Capítulo 1

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Muitas coisas mudaram desde que a terceira guerra acabou, seja o modo como os Pokémon vivem ou seus corpos. Agora os Pokémon são, em sua maioria, livres para fazerem o que quiserem de suas vidas. Claro, isso não é uma verdade universal se você for parar para pensar do ponto de vista que alguns pokémon nunca conheceram uma cidade ou qualquer outra coisa sem a tutela de um humano. Logo, eles decidiram ficar com os seus donos para que assim pudessem continuar com as suas vidas como bichinhos de estimação com poderes, mesmo com seus corpos humanizados. Quanto a mim, bem, não sou um bichinho de estimação, sou independente.

De qualquer modo, tem algo que não muda, e isso são as batalhas Pokémon. Para ser honesto, algumas coisas mudam sim, mas em sua maioria, ainda tem a mesma essência. Agora as batalhas Pokémon são feitas somente na ilha Aeos; é basicamente um espetáculo onde equipes lutam para pontuar e destruir 4 "bases" para assim chegarem a base final onde essa não pode ser destruída. Qual o objetivo disso? Pontuar. Quem pontua mais, leva a vitória para casa. Mas qual o real objetivo disso? Eu não sei ao certo. Por que as pessoas da antiguidade iam a estádios para ver gladiadores digladiando? Se não era pela diversão em ver a violência, então era pelo quê? Mas o pior de tudo é como isso soa hipócrita considerando que eu mesmo sou um jogador da Aeos. 

Noite dos jogos finais pela copa mundial, dia 25/03/2024; estádio mar, é aqui onde tudo vai acontecer; pessoas de todo o mundo estão aqui, sejam treinadores, Pokémon livres ou simples apreciadores do combate. Os ingressos esgotaram em uma velocidade incrível; talvez tenha sido o esgotamento mais rápido da história dos jogos, e olha que os jogos já acontecem a mais ou menos uns 10 anos. Por que essa vez é inédita? Oh, claro, por causa do meu time. Veja bem, nós fomos azarões nessa temporada, o time com menos chances de vencer, mas acabamos sendo nós contra o mundo afinal de contas. Chegamos longe demais para perder, então é hora de vencer. 10 corações, 5 de cada lado, 4 bases a serem destruídas, duas equipes e um único objetivo, a vitória.

Mas essa vitória, caso eu a alcance, terá um gosto diferente, um gosto mais, como posso explicar, virgem? Mas que péssima colocação de palavras as minhas. Ainda sim, elas devem funcionar bem no contexto o qual estou querendo falar. Alguns dias antes das semifinais da Aeos, conheci uma garota diferente de todas as outras que eu já tinha conhecido. Normalmente, as mulheres com quem falo são do tipo forte, sabe? Não que as mulheres por si só não sejam fortes, mas as que me refiro são do tipo que poderiam facilmente te derrotar com um simples soco ou mesmo o arremessar para longe sem dificuldades. Sim, conheci centenas de Garchomps fêmeas durante os jogos e posso afirmar que elas eram muito fortes. Voltando ao assunto, conheci uma garota tímida, gentil e fofa durante as semifinais, uma meowscarada chamada Moriah.

Oh, Moriah, doce Moriah. Ela deve ter sido a garota mais tímida que conheci em minha vida, além da mais insegura. Nos jogos, ela é o esperado de um gato, atenta e ágil, difícil de derrotar e muito mais ainda de se encontrar. Claro, ela é uma ilusionista sem igual, tão boa que normalmente seus próprios parceiros ficam confusos ao ver duas delas correndo pelo estádio. Mesmo tão habilidosa, ela mal acredita em si mesma, que é uma boa lutadora da Aeos. As vezes eu fico com pena dela por ela ter uma baixa autoestima tão grande mesmo sendo tão incrível. Se pudesse, eu iria mostrar a ela o quão incrível ela é de verdade. Mas espere um pouco, e por que não posso? Bem, é aí que entra o nosso desafio de antes.

Alguns dias antes dos jogos da Aeos começarem, eu e Moriah nos encontramos em um bar, um bar para Pokémon que fica na ilha Aeos. Aquilo foi um momento raro, ainda mais que ela quase sai do apartamento dela. Eu não sei porque ela saiu, mas agradeço a Arceus que ela tenha saído porque aquela foi a noite mais divertida que já tive. Claro, eu podia ter feito aquela noite ser mais divertida se ela tivesse me permitido, mas ela me pediu para parar, e eu com certeza não iria ignorar o pedido dela. Mesmo assim, eu não iria desistir facilmente, então pedi para ela uma segunda chance de mostrar para ela como eu a poderia divertir. Eu pude ver quando ela se virou para mim e, com um sorrisinho abusado, se aproximou e ficou por cima de mim antes de abaixar a cabeça e sussurrar no meu ouvido: "Amanhã temos o jogo da Aeos. Se vocês nos vencerem, eu te deixo fazer o que quiser com o meu corpo; até mesmo tomar a minha virgindade você vai poder, mas terá que nos vencer, e se quiser mesmo minha virgindade, terá que nos vencer com ao menos 400 pontos de diferença." E o desafio estava lançado. Mas algo estava estranho naquela gata. Tão inocente e fofa, mas do nada se mostrou safada o bastante para me fazer um desafio? Não que isso importasse muito, desafio era desafio e eu não iria perder. Claro, passei um bom tempo no banheiro depois de todo o tesão que ela me causou, mas foi uma boa noite de sono de qualquer forma.

No dia seguinte, meu sangue estava fervendo, não de raiva, mas pela excitação com o desafio que estava prestes a bater em minha porta. Eu mal podia acreditar que nós, de todos os times, chegamos às finais. Agora não era hora de se segurar, era hora de mostrar a todos pelo que viemos. Óh, nós iríamos mostrar pelo que nós viemos, iríamos dar um show como essa ilha nunca viu antes! 

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