio dava à paisagem um ar magnífico. Ele me levou para dentro de uma loja de tecidos, e ao entrarmos, uma moça pequena e simpática veio nos recepcionar.

- Olá, no que posso ajudar? - Ela disse, sorridente.

- Mostre à moça os tecidos mais bonitos que tem na loja - Depois, ele se voltou para mim - Escolha quantos quiser, e por favor, não faça desfeita. Quero lhe dar de presente, irá me ofender se recusar.

Eu fiquei sem saber o que fazer ou dizer, então a atendente me guiou pela loja. Ao escolher alguns tecidos, tentei saber o preço, mas Dimitri não me permitiu.

Depois de escolher os tecidos, ele pediu para que tirassem minhas medidas, e eu não sabia se ficava feliz ou desconfiava de suas atitudes.

Quando tudo foi terminado, já era noite. As estrelas estavam escondidas por um cobertor negro, e a lua iluminava com escassez a pequena cidade onde as ruas estavam vazias. Estávamos caminhando calmamente até a carruagem quando fomos parados por um homem encapuzado.

AmaldiçoadaOnde histórias criam vida. Descubra agora