Capítulo 3: Motivos para me aborrecer

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Postando mais um capítulo...
Aproveitem
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"Por quanto tempo você vai fugir de mim?" Ouvi aquela voz irritante fazer aquela pergunta irritante pela milésima vez.

"Por quanto tempo você vai repetir a mesma pergunta?" Eu rebati enquanto digitava no computador.

Eu estava tentando preencher as fichas dos meus novos pacientes em paz, mas esse ser insaciável queria transar de novo. Assim que eu cheguei em casa ele começou a me agarrar, mas eu o cortei logo e fui para o meu quarto.

Estava exausto e não queria naquela hora. Eu pensei em fazer esse "sacrificio" depois de um relaxante banho, mas acabei me lembrando de que eu tinha cinco novos pacientes da última semana e ainda não tinha preenchido as fichas deles. Tomei banho e desde que eu sentei à droga do computador ele começou a perguntar isso a cada dez segundos.

" Até você parar de responder com outra pergunta! " Ele falou teimoso como sempre.

" Yuji, o que você quer para me deixar trabalhar?" Tentei me concentrar enquanto perguntava a ele.

" Quero que me dê atenção." Ouvi o barulho de seu pé batendo no chão enquanto falava impaciente.

Aaahhhhi Esse garoto resolveu ficar carente agora?

"A sua 'atenção' se chama sexo, e eu não posso fazer isso agora. Preciso terminar essas fichas o quanto antes." Disse esclarecendo a ele, sabendo que ele não iria entender.

"Ei, que horror. Eu não penso só em sexo não, tá?" Sua voz parecia ser de indignação.

Eu me virei na cadeira giratória apenas para mostrar-lhe meu melhor olhar de 'finge que me engana que eu finjo que acredito'. Yuji revirou os olhos e disse "desisto", antes de sair do pequeno escritório que ficava ao lado do meu quarto e descer as escadas.

Voltei, na maior paz do mundo, ao meu amado trabalho. Realmente não sei por que eu gosto de trabalhar com isso.

Ouvir as pessoas falando sobre os problemas delas quando você já tem os seus próprios para se preocupar é estressante. Mas, é bom quando aquele paciente problemático que dizia que a vida era uma merda e que ia se matar em três dias entra na sua sala sorrindo e falando como tem andado feliz. Eu, ao menos, sinto-me útil e a sensação é muito agradável.

Mas, também me sinto um completo inútil quando percebo o quanto eu consigo pensar nas melhores soluções possíveis para resolver os problemas dos outros... E não consigo pensar em nada que faça uma pequena menção de resolver os meus.

Fico pensando... Eu vivo falando para o Yuji como o pai dele ficaria com raiva se soubesse sobre nós... Mas, eu não tenho certeza. Será que ele ficaria?

'Ninguém tem bola de cristal e nenhuma das duas sabe o que vai acontecer'...

Quando algo que eu mesmo disse a alguém vem em minha cabeça e eu percebo que dei um ótimo conselho a essa pessoa e penso 'Porque diabos eu não uso meus conselhos na minha vida?'... Nossa, como eu me sinto um belo tapado!

" Mei Mei". Um nome um tanto incomum. A ficha dela é a última.

'Quem sabe eu não possa fazer algo que o agrade para variar?', eu pensei terminando de preencher aquela chatice (a pior parte do meu trabalho são as fichas), salvando-a e então desligando o computador. Levantei um tanto apressado, saí do escritório e fui descer para falar com Yuji.

Mas... Eu ia fazer o quê? O que eu ia falar? Nem gosto de imaginar a cena:

"Y-Yuji...Você quer fazer aquilo agora?" Rosto corado, virado de lado e com a mão tapando a boca de vergonha.

A pior (Melhor)  Escolha da minha Vida | SukuitaOnde histórias criam vida. Descubra agora