Capítulo 15

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Alice Grace
                                        ☾

— Giselle, que surpresa te ver aqui!— O diretor apareceu atrás da mulher.

Giselle?

— Oi, Geraldo. — Ela respondeu, revirando os olhos de forma quase desinteressada.

— É assim que você trata o seu irmão? — Ele questionou, com uma expressão divertida.

Irmão? Eu congelei por um momento. Essa mulher... ela é a dona do internato? E mãe do James?

— Não vim ver você, e sim meu filho e como as coisas estão no baile, você sabe que eu adoro. Pena que me atrasei e não pude ver a dança. — Giselle lamentou, voltando sua atenção para nós. A maneira como ela se dirigiu a James com uma familiaridade desconcertante me fez sentir um calafrio. Então, nossos olhares se cruzaram. Ela ficou inerte por alguns segundos, como se estivesse absorvendo a minha presença, me encarando de forma profunda e silenciosa.

— Mãe? — James a chamou, despertando-a do que parecia ser um transe. Ela começou a intercalar o olhar entre nós dois, visivelmente confusa.

— Ah... filho, quem é essa ao seu lado? — Giselle perguntou, ainda desconcertada. Eu, com lágrimas nos olhos pela música tocada há pouco, apenas permaneci imóvel.

— Essa é a Alice Gr... — James pausou, pensando por um instante. — Essa é a Alice.

— Alice... um nome lindo. — Ela suspirou, seus olhos se fixando em mim com algo que eu não conseguia decifrar. — Olá, Alice. Sou Giselle Lee, mãe do James e dona do internato. — Ela se apresentou, estendendo a mão em um gesto elegante.

— Olá, senhora Lee, é um prazer conhecê-la. — Respondi, educadamente. Mas ao apertar sua mão, senti como se uma corrente elétrica passasse por mim, um arrepio inesperado.

— Você é tão parecida com... — Giselle franziu o cenho, e seu olhar começou a alternar entre mim e James, cada vez mais intrigado. — Qual é o seu sobrenome, Alice?

— Alice Gr... — Tentei responder, mas antes que pudesse completar, James pigarreou e, de repente, segurou meu braço, me puxando apressadamente para longe.

James parou de correr e me puxou para um canto no corredor, claramente nervoso. Sua respiração estava ofegante, e ele parecia em conflito.

— Isso é estranho... muito estranho. — Ele finalmente disse, com os olhos perdidos em algum ponto do chão.

— James, o que você está falando? O que é estranho? — Minha paciência começava a se esgotar.

Ele me olhou por um breve momento, como se estivesse prestes a dizer algo importante, mas então desviou o olhar novamente.

— Vocês são... idênticas... — Ele começou, mas parou, como se tivesse percebido que falou demais.

— Idênticas? Quem são idênticas? James, você está me deixando maluca! — Insisti, ainda sem entender nada.

Antes que ele pudesse responder, Sam apareceu no final do corredor, chamando por ele:

— James! Vamos começar a tocar já, para de enrolar!

— Eu... — Ele parece muito nervoso. — Eu não consigo. — O garoto sai correndo, deixando-me e o garoto de cabelos avermelhados completamente confusos.

Ele olha para mim e eu já começo a negar com a cabeça.

Não.

Nunca.

Hate (me) YouOnde histórias criam vida. Descubra agora