7. Nostalgia; do Francês: estado melancólico causado pela falta de algo.

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"SAI DAQUI IGÃO!" Ouço Lipe esbravejar no mesmo instante que ele me começa a me carregar pela escada, faço força pra ficar, dou um tapa na mão dele e encosto na parede pra ter apoio. "Olha aqui, você tem namorada, você não precisa ficar aqui cuidando de mim, você deveria estar com ela!" Olho pra ele segurando o choro, olho atrás dele e está todos meus amigos vindo na minha direção, sinto um alivio. "O que está acontecendo aqui?"Jhow se envolve e ignora a presença do Lipe. Eu apenas balanço o ombro sem saber o que dizer, "Vamos curtir gente, a noite é uma criança" Mand diz puxando a Aline direto pro bar, reviro os olhos minhas amigas deveriam ficar aqui pra me ajudar. "Você quer ir embora Lili?" o Ale pergunta, eu jogo os braços pra cima até que enfim alguém me pergunta o que eu quero fazer, dou um passo pra frente e sinto que não tenho pra onde ir porque o Felipe está me segurando , olho pros meus dois amigos, "Melhor eu ir embora, o Igor está tumultuando aqui e não quero o Felipe sendo expulso de nenhum lugar por minha causa" olho pros eles e abro a bolsa procurando a chave do carro, entrego pro Jhow, "Pode ir embora com o meu carro, vocês vão dormir em casa?" Sinto o lipe impaciente, querendo me tirar dali nem que seja no colo, eu ri quando imaginei essa situação. "Sim, podemos? Acho até melhor porque você não está bem pra dormir sozinha", Se não fosse meu amigo já teria dado um soco na cara dele, não sou mais criança. "Ta bem, vou deixar a porta destrancada" Mando beijo pra Mand e dou um beijo nos meus amigos, "Toma banho porque você está exalando a pinga" Ouço meu amigo gritar atrás de mim. Eu abro um sorriso e caminho até o caixa, o Lipe simplesmente me passa pela porta, "Eu preciso pagar" grito pra ele tentando chamar atenção pra ele me ouvir, "Não, você não precisa, eu já paguei, tem como ir mais rápido?" Ele me puxa fazendo eu andar mais rápido, "Ai" eu grito , ele vira pra trás, "Eu estou parada encostada em um poste segurando meu tornozelo,"Obrigada por além de estragar minha noite, fazer eu torcer meu pé!" Grito tirando o salto, passo mancando na frente dele morrendo de dor, ele me olha joga o cabelo pra trás dá três passos até me alcançar e me pega no colo, eu começo a gritar pra ele me por no chão mas não adianta nada. "Posso saber o porque você está fazendo isso?" pergunto com tanta raiva que ele percebe no meu olhar e simplesmente continua andando, "Porque você acabou de torcer o pé e não vou deixar você andando descalça nessas calçadas que tem garrafas quebradas"ele diz contorcendo o nariz, "Sem falar da sua roupa, se é que pode chamar isso de roupa" ele diz irritado me colocando no chão pra pegar a chave do carro, ele abre a porta e me coloca dentro, "A onde você mora?" ele pergunta rápido evitando o máximo de contato, eu falo o endereço e ele segue caminho, ele entra em umas ruas desertas, cortando rápido, eu continuo olhando pra janela. "Porque você foi até lá?" pergunto abrindo a bolsa e pegando a chave, "Não sei o porque, tem como você parar de fazer tantas perguntas?" ele continua dirigindo, eu balanço com a cabeça. Eu tenho tantas dúvidas, o que custa ele responder, se ele namora o que ele estava fazendo na festa terça feira? Porque ele sumiu essa semana? Porque ele foi me buscar? Sinto minha cabeça rodar e rodar, ele para o carro e eu abro a porta saltando do carro, ele me alcança e me pega no colo fechando a porta do carro com o pé, "Ok, você já me trouxe até aqui, já está fazendo muito por alguém que você nem conhece" digo, ele revira os olhos, "Qual é o seu andar?" ele pergunta, e eu mostro com os dedos, ele aperta o botão e ficamos em silêncio absoluto, assim que chega no meu andar ele empurra a porta e me coloca no chão, eu procuro as chaves mas não consigo achar, ele puxa a bolsa da minha mão e pega as chaves e abre a porta. Que garoto estupido, porque me sinto tão fora de si com ele por perto, não consigo fazer nada direito, olho pro meu apartamento e está a bagunça que deixamos antes de ir pra balada, vou mancando até a mesa e tiro as coisas e levo pra cozinha, jogo dentro da máquina de lavar louça. Ele fica me olhando parado entre o hall e a minha porta. "Você pode entrar se quiser!" Digo bufando, e ele balança a cabeça fechando a porta e se acomodando no sofá. "Vou tomar banho, fica a vontade, tem cerveja na geladeira, suco, refri, tem uns salgadinhos no forno, pode ligar a tv também" sinto a Nina passar pela minha perna e sinto os olhos do Lipe passando pela minha perna e acompanhando cada movimento da Nina, "Ok" ele diz e eu sumo no corredor.

