Capítulo 12

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Alice Grace
                                        ☾
06/01/24

Eu odeio viver.

Se isso significa ter que fazer um par de dança com Dylan, o insuportável mimado, preferia estar morta.

— Põe o pé na frente, Dylan, presta atenção! — Minha voz ecoa pela sala de dança.

Ele solta um sorriso ladino, aquele que dá vontade de socar.
— Calma aí, gatinha, esse passo é meio... gay, não acha?

Reviro os olhos com força, quase sentindo uma dorzinha de tanta baboseira. Eu não devia me surpreender mais com as idiotices que saem da boca dele.

— Não, Dylan, não é gay, é dança. E se você não fizer isso direito, vou pedir para colocarem outra pessoa como líder.

Ele arqueia uma sobrancelha, cheio de ironia.
— Quem?

Eu já estava pronta para responder, mas o tom de deboche dele me faz morder as palavras antes que escapem. Suspiro e respondo firme:
— A Roxy.

Ele ri, mas antes que possa disparar outra piada idiota, a voz de Lauren corta o momento como um chicote
— Tá, você está louca mesmo.

— Falando nela, onde ela está? — pergunta Sam, encostado na parede, com um tom de quem claramente só quer ver o circo pegar fogo.

Olho ao redor e percebo que o demônio, também conhecido como Roxy, não está presente.

— Deve estar planejando minha morte — respondo, mais para mim mesma do que para ele.

Antes que alguém possa comentar, puxo Dylan pela cintura, ignorando o sorriso satisfeito que surge nos lábios dele.

— Escuta, eu vou explicar mais uma vez, e dessa vez, sem desculpas. Me segura com firmeza, como se eu fosse tudo o que você precisa para sobreviver.

Ele assente, mas o olhar zombeteiro ainda está lá.

— Certo, vai assim: 1, 2 e 3 — continuo, contando o ritmo enquanto guio seus movimentos.

Dessa vez, ele faz o que pedi. Dylan me puxa pela cintura e, para minha surpresa, executa o giro com precisão. Mas então nossos corpos ficam extremamente colados. Minha respiração trava por um segundo, e antes que eu possa recuar, ele aproxima o rosto do meu.

A proximidade é desconcertante, uma mistura de arrogância e provocação nos olhos dele.

                        Ethan Rossi
                                            ☆

Ciúmes.

Era a coisa que eu mais odiava sentir. Nunca tinha sido parte de mim, porque, honestamente, eu não me importava com nada ou ninguém de forma possessiva. Muito menos de forma romântica.

Para mim, ciúmes era um sentimento que simplesmente não existia. Uma palavra vazia.

Ou pelo menos era isso que eu pensava. Até agora.

Prefiro dizer que senti um desconforto ao sentir vontade de socar Dylan até a morte quando o vi tão próximo de Alice.

Ela não sorri para ele — claro que não —, mas isso não muda o fato de que ele está ali, perto demais, usando aquele jeito despretensioso como desculpa para se aproximar mais do que deveria.

Não é ciúmes. Não pode ser. Eu não sou esse tipo de cara. É só carência. Gostar da mesma garota desde o sexto ano é complicado, especialmente quando você passou tanto tempo sem vê-la.

Hate (me) YouOnde histórias criam vida. Descubra agora