Cap 5 ~ Caminhada sem volta

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Após ter ido embora junto de Takeru, percebemos que não havia realmente algo para comermos, então como lidariamos com isso?

Simples, teríamos que encontrar um outro vilarejo, mas eu esqueci de mencionar que o meu vilarejo era muito distante de qualquer um, e ainda era escondido. Poisé "irmões", eu havia me ferrado.

Depois de andar muito e escutando Takeru reclamar por estar morrendo de sede achamos um pequenino vilarejo com poucas coisas, entramos logo no mercado mais próximo.

Achamos água, Takeru bebeu essa água como se nunca houvesse bebido água em sua vida, com algumas das moedas que tinha pegado na minha antiga cabana paguei 4 águas e 2 sanduíches para a gente. Guardei as duas águas dentro da minha mochila e seguimos caminho novamente, só que antes de irmos observamos aquela vila pequena, dizem que haviam cinco vilas que eram as mais protegidas e escondidas, pois elas tinham um tesouro escondido, minha antiga vila era uma dessas.

Os cinco nomes delas são representandos
pelos os sobrenomes dos que criaram a vila que também eram os samurais guardiões da vila, que são: Saito, Yamazaki, Nakamura, Murakami e Matsumoto

Antes eu vivia em Murakami. Aparentemente a vila que estou agora é a Nakamura, dá para descobrir qual é vila pelo jeito que as pessoas estão vestidas e como são as cabanas, dizem que cada uma dessas vilas escondem algo amaldiçoado ancestral. Mas provavelmente é só mais uma baboseira.

Segui caminho novamente com Takeru, já estavamos cansados e estava anoitecendo, porém não dava pra voltar a vila pois já estávamos muito longe e com muita exaustão, então decidimos dormir na floresta mais próxima, Takeru se transformou em sua forma de alce pois me falou que não ia me deixar passar frio.

Eu me deitei meio encolhido, e ele deitou por em volta de mim, me esquentando, porém ainda estava bastante frio, então abracei ele e sua pelagem grossa e macia me esquentou, e dormimos tão bem.

Logo acordei, mas o Takeru não estava lá, fui a sua procura até que o vi em um pequeno riacho próximo, estava em sua forma humana, aparentava estar bravo, fui até ele e perguntei
- O que está fazendo aí?
Então bravamente ele me respondeu
- Tô tentando pegar um peixe para nós!!
Eu ri pois ele estava muito irritado, pisquei e quando abri os olhos ele tava bem perto de mim, então com uma voz sombria ele falou
- Gosta de rir né... Veremos sua risada!!!

Com seus braços ele me puxou de uma vez só para dentro do riacho, ele gargalhou bastante, então joguei água nele, e mergulhei para pegar um peixe.

Achei um peixe IMENSO, era um bagre provavelmente, peguei ele rapidamente e joguei para fora da água, a expressão de Takeru era de impressionado, matamos ele e guardamos dentro da mochila, terminamos nosso banho e fomos dar a longa caminhada novamente. Pretendíamos achar uma vila que fossemos acolhidos e pudéssemos ficar por um tempo

Fomos andar mais e mais, até que enquanto estavamos andando achamos aquelas ciganas que ficam em qualquer local, ela nos chamou, para ler nossas mãos.

Nunca fui de acreditar nessas baboseiras de ler futuro e esses tipos de dons. Mas nesse dia, se eu não acreditava eu comecei a acreditar.

Ela leu minha mão e a mão de Takeru, me olhou pasma e falou
- Você tem um grande dom especial que ainda não aprendeu a usar
Eu curioso perguntei qual seria este dom. Com os olhos brilhando ela me respondeu
- Você tem as marcas de Alayko!!
Alayko era meu tataravô, sem entender nada perguntei a ela o que era isto?
Ela me respondeu animada
- Você tem um dom de ver no espiritual e fazer medicamentos que curam doenças espirituais e mentais, além de ter uma força absurda!!

Obviamente não acreditei, já falei mais de 500 vezes que não acredito nessas coisas. Então fui embora.

Antes de eu ir ela gritou
- TREINE SEU DOM!!

Com certeza ela era maluca da cabeça, segui caminho e avistei o que parecia ser a vila Saito.

Lá era onde viviam os melhores 5 samurais, meu tataravô era um desses samurais, faleceu com seus 34 anos.

E por terem morrido 3 apenas 2 sobreviveram. Infelizmente são aposentados, pois obviamente pela sua situação precária.