Me jogo na cama, coloco o travesseiro no rosto e começo a gritar, posso gritar a vontade que ele não vai ouvir, sento e crio coragem de pegar alguma roupa. Ligo o chuveiro e deixo a água escorrer pelo meu corpo, molhando o cabelo também, que horas são agora? aposto que não são nem uma hora da manhã, começo a resmungar, desligo o chuveiro, enrolo a toalha pelo meu corpo e outra no cabelo, troco de roupa o mais rápido, ouço barulho vindo da sala, encosto minha cabeça na porta do quarto e ouço o Lipe falar no telefone.

"E-eu to na casa de um amigo que você não conhece, estou bem, para de ser chata, sabia que não ia dar certo, acho que você precisa procurar outra pessoa porque pra mim já deu". Ouço ele calmo no telefone e eu saio do quarto mancando carregando cobertores, lençóis e travesseiros, em seguida vejo o Lipe me ajudando e jogando tudo no sofá, "Obrigada" sussurro, sento no sofá e vejo ele sentar do meu lado. "Você deveria secar esse cabelo, vai ficar resfriada" Ele sussurra, eu tiro a toalha do cabelo e jogo na cadeira torcendo pra que ela não caia no chão, "Prefiro deixar ele secando naturalmente"  digo desafiadora, os dois ao mesmo tempo pega o controle da tv, eu solto no mesmo instante e levanto pra deitar no outro sofá. Ele fica me vigiando enquanto eu mexo no celular.  Desligo e coloco embaixo do travesseiro, continuo olhando pra tv até pegar no sono e ele faz o mesmo se esticando no sofá grande. Acordo com ele me pegando no colo e me levando pra cama, mais continuo fingindo que estou dormindo, agarro no pescoço dele com força, e ele retribui me segurando forte, quando ele me coloca na cama eu puxo ele junto comigo e sinto ele tão próximo, sinto a respiração dele na minha boca, passo as mãos pelo cabelo dele e ele está apoiado com o braço no colchão e com o joelho na cama, eu abro os olhos e passo a língua suavemente pelos lábios dele, os braços dele fica tenso, passo a mão pelo pescoço e vou descendo até a barriga, coloco minha mão por dentro da jaqueta dele puxando a blusa pra cima, ouço ele gemer e começa a me beijar com mais força, mordendo meus lábios, ele já está montado em cima de mim, com uma mão ele está segurando no meu cabelo e a outra está na minha cintura,seus dedos passam rápido pela minha barriga me fazendo arrepiar, minha respiração começa a ficar ofegante se ele soubesse o poder que ele tem sobre meu corpo, ele não brincaria comigo desse jeito. 

"Você... você... nós, é melhor parar por aqui" Digo tentando procurar ar dentro do quarto. Nós dois estamos com a respiração no mesmo ritmo. Ele me olha e deita ao meu lado, balançando a cabeça muito rápido, ele pega o travesseiro e cobre o rosto, eu fico olhando cada centímetro do seu corpo, ficaria ali pra sempre. Percebo que o volume da sua calça está maior do que as vezes que eu vi. Fico vermelha e abro um sorriso largo enquanto o rosto dele ainda está coberto. "Vou deixar você dormir, vou pra sala e quando o pessoal chegar eu vou embora" Ele diz tão baixo que é quase impossível de se ouvir, "Boa noite" ele diz levantando da cama e me dá um beijo na testa, eu abro um sorriso, "Boa noite, obrigada por tudo! e até por isso" Digo esticando minha perna e mostrando meu tornozelo roxo", ele da risada "Se você tivesse feito o que eu falei da primeira vez que eu mandei mensagem não estaria assim, você retribuirá de alguma forma por tudo isso, amanhã peço pra alguém te levar no médico" Ele diz passando pela porta e encostando. 

Nunca senti tanta falta de alguém como estou sentindo dele, mesmo sabendo que ele está na minha sala, a poucos metros de distância, queria poder dizer pra ele dormir aqui, dormir comigo, fazer me sentir calma e segura novamente, ele mexe com todos meus sistemas nervoso, faz eu ter uma explosão de sentimentos, quando ele está nervoso eu sinto frio na barriga mais parecido com um tesão de saber que estou correndo algum perigo e quando ele está calmo o vejo como um porto seguro, sei que ele nunca me machucaria, pelo menos é isso que parece. Minha respiração está pesada e a Nina já está nos meus pés.


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