reconciliar

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Harry e Draco não se falavam há algumas semanas.

Harry se afastou primeiro, porque o posicionamento de Draco sobre alguns assuntos o incomodavam profundamente. O nome da família Malfoy sempre esteve envolvida com coisas obscuras sobre o lado das trevas, mas a cada notícia, boato ou comentário sobre isso em Hogwarts fazia Harry, verbalmente, tomar um lado que ia totalmente contra às crenças da família.

Em uma discussão casual numa aula com os sonserinos, o assunto veio à tona e Harry não ficou em silêncio. Ele escolheu cuidadosamente suas palavras ao descrever algumas famílias sangue-puro, como "negacionistas", "antiquados", "obtusos" e "irracionais" em seus valores. Isso incluía, naturalmente, os Malfoy.

Draco sabia que Harry tinha direito de defender seus ideais, mas não deixou de se sentir ofendido. "Você poderia pegar mais leve. Ainda é minha família," Draco comentou numa dessas vezes, horas mais tarde da discussão da turma.

Harry não aceitou isso muito bem. Foi quando ele descobriu que Draco concordava com grande parte do que sua família defendia. Sentiu-se traído, porque ele mesmo era de "sangue sujo" e sua melhor amiga era vítima constante desse bullying.

Eles brigaram e Harry não quis acertar as coisas. Para ele, esse tipo de pensamento era estritamente inaceitável. Foi o mesmo pensamento que matou seus pais e continuava matando inocentes, dia após dia.

Depois disso, ele descobriu A Marca Negra recentemente feita no corpo de Draco e não reagiu bem. Foi a gota d'água, e ele passou a ignorá-lo.

Draco, no entanto, não estava disposto a aceitar isso como um fim.

Ele pretendia resolver as coisas com Harry. Mas é difícil tentar ajeitar as coisas quando uma das partes não quer reconciliação.

Ele correu atrás de Harry por um tempo, mas sempre recebia um: "Não quero conversar sobre isso agora." Nem um contato visual. Nem uma chama para aquecer sua voz. Harry conseguia ser frio quando queria.

Draco, então, manteve distância — ele não quis ser invasivo e resolveu esperar o tempo de Harry. Mas ele percebeu que o garoto não estava exatamente dando um tempo dele. Era mais como se tivessem terminado tudo que tinham, o que ficou evidente quando Harry começou a dar abertura para outras pessoas que antes ele evitava.

Cedric Diggory, que tentou beijá-lo certa vez, conversava com ele todas as manhãs de terça e quinta enquanto o acompanhava até a aula de Transfiguração. Há um tempo atrás, Harry teria se afastado e dito que estava com pressa, mas agora ele trocava palavras de volta com muito entusiasmo.

Draco ficou incomodado com isso. Ficou incomodado com a forma como Diggory olhava para Harry, com tanto anseio, como se pudesse devorá-lo com os olhos. Ficou incomodado com a forma como tocava em Harry, como se tivesse intimidade para isso. Como se tivesse intimidade para chegar tão perto. Para falar tão próximo de seu ouvido. Para ajeitar sua gravata antes de se despedirem.

Ginny Weasley, que já havia namorado com Harry por um período no passado, fez massagem no garoto durante o café da manhã uma vez.

Draco quis matá-la por colocar as mãos nele. Por ficar por tanto tempo tocando-o. Por brincar com o cabelo próximo ao seu pescoço e fazê-lo rir de cócegas e, logo em seguida, tocá-lo tão sutilmente para fazê-lo se arrepiar. Como se isso fosse normal de se fazer. Como se ela tivesse esse direito.

Cho Chang mexeu em seu cabelo por tempo demais na biblioteca, demorando-se em arrumá-lo. Draco encarou-a até afugentá-la do lugar.

Fred Weasley brincou de corrida de vassouras com Harry antes dos jogos contra a sonserina começarem. Ele derrubou Harry quando estavam perto do chão e se jogou em cima dele até começarem uma briga de socos amigável.

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⏰ Última atualização: 3 days ago ⏰

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