Entrei na cabana onde eles estavam, cada um deles tinha um dom especial, meu tataravô era o mais forte deles, tinha 2 dons, a força e o poder da cura. Muitas das vezes eles se reuniam nessa vila para fazerem planos juntos, e deixavam seus filhos cuidando das vilas que eram donos. Nesta vila o dono era o Senhor Saito Akami, ele era muito respeitado por sua incrível sabedoria, era quem fazia os melhores planos junto de meu tataravô. E pelo o incrível que pareça ele ainda estava vivo! Ele também conseguia fazer um tipo de jogo de cartas espiritual que dava para se conectar com os mortos. Já disse que não acredito? Já né? Pois é, fui até a cabana onde aquele velho senhor se encontrava. Ele estava jogando um jogo de baralho com um outro samurai de classe baixa, ele aparentava estar bem concentrado e também estava ganhando.
Então falei
- Senhor Saito?
Ele olhou para trás curioso com quem o chamou e me viu, me encarou como se me conhecesse, e e falou
- Olá garoto, o que deseja na minha cabana?
Então falei
- Você conhecia meu tataravô né? O senhor Murakami Alayko

- Claro!! Era meu mais bom amigo, sinto muita falta dele. O que deseja sobre ele?

- Bom, uma cigana me falou que tenho as marcas dele.

- Bom, aparentemente você tem mesmo, pelo seu colar você já adquiriu elas. Quer descobrir o que sobre?

O homem que estava com ele saiu com o baralho.
Então o senhor Saito me falou
- Sente aqui garoto, já sei exatamente o que você quer.
Eu fiquei impressionado, ele realmente sabia? Bom, só indo lá pra ver, então sentei a almofada onde o outro homem estava sentado, ele me olhou e falou.

- Você é idêntico ao seu tataravô quando era um jovem destemido. Bom, feche os olhos que irei fazer você sentir seu dom.
Fechei os olhos e um arrepio me subiu dos pés a cabeça, senti como se estivesse 10 vezes mais forte do que já era, e também estava sentindo uma coragem imensa, mas algo estava diferente, senti como se pudesse fazer uma cura sem precisar de curativos.

Então o senhor Saito falou
- Pode abrir os olhos, vamos fazer o teste para ver se seu dom já está funcionando verdadeiramente.
Ele pegou uma pequena adaga de seu bolso e cortou sua própria mão, não demorou muito para que o sangue dele escorresse, então ele falou
- Cura-me!
Eu totalmente confuso falei
- Mas como senhor??
- Coloque sua mão sobre minha ferida e imagine ela se fechando e você verá algo que se parecerá mais com um truque mágico.
Fiz o que ele pediu sem acreditar muito que iria funcionar, até que vi uma estranha luz verde saindo de minha mão, e o sangue do senhor Saito secando por sua ferida estar fechando.

Era extremamente incrível!! O machucado dele se fechou totalmente.

Então ele me falou
- O único problema de seu tataravô era sua fúria imensa quando via as vilas sendo destruídas pelo senhor Yukinata, nosso maior rival. Ouvi dizer inclusive que sua vila foi destruída por ele. É veredito?

Afirmei com a cabeça com um olhar triste, perguntei então
- Por que ele destrói essas vilas com pessoas tão inocentes?

- Não é óbvio? Falou ele com uma voz um pouco grossa
- Eles querem as pedras amaldiçoadas que abrem o castelo antigo!
Depois lembrei do que minha mãe disse sobre os objetos amaldiçoados.
Fiquei confuso e então perguntei
- O que tem demais naquele castelo antigo para que ele queira tanto abrir?
Então ele me disse
- Dizem que lá há um ser amaldiçoado, tão maligno que só de estar perto dele você já sente exaustão e falta de ar. Diz a lenda que quem conseguir derrotar ele conseguirá poderes sobrenaturais, e ele entrará em seu corpo para que você fique mais forte, ele já conseguiu uma pedra, faltam 4. Também dizem que partes dele estão espalhados perto das florestas próximas das vilas mais conhecidas, e você tem que comer essas partes dele para que você consiga obter este pequeno terço do poder dele.
Estava tão confuso, então agradeci ele sobre as informações e fui embora, Takeru estava irritado me esperando, me deu um tapa levemente forte na cabeça e falou
- Seu idiota!! Qual o motivo desse demora toda?!
- Estava obtendo informações sobre meu tataravô e as marcas dele Takeru!!!
Fomos embora daquela vila com Takeru reclamando.

A última das Rosas brancas Onde histórias criam vida. Descubra agora