Uma semana se passou desde o episódio humilhante da foto. De acordo com Yuji, Kugisaki tem sangramentos nasais toda santa vez que o vê na escola. Ainda bem que ela não veio aqui essa semana. Se isso tivesse acontecido eu não saberia onde enfiar a cara. Mas eu acordei preocupado, porque hoje é o dia do "encontro" com a tal pessoa que Kugisaki está ficando. E então eu vou ter que ficar horas na presença dela. Bom... Eram 16:28. Eu ainda tinha duas horas e meia antes dessa palhaçada.Abandonei meus pensamentos e memórias vergonhosas sobre aquele dia e voltei a me concentrar no que eu estava fazendo: lendo.
O livro em si é ótimo. Eu estava sendo completamente sugado para aquele mundo de assassinatos, investigações, quebra cabeças, coisas estranhas, explicações que um homem descobre que são sem fundamento, e até histórias que pais contam para assustar suas crianças. Histórias tenebrosas.
Um livro magnífico.
Eu simplesmente o adoro. Se há uma pessoa que eu amo é isso e não o Yuji! Claro que não amo o Yuji!
Bom... Eu estava prestando atenção. Até ler a palavra "Maldição" na primeira linha do segundo parágrafo da página 188 e me lembrar do episódio de alguns dias atrás. Depois dessa palavra vim perceber só agora eu li duas páginas inteiras sem realmente saber o que estava escrito nelas.
Fiquei com raiva e voltei para o início da página 188, para ler tudo de novo prestando mais atenção.
Ouvi a porta do escritório sendo aberta, mas estava concentrado então ignorei completamente.
"Sukuna, eu estou com fome." Ouvi Yuji dizer assim que parou á minha frente e acocorou-se no chão.
Recusei-me a acreditar que ele veio ao escritório apenas para dizer isso quando poderia muito bem ter feito algo para comer.
"E eu com isso? A cozinha, infelizmente, não é à prova de idiotas!" Respondi sem tirar os olhos do livro e me esforçando para prestar mais atenção na conversa entre fulano e ciclano do que nesse tapado do Yuji.
"Mas o que eu quero comer não tem na cozinha."
Eu corei completamente. Mas ainda não tirei os olhos do livro. Tentei imaginar que aquela frase foi na inocência. Disse a ele que tinham alguns biscoitos no pote em cima da escrivaninha, mas ele disse que não queria biscoitos também. E o olhar dele sobre mim estava cada vez mais intenso. Eu estava me sentindo quente e meu coração estava acelerado.
O livro ainda estava em minhas mãos e meus olhos ainda rolavam por ele.
"Então vá à padaria da esquina. Deve ter alguma coisa que te agrade lá! " Eu disse já com uma veia saltando na testa e o rosto quente.
" Errou de novo."
"ENTÃO VÀ À A MERDA, DROGA! QUEM SABE VOCÊ GOSTE!"
Ele riu baixinho e fez aquela cara de felicidade idiota e então se levantou ficando de pé á minha frente. "Não se preocupe, eu estou com mais vontade de fazer algo do que de comer", ele disse acariciando meu rosto e puxando meu queixo para cima, fazendo com que eu o olhasse nos olhos.
" O que você quer seu pirralho idiota?"Falei observando seu cabelo rosa que já está oleoso.
"Quero que tome banho comigo. Aí a gente aproveita e já se arruma para o encontro."
"E quem me garante que você não vai me estuprar, como sempre faz?" Eu sabia de todas as suas intenções, Yuji não ia me pedir somente uma coisa.
" Se você gosta não é estupro!" Ele fez um beicinho com a boca, deu vontade de morder.